Economia

Corredor do Lobito dinamiza actividade comercial do mundo

Arão Martins | Benguela e Gaudêncio Hamelay | Lobito

Jornalistas

O Corredor do Lobito desempenha um papel fundamental, porque para além da integração regional, liga o continente africano e expande as oportunidades de exportação e impulsiona o comércio a nível global.

26/09/2024  Última atualização 09H22
Participantes no evento que juntou vários especialistas, investidores e empresários em Benguela © Fotografia por: Arão Martins | Edições Novembro
O reconhecimento foi manifestado, ontem, no Lobito, Benguela, pelo representante da Agência dos Estados Unidos da América para o Desenvolvimento Internacional (USAID) em Angola, William Butterfield, ao falar na abertura da Conferência de Coordenação do Corredor do Lobito, uma iniciativa da Embaixada dos Estados Unidos da América em Angola e São Tomé e Príncipe.

Ao conectar os principais mercados, o Corredor do Lobito vai criar inúmeras oportunidades de emprego, fortalecer as economias locais e melhorar a qualidade de vida das comunidades ao longo de seu trajecto.

O Novo Caminho-de-ferro do Atlântico do Lobito, indicou, é dos mais importantes projectos de infra-estruturas de transporte que os Estados Unidos apoiaram em África em uma geração, o que vai fortalecer o comércio e o crescimento regional e alavancar a "nossa” visão comum e criar uma rede ferroviária interligada do Oceano Atlântico ao Índico. Um dos objectivos do Corredor do Lobito, enfatizou, é aliviar o congestionamento nas rotas sul, como Durban e Beira, o que oferece uma alternativa de transporte.

"Esperamos que a diversificação das rotas aumente a resiliência e a eficiência da rede logística na região”, augurou.

O representante da USAID em Angola, William Butterfield, reconheceu que é um compromisso colectivo entre os Governos africanos e a Comunidade de Desenvolvimento para promover a integração regional e o crescimento económico.  Globalmente, disse, o Corredor do Lobito é vital para o transporte de minerais da República Democrática do Congo (RDC), para o Porto do Lobito, aumentando a sua importância nas cadeias de abastecimento e no comércio internacional.

Para que o Corredor do Lobito seja eficaz, defendeu, ele não deve ser apenas uma infra-estrutura para a exportação de minerais, criando dependência da extracção de recursos, mas sim apoiar, também, a diversificação económica de Angola, investindo em agricultura, serviços e energia limpa. O desenvolvimento do Corredor do Lobito, disse, deve desenvolver não apenas o sector público e privado, mas, também, a sociedade civil angolana, garantindo processos transparentes e competitivos.

Infra-estruturas

A construção de infra-estrutura pode gerar preocupações ambientais, "por isso, salientou, vamos investir 3,3 milhões de dólares para apoiar organizações locais em Angola, para garantir que os processos sejam justos e responsáveis".

A USAID, garantiu o seu representante em Angola, William Butterfield, vai ajudar a melhorar as capacidades de auditoria do Governo, minimizando fraudes e abusos.

Priorizar o transporte ferroviário mais eficiente em termos de combustível, pode reduzir a pegada de carbono do desenvolvimento na África.

A Corporação de Financiamento do Desenvolvimento dos Estados Unidos da América aprovou até 553 milhões de dólares para o Corredor Ferroviário Atlântico do Lobito, e o Banco de Importação e Exportação dos EUA concedeu um histórico empréstimo de 1,6 mil milhões de dólares para apoiar 65 mini-redes de energia solar em quatro províncias de Angola.

Os Estados Unidos da América estão comprometidos com o sucesso do Corredor do Lobito, através de assistência financeira, demonstramos o nosso apoio ao desenvolvimento de infra-estrutura e crescimento económico na África.

Através da Power África, está-se a mobilizar recursos públicos e privados para duplicar o acesso à electricidade na África Subsaariana.

Investimento em projectos eléctricos

A Power Africa, como a principal iniciativa do Governo dos EUA para a energia na África Subsaariana, oferece um modelo que aproveita investimentos públicos, privados e de doadores para garantir que os projectos conduzam a um desenvolvimento sustentável e inclusivo.

Segundo o coordenador adjunto da Power Africa, Ted Lawrence, a intervenção não se limita na assistência financeira ou suporte técnico.

O Governo dos EUA, por meio de Iniciativa Power Africa, está comprometido em trabalhar com Governos locais e parceiros privados para destravar investimentos em energia na região.  O modelo da Power Africa visa reduzir os riscos dos projectos energéticos a fim tornar atraentes para investimentos do sector privado.

Investimento

A Power Africa, informou, ajudou a levantar mais de 25 mil milhões de dólares para projectos de electrificação em toda África subsaariana e, grande parte deste investimento veio do sector privado.

Para o gestor, isso demonstra a crença de que o investimento em infra-estrutura energética não é apenas sobre ganho de desenvolvimento de curto prazo.

Para o Corredor do Lobito, ressaltou, isso significa garantir que os investimentos em energia sejam confiáveis, apoiando indústrias que possam prosperar, fomentando a criação de empregos e fortalecendo as economias locais de uma forma que beneficie a todos ao longo do corredor.

"O Corredor do Lobito oferece-nos uma oportunidade para enfrentar o deficit energético que há muito tempo impede o crescimento na África Subsaariana”, disse.

Comentários

Seja o primeiro a comentar esta notícia!

Comente

Faça login para introduzir o seu comentário.

Login

Economia