Coronavírus

Covid-19: Não é hora de abrandar medidas de controlo

O director-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou, sexta-feira, que não é hora de nenhum país abrandar as medidas de controlo da pandemia de Covid-19, apesar da redução global de infecções e mortes.

13/02/2021  Última atualização 20H47
© Fotografia por: DR
Tedros Adhanom Ghebreyesus, que falava na videoconferência de imprensa regular da OMS sobre a Covid-19, a partir da sede da organização, em Genebra, na Suíça, realçou a diminuição do número de infecções pela quarta semana consecutiva e de mortes pela segunda semana, assinalando que os países estão a aplicar "medidas mais restritivas".
Contudo, apesar das estatísticas que considerou encorajadoras, disse que "não é hora de nenhum país abrandar as medidas. A complacência é tão perigosa quanto o vírus", acentuou.

O dirigente da OMS renovou o apelo para a partilha de tecnologia, para acelerar a produção de vacinas contra a Covid-19 e distribuí-las de forma equitativa.
"Nunca na história as vacinas foram desenvolvidas em menos de um ano após o aparecimento de um vírus", sublinhou Tedros Adhanom Ghebreyesus.

Origem

O director da OMS disse ainda que, após a missão de especialistas na China, todas as opções estão em aberto para explicar a origem do novo coronavírus.
"Quero confirmar que todas as hipóteses permanecem em aberto e requerem mais análise e estudo", disse o diretor-geral da agência de saúde das Nações Unidas, negando assim a mensagem que tinha sido passada pelos especialistas, numa conferência de imprensa em Wuhan, onde tinham descartado a hipótese do vírus ter origem num laboratório.

Essa hipótese tinha sido repetida várias vezes pelo ex-Presidente dos EUA, Donald Trump, que atribuiu responsabilidades ao Governo de Pequim pela incapacidade de travar a pandemia de Covid-19 na sua fase inicial e pediu à OMS um esclarecimento cabal sobre a origem do vírus.
Na sexta-feira, Ghebreyesus disse que a recente missão de especialistas na China "não encontrou todas as respostas, mas forneceu informações importantes" que "aproximam do conhecimento da origem do vírus".

O director da OMS explicou que a missão - formada por especialistas de 10 países, incluindo EUA, Reino Unido, Alemanha e Rússia - divulgará um relatório preliminar da sua visita, esta semana, que será depois ampliado e explicado numa nova conferência de imprensa dada pela equipa de especialistas.
Ghebreyesus referiu que a missão - que contou também com especialistas da Organização Mundial da Alimentação (FAO, na sigla em inglês) e da Organização para a Saúde Animal (OIE, na sigla em inglês) - decorreu "em circunstâncias muito difíceis", pelo que agradeceu o empenho aos seus membros.

Presente na conferência de imprensa de sexta-feira esteve também Peter Embarek, que chefiou a equipa de cientistas. Disse que a missão "conseguiu muitos sucessos".
"Temos agora uma melhor compreensão do que aconteceu em 2019", disse Embarek, salientando que esta iniciativa foi apenas "o início" do processo de investigações sobre a origem do novo coronavírus.


POSSIBILIDADE DE INFECÇÃO
Pessoas vacinadas podem
infectar sem ficarem doentes

A cientista-chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS) admitiu sexta-feira que pessoas vacinadas contra a Covid-19 podem eventualmente transmitir o novo coronavírus, porque podem ficar infectadas ainda que não fiquem doentes.
Soumya Swaminathan falava na videoconferência de imprensa regular da OMS sobre a evolução da pandemia da Covid-19, a partir da sede da organização, em Genebra, na Suíça.
Segundo a médica e cientista indiana, "não é claro" se as vacinas para a Covid-19 já autorizadas e administradas em diversos países previnem a infecção pelo coronavírus SARS-CoV-2, na origem da doença respiratória, sendo necessários mais estudos.

"Pode haver infecção, mas uma carga viral inferior", disse Soumya Swaminathan, alertando para a importância das pessoas, mesmo vacinadas, continuarem a adoptar medidas de protecção, como o uso de máscara, o distanciamento físico e a lavagem frequente das mãos, pois "podem eventualmente transmitir o vírus", apesar de não ficarem doentes.
A cientista-chefe sublinhou que os ensaios clínicos revelaram "uma clara protecção" das vacinas contra a doença grave.

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