Bassirou Diomaye Faye, que fez as declarações, quarta-feira, no fim da visita ao Senegal do presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, sublinhou que "quer uma parceria repensada, renovada e fertilizada por uma visão partilhada da ordem internacional justa e que reflicta as realidades do mundo actual”, segundo a agência de notícias Europa Presse.

Acrescentou, ainda, que a cooperação com o bloco europeu "é densa e multiforme”. Numa conferência de imprensa conjunta em Dacar, Bassirou Diomaye Faye apelou a "uma parceria adaptada às mudanças e capaz de apoiar a dinâmica inovadora” que as novas autoridades senegalesas "querem imprimir às relações” com o bloco europeu. "Transmiti igualmente ao presidente do Conselho Europeu que os amigos e parceiros do Senegal são convidados a juntarem-se a nós na realização do programa para um Senegal soberano, justo e próspero, numa África em progresso”, afirmou Faye, destacando que as prioridades de Dacar "se articulam em torno de um modelo económico endógeno de industrialização como rampa de lançamento para o sector primário”. Faye sublinhou que a visita de Charles Michel "é uma prova dos laços de amizade e cooperação entre o Senegal e a União Europeia”, salientando a necessidade de ambas as partes enfrentarem "desafios comuns, como a paz, a segurança e as alterações climáticas”.

Manifestou, também, a sua gratidão pelo "apoio constante da UE” ao Senegal, em muitos domínios, incluindo a cooperação na energia, agricultura, saúde, transportes e empregabilidade. O Chefe de Estado senegalês referiu, ainda, o apoio da UE no Sahel, na luta contra o terrorismo, defendendo uma abordagem "à situação migratória”.

Por sua vez, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, afirmou, sobre o encontro com o Chefe de Estado senegalês, que "foi muito frutuoso” e "mostra que existe uma ambição comum de trabalhar para uma parceria bilateral de qualidade, baseada em dois princípios fundamentais: o respeito e a confiança”.

Neste sentido, sublinhou que discutiram os "pilares” destas relações e confirmou que as partes deveriam, também, abordar "questões em que há um sentimento comum de grande interesse, como as pescas, a fim de se alcançarem vantagens para ambas as partes”.

O presidente do Conselho Europeu manifestou o interesse da União em ver o Senegal enfrentar os desafios, incluindo os da cooperação, da emergência económica e da melhoria da qualidade de vida da população, bem como o fenómeno da migração.

"A ordem mundial é o resultado de escolhas políticas feitas no século passado, quando o mundo era totalmente diferente”, reconheceu, antes de acrescentar que o bloco apoia "mais justiça e mais inclusão nas organizações internacionais”.

O novo Presidente senegalês tomou posse no dia 2 de Abril, depois de ter vencido o candidato do Governo, Amadou Ba, que abandonou as funções de Primeiro-Ministro para tentar substituir o então Chefe de Estado Macky Sall na Presidência do país.

Faye prometeu implementar reformas políticas e económicas para restaurar a soberania nacional, incluindo em sectores-chave, razão pela qual anunciou, recentemente, um processo de renegociação dos contratos de exploração de petróleo e gás, aos quais se juntam os assinados com a União Europeia.