Política

Deputados do Cuanza-Norte insatisfeitos com atraso da obra

Marcelo Manuel | Ndalatando

Jornalista

A morosidade na execução física das obras de asfaltagem do troço de 74 quilómetros, que liga os municípios de Samba-Caju, Banga, Quiculungo e Bolongongo, na província do Cuanza-Norte, preocupa o grupo de deputados do círculo provincial.

31/03/2024  Última atualização 09H32
Obras de asfaltagem de cerca de 20 quilómetros do troço Samba-Caju até à Banga mereceram uma avaliação dos deputados © Fotografia por: Nilo Mateus | Edições Novembro

De acordo com o porta-voz do grupo de parlamentares, Osvaldo Caculo, que falava ao Jornal de Angola, durante uma visita de trabalho, que serviu para constatar o andamento das obras, a situação actual das vias de acesso é preocupante, sobretudo por o troço representar a "tábua de salvação” para o crescimento sustentável da região.

Embora haja trabalho ininterrupto, onde se verifica a asfaltagem de cerca de 20 quilómetros do troço Samba-Caju até à Banga, o deputado entende que as obras deviam ser mais céleres, facto que, na sua opinião, continua a criar sérios transtornos aos automobilistas que circulam naquela região.

"Há a necessidade de continuarmos a nos bater em sede da Assembleia Nacional, de modos a persuadir o Governo para o término da execução do projecto”, disse, para acrescentar que a via em referência consta de um dos principais compromissos assumidos pelo Presidente da República para a província do Cuanza-Norte.

"Acredito que, no orçamento do próximo ano, possa haver dinheiro para a conclusão desta empreitada”, sustentou.

Osvaldo Caculo realçou, ainda, que o troço entre a zona do Kianvo à sede de Quiculungo deverá, também, ser asfaltado nos próximos tempos, enquanto são preparadas  condições financeiras, tendo em conta o número de aldeias e populações ribeirinhas e importantes para a coesão demográfica e territorial para o Governo do Cuanza-Norte.

 
Unidades orçamentadas

As dificuldades financeiras enfrentadas pelos gestores dos hospitais municipais de Quiculungo e Bolongongo, na província do Cuanza-Norte, na compra de medicamentos, equipamentos e pagamento de serviços auxiliares, são encaradas pelos deputados do círculo provincial do Cuanza-Norte como motivos para que possuam orçamento próprio.

Em face disso, o porta-voz do grupo de deputados residentes, Osvaldo Caculo, esclareceu que os parlamentares do Cuanza-Norte vão, dentro dos próximos dias, sugerir ao Parlamento a criação de orçamentos específicos, para que as referidas unidades sanitárias possam obter valências financeiras, que as ajudem na aquisição dos meios necessários ao devido funcionamento.

O deputado fez saber, ainda, que os funcionários do hospital de Quiculungo, que trabalham, há mais de 20 anos, sob contrato, vão passar para o regime geral, através de um acordo entre os deputados e a administração local.

Osvaldo Caculo acredita que os municípios da Banga, Bolongo e Quiculungo podem, no decurso deste ano, contar com novas ambulâncias, no âmbito do programa de reforço de viaturas de apoio às principais unidades sanitárias do país, desenvolvido pelo Governo.

O deputado deu a conhecer, também, que sugeriu ao administrador de Quiculungo a criação de sinergias para a construção de um imóvel, com vista a albergar a Direcção Municipal da Educação, que funciona, actualmente, num compartimento da Escola Politécnica do II Ciclo local.


Aplaudida construção de novos hospitais e escolas

O grupo parlamentar do círculo provincial do Cuanza-Norte, integrado por deputados do MPLA e da UNITA, não escondeu, durante a visita de constatação e fiscalização das acções do Governo a nível dos municípios, a satisfação ao constatar o surgimento de novos empreendimentos sociais ligados aos sectores da Saúde e Educação.

Os deputados consideram que as infra-estruturas contribuem para uma nova era na região e permitem melhorias no atendimento à população, no que toca à assistência médica e medicamentosa às grávidas e aos recém-nascidos, a par da inserção de mais crianças a nível do sistema de ensino.

A construção do primeiro centro materno-infantil, projectado para albergar 20 camas, e duas escolas, com oito e sete salas de aula, erguidas a nível da sede municipal e comunal de Kikiemba, marcam as acções de crescimento social de Bolongongo para o presente ano económico.

No município de Bolongongo, o grupo de parlamentares composto por deputados da UNITA e  do MPLA constatou, a nível da comuna de Kikiemba, que dista a 60 quilómetros da vila, a situação da paralisação das obras de reabilitação do posto de saúde e do comando da Polícia Nacional, para além da escassez de distribuição e consumo de água potável e o desabamento de uma ponte metálica, que liga a região com a localidade de Vista Alegre, na província do Uíge.

De acordo com o director do Gabinete Municipal da Saúde de Bolongongo, Barros Pegado, o Centro Materno Infantil é o primeiro do género a nível do município, tendo a execução física na ordem de 85 por cento, e abarca áreas de neonatologia, pós-parto, consulta e internamento para gestantes, consultório e espaços administrativos.

A obra está a ser erguida na sede municipal de Bolongongo, no âmbito do PIIM, estando a construção, iniciada no ano passado, orçada em 70 milhões de kwanzas, dos quais 80 por cento pagos pelo Estado, prevendo-se estar concluída dentro de três meses.

Barros Pegado referiu que a conclusão do Centro Materno Infantil vai desafogar o hospital municipal, criar  mais espaços para outros serviços, para além de permitir o tratamento específico de mulheres e recém-nascidos a nível da região, evitando que parturientes locais percorram longas distâncias  em busca de cuidados especializados para terem filhos. Jordina Jorge, parteira do hospital de Bolongongo, refere que, actualmente, o município conta com uma média mensal de 50 partos, enquanto até 2018 os registos apontavam para o nascimento de 20 crianças em cada 30 dias.

"O local apropriado para a realização de partos é o hospital, por isso temos incentivado as grávidas a aderirem às consultas pré-natal e, por causa destas informações, temos melhorias na adesão aos nossos serviços”, disse.

A região conta com um total de  40 parteiras, entre institucionais e tradicionais, que, segundo Jordina Jorge, são necessárias mais 40 para responder à demanda do município.

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