A costa marítima angolana vai ser protegida, em breve, com sistema de telecomunicações, garantiu ontem à imprensa, o chefe da Direcção de Telecomunicações da Marinha de Guerra Angolana (MGA).
O contra-almirante António Castro falava no fim de uma visita que um grupo de 15 oficiais da MGA efectuou ontem às instalações do Centro de Controlo de Emissão de Satélite, na Funda, em Luanda, para troca de experiências. O segundo comandante da Marinha de Guerra, vice-almirante Francisco Maria Manuel, chefiou a delegação que foi recebida pelo ministro das Telecomunicações e das Tecnologias de Informação, José Carvalho da Rocha.
António Castro disse que o Centro de Controlo de Satélite da Funda é uma das áreas importantes para o país, em particular para as Forças Armadas Angolanas. Com efeito, a MGA pretende construir um centro de coordenação marítima. A visita de ontem serviu para a troca de experiências.”Dentro dos projectos que a Marinha tem, o satélite vai dar grande ajuda”, referiu.
O chefe da Direcção de Telecomunicações da Marinha de Guerra Angolana anunciou, para breve, a implementação de um projecto de protecção por via de telecomunicações, com a construção de um centro tecnológico da MGA, onde serão usadas comunicações por via satélite para as navegações oceânicas e para as plataformas de alguns navios de alta proporção que irão navegar as águas marítimas angolanas. O Centro de Controlo de Emissão de Satélites, disse António Castro, é uma infra-estrutura importante, única a nível da África Austral, com qualidades para servir os interesses de Angola e dos países vizinhos.
“O Centro Tecnológico da Marinha vai fazer coberturas de algumas regiões navais e militares aéreas e as comunicações além de feitas via rádio também passarão a ser por via satélite”, esclareceu aquele responsável.
O director-geral do Gabinete de Gestão do Programa Espacial Nacional do Ministério das Telecomunicações e das Tecnologias de Informação, Zolana João, acrescentou que o Centro de Controlo de Emissão de Satélites dispõe de soluções tecnológicas que convergem com a actividade da MGA. A visita, disse, serviu para a troca de experiências entre militares e técnicos do centro.
Zolana João disse que os visitantes foram informados sobre os sistemas de engenharia, climatização, de controlo de energia eléctrica, controlo dos satélites e das trajectórias que um satélite pode dar. O Centro, declarou, está a receber sinais de satélites russo e europeu, no âmbito das compensações decorrentes do contrato do “AngoSat 1”.
“Os sinais que o centro recebe permitem monitorizar a saúde dos satélites e aferir a qualidade dos serviços que são prestados ao país. Em termos de compensações, estamos bem, o centro está a comunicar com os satélites desde a Abril”, frisou.
Segundo Zonala João, a capacidade dos sinais recebidos dos dois satélites correspondem a um terço da capacidade do AngoSat 1 e servem para prover serviços de telecomunicações, mas não é suficiente para as necessidades do país.
Durante a visita dos militares da Marinha às instalações do Centro de Controlo de Emissão de Satélites, o ministro José Carvalho da Rocha disse que, na fase da contratação do AngoSat 1, os russos permitiram apenas a fiscalização angolana.
Relativamente ao assunto, o director-geral do Gabinete de Gestão do Programa Espacial Nacional do Ministério das Telecomunicações e das Tecnologias de Informação considerou que foi uma boa decisão, porquanto permitiu, nos últimos cinco anos, a formação de 47 quadros angolanos na área espacial, a nível de licenciatura, mestrado e doutoramento. “Acho que esta proibição foi boa e obrigou-nos a ir atrás do conhecimento”, disse.
Os membros da delegação da MGA percorreram as diversas áreas que compõem o Centro de Controlo de Emissão de Satélite e receberam explicações dos técnicos sobre o funcionamento.
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