Economia

Kixicrédito emprestou 500 milhões de dólares

A sociedade de microfinanças Kixicrédito empregou, nos últimos 20 anos, mais de 500 milhões de dólares no financiamento de uns 400 mil projectos, soube o Jornal de Angola do director da companhia, Joaquim Catinda.

29/09/2018  Última atualização 08H00
Arimateia Baptista | edições novembro | Huíla © Fotografia por: Sociedade está implantada em 17 das 18 províncias e conta com mais de 25 mil clientes activos

Os financiamentos beneficiaram pequenos negócios dos sectores do comércio e prestação de serviços, afirmou Joaquim Catinda, realçando que a taxa de reembolso foi de 95 por cento até ao ano 2015, com um nível de incumprimento na ordem dos 5,00 por cento.
Já nos últimos três anos, o número de devedores subiu de 5,00 para 11 por cento, o que a fonte atribuiu à crise económica e financeira que assolou o país.
A Kixicrédito é uma sociedade de microcrédito licenciada pelo Banco Nacional de Angola (BNA) em 2008, mas que actua no mercado da microfinanças desde 1999, com a execução do programa “Women Enterprise Development” promovido pela organização não-governamental canadiana Development Workshop (DW), do que resultou a criação do “Sustainable Livellihood Program (SLP)”.
O grosso dos fundos para os empréstimos provêm de financiadores internacionais - os chamados veículos de investimentos em microfinanças (MIV ) -, nomeadamente a Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (AECID), Cooperação Espanhola Internacional para o Desenvolvimento (AECID) e International Finance Corporation (IFC), do grupo Banco Mundial.
A sociedade opera em 17 das 18 províncias e conta com mais de 25 mil clientes activos, mais de 60 por cento dos quais são mulheres.
O pacote de produtos disponíveis para o financiamento são o KixiSolidário, KixiSolidário Reforçado, KixiNegócio e KixiCasa, com os empréstimos - de 200 mil a um milhão de kwanzas - a serem concedidos de três e a 12 meses e a taxas de juros de 4,9 por cento.

Potencial de crescimento
Segundo o director executivo, actualmente, a carteira de créditos está estimada em 400 milhões de kwanzas para dois mil projectos mês, o que disse revelar que o microcrédito é um poderoso instrumento de sustentabilidade das famílias angolanas.
O responsável perspectiva que a actividade de microfinanças possa ser uma aliada do Executivo no combate à pobreza, por via de uma inclusão financeira abrangente. “Os bancos já apresentam o microcrédito como um serviço a prestar e o BNA apresenta-se mais cooperante com o sector”, afirmou.
Joaquim Catinda disse, por outro lado, que o sector do microcrédito precisa de regulamentação, onde poderiam ser criadas as condições e incentivos para o financiamento interno.
Isso, acrescenta, “permitirá alargar os apertados prazos de reembolso que as instituições de microcrédito têm vivido até ao momento, por factores como a exposição cambial, associada aos constrangimentos de licenciamentos e reembolso de compromissos com credores internacionais.”
Com o aumento desses prazos, pode-se reduzir as taxas de juro do crédito aos micro-empreendedores, tornando o mercado mais dinâmico e competitivo, ao mesmo tempo que se  transforma a vida de um maior número de cidadãos, disse Joaquim Catinda.