Economia

Produção cobre até 80 por cento da procura

A campanha agrícola 2019-2020, que arranca em Outubro, está projectada para cobrir de 70 a 80 por cento das necessidades alimentares do país, declarou o director-geral adjunto do Instituto de Desenvolvimento Agrário (IDA).

17/09/2019  Última atualização 19H06
Vigas da Purificação | Edições Novembro © Fotografia por: Agenda institucional prevê a expansão do cultivo de cereais

José Fernandes disse em entrevista à Angop que a oferta estabelecida para a campanha agrícola é uma emanação do Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN), sublinhando que 90 por cento dos produtos agrícolas consumidos no país são fornecidos pelo sector da agricultura familiar.
O sector agrícola, que na época passada, encerrada em Março, ocupou uma área lavrada de 440 mil hectares, teve menor influência na procura de produtos agrícolas, de acordo com o director-geral adjunto do IDA.
José Fernandes anunciou que, para a campanha agrí-cola 2020, que inicia em Outubro, o Estado reforçou as ajudas ao sector da agricultura familiar, em médias que chegam a superar quatro vezes a assistência prestada na campanha passada.
O reforço inclui 60 mil novas charruas, 20 mil toneladas de fertilizantes (compostos e simples), sementes, calcário dolomítico, diversos instrumentos de trabalho e assistência técnica a mais de 1, 3 milhões de famílias camponesas.
O Governo, prosseguiu o responsável, disponibiliza três mil toneladas de sementes de milho melhorado, 200 de feijão, cem de massambala e cinco de sementes de algodão, para fomentar o cultivo desse produto.
José Fernandes realçou uma aposta no aumento da produção do milho, feijão, massango e massambala, além da mandioca, batata-doce e arroz, para contrapor ao défice que a agricultura familiar regista na oferta de bens alimentares ao mercado nacional.
Segundo o responsável, prevê-se a expansão da produção de massambala e massango nas regiões em que o cultivo não é tradicional, como Cabinda, Uíge, Malanje, Cuanza-Norte, Bengo e Luanda, bem como a constituição de stocks de cereais para escoamento no Sul de Angola em caso de seca, como acontece actualmente.
Também será assegurada a sustentabilidade dos programas de avicultura comunitária, com o fornecimento de ração e o relançamento da produção do arroz nas províncias do Moxico, Lunda-Sul, Huambo e Bié.
Nesta campanha, o sector agrícola conta com uma dotação de cerca de 0,4 por cento do Orçamento Geral do Es-tado, uma percentagem insuficiente para alavancar a agricultura e superar o défice alimentar em Angola, de acordo com José Fernandes, que considera que o sector necessita de cerca de 10 por cento do OGE.
“A maior preocupação do sector agrícola centra-se na superação do défice alimentar que Angola regista, mas este problema não está a ser resolvido por causa dos parcos recursos financeiros disponíveis”, afirmou.
Além do fraco financiamento institucional, o salário pago aos técnicos agrários é ainda baixo, facto que tem provocado a fuga de quadros no sector, enfraquecendo a agricultura familiar.

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