Danda fez esse anúncio durante um encontro com militantes da UNITA, no âmbito da campanha com vista à eleição do novo líder do maior partido da oposição. O também deputado defendeu a redução da composição do Comité Permanente do partido, actualmente composto por mais de 50 membros. A ideia de Raul Danda é tornar o órgão de cúpula da UNITA mais eficiente na to-mada de decisões.
Caso mereça a confiança da maioria dos 1.050 delegados ao congresso, o candidato promete, igualmente, elevar o número de mulheres nos cargos de decisão do partido.
Durante o encontro, Raul Danda negou que a UNITA seja um partido tribalista e apontou o seu caso, natural de Cabinda, que está na direcção cessante e candidata-se, agora, para a liderança do partido. “A UNITA não é tribalista! É tudo mentira! Um exemplo sou eu. Sou de Ca-binda. Por isso é que (a UNITA é o acrónimo de) União Na-cional, porque congrega todas as raças e tribos” do país, declarou o vice-presidente cessante.
Raul Danda, que completa 62 anos no mesmo dia em que começa o Congresso da UNITA, é jornalista e é licenciado em Gestão de Empresas pela Universidade Lusíada de Angola. Deputado desde 2008, já foi presidente do grupo parlamentar da UNITA.
Raúl Manuel Danda é o quarto candidato à presidência da UNITA a apresentar o seu manifesto eleitoral na província do Huambo, depois de Adalberto da Costa Júnior, no dia 21, Alcides Sakala Simões e Abílio José Kamalata Numa, ambos no último domingo. Além destes, a disputa conta ainda com Estêvão Pedro Kachiungo, que também era aguardado ontem no Huambo.

Numa nega pretender
hostilidades no país
O general na reserva Abílio José Kamalata Numa refutou, domingo, rumores de que pretende liderar o partido para instaurar um clima de guerra e hostilidade no país, como ocorrido durante cerca de três décadas. Ao apresentar o seu manifesto eleitoral aos militantes, amigos e simpatizantes da UNITA na província do Huambo, Abílio Kama-
lata Numa afiançou que a guerra faz parte do passado e que, pelas suas consequências nefastas, deve ser esquecida, para que o país continue na rota do progresso.
Segundo o político, as suas intenções são, essencialmente, as de elevar o grau de organização partidária e de maturidade política da UNITA, para que esteja à altura dos desafios políticos do país. Numa salientou que, caso seja eleito, vai usar a sua experiência para ajudar o partido a desenvolver uma política que contribua para a consolidação da democracia, bem como a preservação e manutenção da paz e estabilidade nacional.
“O meu principal objectivo na liderança da UNITA será o de trabalhar na reconcilia-ção dos angolanos, lançar os fundamentos do verdadeiro Estado Democrático de Direito para Angola e do Projecto do Muangai”, disse Numa, adiantando que o seu programa consiste em reestruturar a UNITA com base nos seus princípios, para que seja um partido ca-paz de responder aos anseios dos angolanos. Militantes e dos angolanos, em geral.
Apelou ao voto dos delegados locais ao XIII congresso, a realizar-se de 13 a 15 de Novembro, que vai eleger o substituto de Isaías Samakuva, no cargo desde 2003.
“O futuro do partido depende de vós, em eleger, num ambiente democrático, um líder capaz de somar vitórias e alcançar as metas preconizadas para o bem-estar dos militantes e dos angolanos, em geral”, sustentou.
Natural do Cubal, província de Benguela, Abílio José Kamalata Numa ingressou na UNITA em 1974. É mestre em Direcção Estratégica e Gestão de Inovação e exerceu vários cargos de direcção no partido, com realce para o de secretário-geral.

Vitorino Nhany: “Alcides Sakala é o melhor”

Entre os cinco concorrentes à liderança da UNITA, Alcides Sakala Simões apresenta-se como o único que se identifica, nas suas linhas de actuação, com os princípios constantes do projecto de sociedade de Muangai, idealizado, em 1966, pelo fundador do partido, Jonas Savimbi.
A afirmação foi feita, domingo, no Huambo, por Vitorino Nhany, coordenador da campanha de Alcides Sakala, à margem da apresentação do manifesto eleitoral do candidato à sucessão de Isaías Samakuva.
Em declarações à imprensa, Vitorino Nhany disse que o projecto Muangai contempla princípios como a liberdade, independência total da pátria, democracia, igualdade, busca de soluções económicas e a soberania expressa na vontade do povo. “Estes princípios estão bem patentes no manifesto eleitoral de Alcides Sakala, constituindo-se, assim, no único capaz de dar continuidade aos ideais do fundador do partido”, considerou o também deputado.
Vitorino Nhany disse que o programa eleitoral de Alcides Sakala dá, igualmente, continuidade ao trabalho feito pelo presidente cessante, Isaías Samakuva, com o propósito de continuar a promover a unidade entre as várias sensibilidades do partido, aprofundar o processo democrático e resolver todos os aspectos pendentes.
Nhany referiu ainda que Sakala quer tornar a UNITA num partido capaz de fazer o seu verdadeiro papel de oposição, com o objectivo de ajudar o Governo na resolução dos problemas sociais e económicos que assolam a população.
* Com Angop
os angolanos, como o combate à pobreza, a dinamização do sector industrial no quadro dos desafios da diversificação da economia nacional, assim como a promoção de uma educação com qualidade e a melhoria da assistência médica.
Alcides Sakala Simões, que ingressou na UNITA em 1974, nasceu na Missão Evangélica do Chilume, Bailundo, em Dezembro de 1953. Deputado a Assembleia Nacional, é licenciado em Relações Internacionais pela Universidade Lusíada de Angola e mestre em Relações Internacionais e Estudos Europeus pela Universidade de Évora.
Secretário cessante para as relações internacional do partido e porta-voz da UNITA, Sakala já foi igualmente presidente do grupo parlamentar do partido.

Além de Abílio Kamalata Numa e Alcides Sakala, concorrem igualmente à liderança da UNITA o vice-presidente do partido, Raul Danda, o presidente e 1º vice-presidente do grupo parlamentar, Adalberto Costa Júnior e José Pedro Kachiungo, respectivamente.