Economia

Empresários mobilizados para adesão ao PRODESI

Domingos Mucuta | Lubango

Jornalista

Os empresários huílanos estão cépticos quanto à consistência do Programa de Apoio à Produção, Diversificação das Exportações e Substituição das Importações (PRODESI) devido às experiências “mal sucedidas” de iniciativas anteriores, situação que se procura ultrapassar com a mobilização dos empresários para acreditarem no programa, de acordo com o presidente da Associação Agro-Pecuária, Comercial e Industrial da Huíla (AAPCIL).

27/04/2021  Última atualização 09H15
Huíla tem até ao momento o maior número de inscritos no Portal da Produção Nacional © Fotografia por: Arimateia Baptista | Edições Novembro
Paulo Gaspar disse que o elevado cepticismo dos empresários é normal e  justifica-se pelo facto de muitos programas anteriores lançados pelo Governo para apoiar a classe empresarial e dinamizar a diversificação da economia não terem dado bons resultados."Há um cepticismo muito grande, e isto fruto de outros programas anteriores que não deram em nada”, afirmou.

Segundo o líder empresarial, têm dito aos empresários que de facto o PRODESI está a funcionar. Os empresários devem candidatar-se, por meio de inscrição no Portal.Ainda assim, reconhece, há muitos problemas sérios relacionados, sobretudo, com o excesso de burocracia da banca comercial, embora o Ministério da Economia e Planeamento tenha criado  mecanismos para a efectiva simplificação do processo.

O presidente da maior associação empresarial do Sul de Angola acredita na seriedade do PRODESI, cujo sucesso depende do acompanhamento do Ministério de tutela para evitar a letargia e burocracia dos bancos na operacionalização do financiamento aos empresários do sector produtivo."Passo a passo, estamos a tirar os obstáculos. Acreditamos que muito em breve o PRODESI vai funcionar a 100 por cento”, argumentou, confiante no sucesso dos programas e no aumento da produção nacional.

Paulo Gaspar considerou ainda irrisório e muito pouco satisfatório o número de empresas da Huíla financiadas até aqui, embora a província seja a que está com maior número de produtores inscritos no Portal da Produção Nacional (PPN)."Registamos 18 associados financiados dentro do PRODESI e temos mais de 300 processos em andamento e a maioria no bom caminho, pois estão na fase de desembolso. Acreditamos que a Huíla terá, este ano, entre 100 a 150 projectos aprovados e financiados”, referiu.
Valor dos financiamentos
O director do gabinete provincial de Desenvolvimento Integrado, Manuel Machado Quilendes, informou que no âmbito do Prodesi 21 empresas foram financiadas, 15 com o pacote de alívio económico e seis pelo aviso 10 do Banco Nacional de Angola, num investimento total estimado em cerca de 12,8 mil milhões de kwanzas.

Agricultura, pecuária, indústria transformadora e comércio são os sectores de actividade das empresas financiadas na Huíla, província sem ainda cooperativas contempladas pelo crédito. A Associação Agro-pecuária, Comercial e Industrial e da Huíla (AAPCIL) conta com mais de dois mil filiados, entre grandes e pequenos empresários, e apadrinha o Fórum de Jovens Empreendedores da Huíla.

  AAPCIL vira atenções para os municípios

A Associação Agropecuária, Comercial e Industrial da Huíla vai, nos próximos anos, prestar mais atenção aos sectores económicos dos municípios da província para revitalizar a actividade empresarial e estimular a produção nacional, anunciou, ontem, no Lubango, o presidente da agremiação.Paulo Gaspar, reconfirmado no cargo depois da assembleia de renovação de mandatos, realizado na sexta-feira, afirmou que o interior da província merece prioridade, pois acredita que "é nos municípios onde deve começar a verdadeira diversificação da economia angolana”.

O empresário tem mais quatro anos para dirigir os destinos da associação empresarial, que tem pela frente os desafios de influenciar a banca para o acesso ao crédito e a divisas, a regularização de atrasos nos pagamentos por parte do Estado, a sobrecarga tributária sobre as transacções comerciais e outras. "Temos convicção que há muito por fazer. Uma das prioridades, no futuro, será sem dúvida dar uma maior atenção aos nossos municípios, pois acreditamos que é lá onde devemos começar a verdadeira diversificação da economia”, frisou.Paulo Gaspar disse que neste mandato vai prestar atenção no aumento do património da associação, com a recuperação do prédio ocupado no centro da cidade, cujo caso está em juízo para a decisão definitiva.

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