Economia

Empresários realçam impacto do Corredor do Lobito no apoio aos negócios no Huambo

Justino Victorino | Huambo

Jornalista

Os empresários, produtores agrícolas e pecuários, e economistas da província do Huambo destacam o impacto do Corredor do Lobito no desenvolvimento da economia local e de todas as províncias que tiveram a oportunidade de ser cruzada por este imponente investimento do Executivo angolano.

20/07/2024  Última atualização 11H32
WInvestimentos realizados e os que ainda deverão ser mobilizados para a cadeia logística animam uma das províncias do corredor © Fotografia por: Paulo Mulaza | Edições Novembro

O empresário do projecto Agro-Industrial, Alimentos, Turismo e Comércio "IALTURC” e proprietário da Fábrica de Farinha da Caála, Felisberto Capamba, destacou que o Corredor do Lobito vai continuar a proporcionar o método mais eficiente de movimentação de pessoas e bens, entre a cidade portuária do Lobito (em Benguela), Huambo, Bié e Moxico, em Angola, e as partes ricas em minerais da República Democrática do Congo (RDC) e do Cinturão de Cobre da Zâmbia.

Na sua perspectiva, o Corredor do Lobito é um monstro comercial e um agente propulsor do desenvolvimento económico, para os Estados que integram o mesmo e não só.

O responsável manifestou que a infra-estrutura continuará a proporcionar novos negócios, tanto de investimento empresarial e outros de âmbito familiar ao longo da sua linha, com ênfase nos serviços de apoio logístico e ao sector da Agricultura.

O empresário ligado ao ramo do agronegócio sublinhou, por outro lado, que os futuros investimentos em infra-estruturas em África, provenientes de qualquer parte do mundo, dependem do sucesso do Corredor do Lobito, servindo como o estimulador do desenvolvimento e integração da região SADC.

Felisberto Capamba salientou que este vector de comércio vai também impulsionar o regresso da mineração em grande escala ao longo do seu percurso, garantindo mais empregos, mais investimento e melhor cooperação entre as autoridades e os investidores.

Avançou que a actividade empresarial para as províncias de Benguela, Huambo, Bié e Moxico está reforçada com esta importante rota ferroviária e deve se perceber rapidamente as oportunidades de investimentos nesta rota.

Já o fazendeiro Raúl Chiwewe, ao falar sobre as vantagens e o impacto do Corredor do Lobito na actividade empresarial, das províncias de Benguela, Huambo, Bié e Moxico, realçou que, a infra-estrutura ferroviária serve como uma plataforma da dinamização da economia do país, permitindo a criação de postos de trabalho directos e indirectos para os cidadãos angolanos.

Na visão do agricultor, o Corredor do Lobito contribui de forma decisiva para a coesão e crescimento económico do interior do país, fortalecendo as trocas comerciais entre os países que integram a SADC, além de permitir o acesso logístico e escoamento, importação e exportação de bens.

Raul Chiwewe que também exerce actividade nos ramos do comércio e hotelaria, sustentou que a iniciativa do Executivo angolano, em passar a gestão e exploração do Corredor do Lobito para um consórcio, se traduz numa abordagem mais pragmática e menos ideológica, da importância da participação de outros países na economia e na busca da melhoria do bem-estar das populações.

Por sua vez, o economista Júlio Chimbilundo de Paiva realçou que o impacto do Corredor do Lobito na actividade empresarial, deve ser encarada como uma rota estratégica alternativa para os mercados de exportação da Zâmbia e da República Democrática do Congo (RDC).

Apontou que o mesmo vai contribuir para a coesão do crescimento económico do interior de Angola, visando fortalecer as trocas comerciais entre os países que integram o corredor, além de permitir o acesso logístico e escoamento de bens.

O economista deu a conhecer que a principal função do Corredor do Lobito é a promoção do comércio interno e externo, por via da oferta de serviços de transportes e logística eficientes.

 Júlio Chimbilundo de Paiva considera o Corredor do Lobito, como um "baluarte” distributivo e logístico do país, porquanto, o Porto do Lobito é o segundo maior, a seguir o de Walvis Bay, na República da Namíbia.

O entrevistado informou que, o Porto do Lobito, é o ponto de entrada e saída  de minerais e outros produtos que transitam no corredor, passando pelas províncias do Huambo, Bié, Moxico até para o Congo Democrático, Zâmbia e outros pontos da SADC.

Com o crescimento do movimento comercial ao longo do corredor, sustentou que a produção de peixe e de sal a partir de Benguela, os produtos agroindustriais e  mineiros das demais províncias podem aumentar, proporcionando o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e alavancar o crescimento da economia nacional.


 Produção agropecuária fica melhor  apoiada com mais frequências do comboio

O responsável apontou por outro lado que, a produção agrícola e de carne das províncias de Benguela, Bié, Huambo e Moxico, por via da dimensão pecuária do país, pode fomentar uma grandeza distributiva para África, através do Corredor do Lobito.

O economista admitiu que Angola tem o maior nível de pescado na província do Namibe e  Benguela, e que o Corredor do Lobito pode fomentar.

Por outro lado, salientou que os turistas da África passarão por esta via e gradualmente, deixarão crescimento a nível da região, com a aplicação de capitais em diversos movimentos.

Este Corredor vai escoar minérios do Congo e de outros pontos, para que o Porto do Lobito possa ganhar o alfandegamento e desalfandegamento, que ambos são direitos tributários aduaneiros e desta forma é o país que sai a ganhar.

"Angola, ao assinar este Consórcio, com a estrutura que explora o Corredor do Lobito, estará a fomentar  a aparição do investimento privado na agricultura, pecuária, na acção mineral, visto que a província do Huambo, tem sido o grande fomentador de granito, ouro na comuna do Samboto e Mbave, município da Chicala-Cholohanga, no Longonjo onde tem o jazigo de Terras Raras, bem como de neodímio,  que trará para a região do Planalto Central  uma grande visibilidade social em termos económicos”, destacou.

O director provincial para o Gabinete de Desenvolvimento Económico Integrado no Huambo, Manuel Vitongue reafirmou que Angola, demonstra o interesse neste Corredor do Lobito, que marca passos seguros, no que diz respeito à integração, com o fito de criar um bloco que representa a região e o fortalecer da economia, através do importante corredor de desenvolvimento.

E, acredita que hoje, a integração da economia nacional, regional e global constitui uma das grandes preocupações dos governos, visando promover o desenvolvimento económico e social.

Manuel Vitongue disse ainda que, o Corredor do Lobito, na actividade empresarial, é um projecto bem gizado pelo Executivo angolano, porque vai acelerar a diversificação da economia nacional e a criação novos empregos.

"Este projecto tem como base o Caminho-de-Ferro de Benguela (CFB), com uma extensão de 1.344 quilómetros desde a  cidade do Lobito, passando pelo Huambo, Bié e Moxico.

Manuel Vitongue certificou ser fundamental o Corredor do Lobito, por ser uma rota estratégica alternativa para os mercados de exportação da Zâmbia e da República Democrática do Congo (RDC).

Segundo revelou a estrutura vai potenciar investimentos na agricultura e comércio, no sentido de criar oportunidades de pequenos e grandes negócios na província, dinamizando a actividade empresarial.

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