O ministro da Cultura, Filipe Zau, considerou, terça-feira, em Luanda, o Jazz como um género musical inclusivo que se renova continuamente pela incorporação de novas estruturas.
Vários artistas nacionais e internacionais actuaram, terça-feira, às 20h, na Baía de Luanda, na abertura do Festival Internacional do Dia do Jazz, organizado pela Bienal de Luanda, o projecto Resiliart Angola e a UNESCO.
O Elinga Teatro estreia, hoje, amanhã, e nos dias 25 e 26, às 19h00, no espaço Teatro Elinga, na baixa de Luanda, o espectáculo “Navita, A Filha Amaldiçoada”, da dramaturga Luwengo André, com a produção artística do colectivo e direcção de José Mena Abrantes.
O texto da peça venceu a primeira edição do prémio de escrita para teatro "José Mena Abrantes” enquadrada no Circuito Internacional de Teatro (CIT), e visa fomentar a literatura teatral, premiando os textos de maior qualidade e inéditos, de autores de nacionalidade angolana ou autores de países membros da CPLP.
O elenco da peça é constituído por Margareth Zombo (mãe da Navita), Graciany Sukissa (Navita), Bernadeth Mukinda (irmão da Navita), Virgílio António (pai da Navita), Honório dos Santos (pastor), Madaleno da Fonseca (namorado da Navita), Ilda Bombota (tia da Navita), Laura (amiga da Navita), Adorado Mara (papá Kitoko) e Correia Adão Alemão (batuqueiro). Fazem parte ainda da ficha técnica da peça Anacleta Pereira (figurinos), Paulo Cochat (luz) e apoio da Soares e Nunes Soluções.
A peça põe em confronto duas crenças, traços espirituais diferentes. Forçada a abandonar a casa paterna, por causa das contradições entre as posições religiosas, Navita recorre a práticas que põem a própria vida e a do pai em risco.
Paralelamente, desenvolvem-se tensões entre as várias personagens, que confluem para um final dramático em que o espectador se vê forçado a decidir que solução está mais conforme com o que ele próprio pensa. O desafio está de pé. A peça, terá algumas falas em língua Kicongo, de modo a valorizar mais as línguas nacionais e a identidade cultural.
Pensamento crítico de Luwengo André
A vencedora do prémio de escrita para teatro "José Mena Abrantes”, Luwengo André referiu que a peça "Navita, A Filha Amaldiçoada”, aborda um conjunto de questões recorrentes na sociedade e faz uma reflexão sobre a liberdade de expressão e o respeito ao pensamento alheio. "Navita é uma personagem que reflecte o comportamento de muitos adolescentes na sociedade. A jovem recebeu uma educação religiosa dos pais, mas, ao crescer, passou a frequentar outros meios sociais, onde aprende outras culturas e decide deixar de ter fé em Cristo”.
O texto, prosseguiu, também, analisa o comportamento dos homens na questão da fuga à paternidade. Luwengo André recordou que para participar do concurso de escrita para teatro "José Mena Abrantes”, foi incentivado pelo ex-professor de Língua Portuguesa, quando estava a fazer o ensino médio.
A autora do texto disse que depois da inscrição, mostrou-se confiante e passou acreditar que poderia ser a vencedora. "Tive, inicialmente, alguns receios por ser a primeira experiência em escrever texto para o teatro. Tive que fazer muitas pesquisas.”
Luwengo Paulina Afonso André, em 2022, apresentou o áudio poético, denominado "Fiquei Maluca”. Participou em diversas antologias com realce para "Geração de Luz” e "O grito do Povo”, uma produção da editora AJEA.
Em 2022, ocupou o terceiro lugar do concurso de dramaturgia realizado pelo projecto "Leituras Assistidas” com o texto "O Abuso”, e em 2023, foi a primeira a conquistar o prémio José Mena Abrantes, no mesmo género literário, com a obra "Navita, a filha Amaldiçoada”.
Luwengo André participou, em 2019, do concurso de poesia em homenagem aos Heróis de 4 de Fevereiro. É estudante finalista do curso de Ciências da Comunicação na Universidade Jean Piaget.
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