Cultura

Estátua do governador Pedro Alexandrino da Cunha foi classificada como primeiro Património Histórico

Mário Cohen

Jornalista

O director-adjunto do Instituto Nacional do Património Cultural (INPC), Emanuel Caboco, revelou, ontem, no Palácio de Ferro, em Luanda, que a estátua do governador-geral da província de Angola, Pedro Alexandrino da Cunha (1889), é o primeiro monumento classificado no país.

19/04/2024  Última atualização 12H10
© Fotografia por: DR

Pedro Alexandrino da Cunha teve como missão, tentar "harmonizar as leis da metrópole com a prática colonial, conseguira que a administração portuguesa em Angola deixasse de depender dos direitos alfandegários que incidiam sobre as exportações ilegais.”

Emanuel Caboco que falava durante uma mesa redonda sobre o tema "A salvaguarda do Património, Material e Imaterial em Angola”, em alusão ao Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, que se assinalou, ontem, explicou que  a estátua de Pedro Alexandrino da Cunha, estava localizada junto dos Correios de Angola, na Baixa de Luanda.

Segundo o interlocutor, a estátua estava colocada numa praça histórica, edificada em 1845, com a imagem do governador. A estátua, continuou, foi construída em sua homenagem entre 1845 a 1848. "Ele ficou conhecido pela  luta contra o tráfico de escravos, entre outros feitos, com a criação do "Boletim Oficial”, que passou a ser considerado pioneiro da Imprensa de Angola”.

Emanuel Caboco explicou, também, que o primeiro Património Histórico classificado no país, foi a Igreja de Nossa Senhora da Nazaré, em 1922,  localizada na Baixa de Luanda.  "De 1889 a 1975, o país tinha apenas 40 monumentos classificados, enquanto de 1992 até este ano, já conta com 327 bens históricos classificado", disse.

Para Emanuel Caboco, o dia deve servir para  reflectir  acerca de  métodos mais eficazes para  a valorização e conservação do Património Histórico. Segundo o director-adjunto do INPC, os bens que possuem valores históricos, artísticos, culturais, científicos e que definem a identidade de uma região, devem ser preservados. O responsável afirmou, também, que a missão da preservação do património histórico não pode ser apenas da reponsabilidade do Governo.

Durante a palestra, o  director-adjunto do INPC aproveitou para esclarecer a diferença entre património imaterial e material. De acordo com Emanuel Caboco, os patrimónios imateriais são as tradições e expressões orais, como por exemplo a língua e várias manifestações artísticas de carácter performativo, enquanto os materiais são os bens tangíveis, como os prédios e colecções de arte.

O historiador e antigo director da Biblioteca Nacional de Angola, João Lourenço, que falava acerca das "Estratégias e os Critérios para a classificação de Mbanza Kongo como Património Mundial da UNESCO”, afirmou que Mbanza Kongo se tornou num lugar de memória para a humanidade por conta da originalidade africana e das funções que desempenhou para o povo ao logo da história.

Quanto à autenticidade do local, disse, os vestígios existentes em Mbanza Kongo testemunham as funções políticas, religiosas e culturais da cidade por exemplo, as fontes de água continuam a abastecer as populações e a encarnar o valor sagrado que lhes atribui.

Bens classificados

Ainda dentro da celebração do 18 de Abril, foram classificados e elevados a Património Cultural Nacional, a Igreja da Missão Católica do Cuvango, na província da Huíla, o Colégio de São José de Cluny, localizado em Luanda, a Igreja Metodista Unida de Malanje, os instrumentos musicais tradicionais, como a Marimba e Kisanjee, os géneros musicais e dança Tchianda.

Comentários

Seja o primeiro a comentar esta notícia!

Comente

Faça login para introduzir o seu comentário.

Login

Cultura