Mundo

EUA pressiona a China para abandonar a Rússia

Os Estados Unidos da América lançaram, no quadro do reforço do pacote de ajuda financeira a Taiwan, Israel e Ucrânia, aprovado há dois dias pelo Senado, uma campanha para aumentar a pressão sobre Pequim em vários pontos, incluindo no apoio à Rússia, sem perder de vista a estabilidade nas relações bilaterais.

26/04/2024  Última atualização 13H20
Secretário de Estado Blinken tenta persuadir Pequim a sair da zona de influência de Moscovo © Fotografia por: DR

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, tem a missão de influenciar uma posição de maior independência de Pequim em relação a Moscovo. Durante a visita ao gigante asiático, Blinken deve encontrar-se, também, com líderes empresariais em Xangai, o centro económico da China, no âmbito das "complexas” relações bilaterais.

Blinken, que aterrou em Xangai, na quarta-feira, realiza a sua segunda visita à China em menos de um ano, numa altura em que a cooperação entre Pequim e Washington se encontra num ponto crítico, segundo a imprensa ocidental.

A deslocação surge pouco depois de uma conversa por telefone entre o Presidente dos EUA, Joe Biden, e o líder chinês, Xi Jinping, e de uma visita semelhante à China da secretária do Tesouro norte-americano, Janet Yellen. 

No entanto, face à aprovação do novo pacote de ajuda financeira à Ucrânia, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, acusou o Ocidente  de estar a aproximar, cada vez mais, as hostilidades para uma guerra nucelar. A título de exemplo, Moscovo cita os exercícios da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), programados para amanhã, na fronteira entre a Rússia e a Finlândia, realçando que "são de natureza ofensiva”.

A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores (MRE) russo, Maria Zakharova, disse, igualmente, que os exercícios militares na Finlândia fazem parte de uma guerra híbrida contra a Rússia. "Para justificar as suas aspirações agressivas, representantes da Aliança Atlântica estão, deliberadamente, a alimentar a histeria em torno de uma imaginária ‘ameaça’ russa, incluindo a disseminação activa de insinuações sobre os planos da Rússia de atacar os Estados-membros da OTAN”, declarou Zakharova, citada pela imprensa brasileira.

Ameaça russa é existencial

A presidente da Comissão Europeia defendeu, ontem, que a Rússia representa "uma ameaça existencial não só para a Ucrânia, mas também para a Europa” e alertou que uma vitória russa "mudaria o curso da História europeia”.

Ursula Von der Leyen intervinha numa cerimónia, no Parlamento, na cidade francesa de Estrasburgo, para assinalar o 20.º aniversário do maior alargamento da história da União, concretizado a 1 de Maio de 2004 com a entrada em simultâneo no bloco de 10 novos Estados-membros. Acrescentou que é preciso transmitir  uma mensagem muito clara sobre o futuro da União Europeia.

 Biden promete acelerar ajuda a Kiev

O Presidente norte-americano, Joe Biden, garantiu que vai "começar a enviar armas e equipamentos para a Ucrânia esta semana”, de acordo com um comunicado divulgado após a aprovação no Senado, de maioria democrata.

"Assinarei esta proposta de lei e falarei com o povo norte-americano quando ele chegar à minha mesa”, disse o também democrata.  O Senado dos Estados Unidos aprovou, após meses de bloqueio, um novo pacote de ajuda militar de 61 mil milhões de dólares (57 mil milhões de euros), que pode ser enviado para Kiev esta semana.

A câmara alta do Congresso norte-americano aprovou, na terça-feira à noite, por uma maioria de 79 votos contra 18, um pacote global de 95 mil milhões de dólares (cerca de 90 mil milhões de euros) para ajudar  a Ucrânia, Israel e Taiwan.  "Uma maioria bipartidária no Senado juntou-se à Câmara [dos Representantes, a câmara baixa, de maioria republicana] para responder ao apelo da história neste ponto de inflexão crítico”, disse o Presidente Joe Biden.

Entretanto, o líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse estar "grato ao Senado dos Estados Unidos por aprovar uma ajuda vital à Ucrânia”. "As capacidades de longo alcance, a artilharia e a defesa aérea da Ucrânia são ferramentas essenciais para restaurar mais rapidamente uma paz justa”, considerou Zelensky, numa mensagem nas redes sociais.

O pacote inclui o envio de munições, incluindo de defesa aérea e munições de artilharia, pedidas pelas forças ucranianas, bem como veículos blindados e outro armamento.

Comentários

Seja o primeiro a comentar esta notícia!

Comente

Faça login para introduzir o seu comentário.

Login

Mundo