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Exército repele ataque à mina de ouro na RCA

Um ataque do grupo rebelde Coligação dos Patriotas pela Mudança (CPC) matou, no domingo, nove pessoas numa mina de ouro na República Centro-Africana (RCA), controlada por uma empresa chinesa, anunciou, segunda-feira, o Governo, adiantando que o Exército evitou o pior.

14/05/2024  Última atualização 10H14
Autoridades falam em nove mortes e vários feridos em Yaloké © Fotografia por: DR

"Neste momento, a população está em choque e a informação chega aos poucos. Condenamos este acto deste grupo rebelde ligado ao ex-Presidente François Bozizé, garantiu à Efe o deputado da subprefeitura de Yaloké-Bossembele, Auguste Boukanga, citado pela Efe.

"Os rebeldes atacaram de madrugada, mas encontraram resistência do Exército Centro-Africano", relatou um líder da sociedade civil da região, Junior Kango. A mesma fonte acrescentou que "houve, também, numerosos feridos que foram transferidos para as cidades de Gaga e de Yaloké, onde recebem cuidados médicos". No entanto, os hospitais estão cheios e alguns pacientes foram transferidos para Bangui", a capital do país. O médico chefe do hospital de Yaloké, Henri Bengué, confirmou a chegada de numerosos feridos.

O antigo Chefe de Estado Bozizé, que presidiu a RCA entre 2003 e 2013, fundou a aliança rebelde do CPC em Dezembro de 2020 com o objectivo de impedir uma eleição presidencial sem a sua participação, depois de as autoridades centro-africanas terem invalidado a sua candidatura.

Os rebeldes da aliança chegaram às portas de Bangui, em Janeiro de 2021, mas o exército conseguiu afastá-los com a cooperação das tropas da missão da paz da ONU (Minusca). A derrota militar forçou Bozizé a fugir para o exílio, primeiro para o vizinho Tchad e, depois, para a Guiné-Bissau. O sistema de justiça centro-africano condenou Bozizé a trabalhos forçados perpétuos e emitiu um mandado de detenção internacional contra ele por crimes contra a humanidade.

A RCA tem sofrido vagas de violência sistémica desde finais de 2012, quando uma coligação de grupos rebeldes de maioria muçulmana- a Séléka- tomou a capital e derrubou Bozizé, iniciando uma guerra civil.

Como resistência aos ataques do Séléka, formaram-se milícias cristãs anti-Balaka que, tal como o primeiro grupo, acabaram divididas em diversas facções armadas. Dois terços do país, rico em diamantes, urânio e ouro, ainda são controlados por milícias e, segundo a ONU, perto de 500 mil pessoas estão deslocadas internamente.

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