Paulo Gaspar explicou que não houve na edição actual condições para se ter os dados dos negócios efectuados pelos diversos bancos, notadamente o Banco Angolano de (BAI), Banco Internacional de Crédito (BIC), entre outros.

Os stands dos bancos registaram, desde o primeiro dia, enchentes que permitiram realizar depósitos por via dos caixas automáticos. A actual edição superou as expectativas, em que apesar do número de empresas, negócios e contactos estabelecidos, houve serviços realizados no recinto da Expo-Huíla com realce a abertura de contas bancárias, avaliações de projectos para financiamentos, venda de diversos alimentos, equipamentos, avaliação de projectos

"Várias empresas e pessoas singulares, além de abrirem as respectivas contas bancárias, depositaram valores e regularizaram os seus créditos”, disse, para acrescentar os 14 municípios presentes no certame, faziam-se acompanhar de empresas instaladas nas suas circunscrições.

O regresso nesta edição de empresas estrangeiras de diversos ramos, com maioridade da Namíbia, África do Sul, Zâmbia, Espanha, China, Portugal, Dubai, França e outros países, que encetaram vários contactos com empresas locais para instalação, a curto prazo, das respectivas apresentações, foi inaltecido.

Para Paulo Gaspar, o empenho dos membros da associação em parceria com as autoridades locais e não só, é de fortalecer as acções dos empreendedores locais para diversificarem as ofertas, encontrarem mecanismos para que as ofertas sejam mais acessíveis e tenham a qualidade exigida pelo mercado.

A promotora da feira ficou também surpresa com o número de visitantes cifra do em 25 000, a maioria jovens motivados em constituir os próprios negócios, em que receberam curtas formações sobre os procedimentos para constituição, formas obtenção de financiamentos e recrutamento de pessoal.

Produtos dos municípios

O número de encomendas de cereais, com destaque para o milho, feijão, massango e massambala, superou as expectativas ao atingir 13.000 toneladas, nos 14 municípios da província da Huíla, participantes na Expo-Huíla, onde alguns produtores ficaram surpresos com o facto de serem os clientes a assumir todos os encargos relacionados com a embalagem, carregamento e transporte para os destinos locais.

Carvalho Mawenge, produtor de milho e feijão em quantidades consideráveis, do município de Chicomba, enalteceu as propostas de vários clientes por assumirem encargos que têm criado vários embaraços à actividade dos camponeses.

"O nosso município ainda não tem estrada em condições para a circulação dos camiões”, revelou, para a nova forma de escoamento.

Segundo ele, agora vamos só nos preocupar com a produção em grandes quantidades para atrair mais comerciantes a virem à Chicomba comprar o milho e feijão e levarem para o Lubango, nos mercados do Mutundo, KM 42 e do Tchituno.

Empreendedores valorizam os novos negócios firmados

Os participantes à XXXII edição da Expo-Huila/2024, que decorreu de 14 a 18 deste mês, na cidade do Lubango, inserida nas Festas de Nossa Senhora, consideraram que o evento trouxe oportunidades que culminaram com a realização de negócios e criação de novas parcerias com outras empresas, principalmente na vertente de financiamentos bancários.

Segundo Vanilda Chico, coordenadora da Sociedade AGRIWOMAN, uma agremiação com fins não lucrativos criada no início deste ano por um grupo de dez mulheres empresárias e empreendedoras, apesar de ser a primeira participação, o evento trouxe resultados esperados, fundados na realização de parcerias para a captação de financiamentos, capazes de materializar um projecto virado para a mulher rural.

A responsável disse que a organização tem por finalidade apoiar mulheres do meio rural a alavancarem o seu negócio, particularmente aquelas que se dedicam à actividade do campo, e que muitas vezes enfrentam enormes dificuldades para escoar os seus produtos para a cidade ou conseguirem financiamentos para alargarem o cultivo.

Vanilda Chico citou o exemplo de uma mulher do município do Cuvango, com fortes tradições no cultivo de cereais, que na última campanha agrícola colheu perto de cem toneladas de milho, mas que por falta de meios para escoamento vendeu o produto a preços muito abaixo do seu valor a compradores que lá chegaram vindos de vários pontos do país.

O objectivo é ajudar essa classe de mulheres a legalizarem a sua actividade para conseguirem financiamentos de instituições bancárias, e com isso direcionar melhor os seus negócios.

A responsável explicou que desde a sua criação a agremiação já conseguiu formar e legalizar quatro cooperativas de mulheres produtoras nos municípios da Humpata, Lubango e Chibia. E na Feira, está a buscar parceiros para financiar o projecto, uma presença que considerou frutífera, dado o interesse manifestado por alguns participantes.

Já a empresa Angotel, virada para as tecnologias, sai do evento fortificada, conforme Vagner Kilola, representante comercial da empresa, por ter conguido vender várias unidades dos seus produtos e expandido a marca e o nome da empresa.

"Na Expo, oferecemos diversos produtos, desde telefones, computadores de última geração, como laptops, computadores de mesa, impressoras de marca Canon, televisores plasmas, desde as normais até às de última geração como as smart TV, que já são conectadas a internet, além de vários acessórios, é no final consideramos positiva a nossa participação", afirmou.

Muitos visitantes aderiram os produtos da empresa, assim como tiveram várias solicitações de parcerias.

 Além de empresas, estiveram no certame instituições representando os municípios da província, como o caso do Cuvango, que apresentou aos potenciais investidores as riquezas locais, sobretudo dos ramos madeireiros, agrícola e da apicultura.