“A fuga”, a primeira longa-metragem de Tuti Fernández, defende que não há idade para aproveitar as oportunidades, mesmo que isso signifique romper com o que está estabelecido. É a ideia que fica na cabeça do espectador ao terminar de assistir “A fuga”.
Os realizadores Eurico Pereira, com o filme “Ondjélua”, Delfino Ndalila, com “Maria, uma vida no Escuro”, Aneth Silva, com “Itanda”, Miguel Manuel, com a curta-metragem “Os Reis do Leste”, Eltina Gaspar, com “Olha e me Ouvirás”, e Henrique Sungo, com o documentário “A Journey to self Love”, são os finalistas da 3ª edição do Festival Internacional DocLuanda, na categoria de Melhor Filme Competição Nacional e Prémio Cidade de Luanda.
O evento, que vai decorrer de 16 a 24 deste mês, no Camões - Centro Cultural Português e no Instituto Guimarães Rosa, em Luanda, homenageia, este ano, o cineasta angolano Mariano Bartolomeu, pelo inúmero contributo ao cinema pós-Independência.
Para esta edição, o júri Internacional será composto pela investigadora Maria do Carmo Piçarra e pelos cineastas Femi Odugbemi e Dikizeko Matuzeyi, enquanto para o nacional fazem parte a cineasta Kamy Lara, vencedora da 1ª edição do DocLuanda, com o filme "Para além dos teus passos”, a historiadora e argumentista Isilda Alves Coelho, o actor Sérgio Oliveira e os críticos de arte Edson Macedo e José Baptista.
Em declarações, ontem, ao Jornal de Angola, o mentor do projecto, Jorge António, explicou que as expectativas são grandes, porque o festival, de periodicidade anual, tem vindo a crescer a cada edição e prova disso é o número de parceiros que querem trabalhar com o DocLuanda. "Desta forma, o festival poderá crescer com mais salas, filmes e convidados”, disse.
A grande novidade para este ano, sublinhou, são os prémios monetários e o prémio "GPL - Luanda precisa de ti”, que vai distinguir filmes que transmitem mensagens positivas à sociedade.
Além do Troféu Homenagem, atribuído este ano ao cineasta e artista plástico António Ole, Jorge António explicou que vai ter o Troféu "Sarah Maldoror”, para homenagear a pioneira do cinema africano e angolano e que visa, igualmente, distinguir uma figura do cinema fora do género documental.
"Este ano o DocLuanda terá dois espaços a funcionar, o Camões com o Lodge, a Feira do Livro e do DVD, a sala de exposições, o auditório e o Cinemax Fortaleza, com a sala um a exibir filmes do Festival. As sessões continuam a ser gratuitas, com excepção das sessões por convite”, explicou.
Jorge António reforçou que será realizada, também, uma palestra com Igor Fortes sobre "Copyright”, um seminário sobre fotografia com Rui Tavares e uma sessão especial, enquadrada nos 30 anos da 1ª co-produção luso-angolana, "O Miradouro da Lua”, que conta com a parceria do Cine-Zunga.
Diferente da edição passada, explicou, a terceira edição abrirá um concurso de apoio ao desenvolvimento de projectos documentais. "Na primeira fase serão feitas as inscrições e na segunda a defesa dos projectos em sessões de pitching durante os dias do Festival”, disse o também cineasta, acrescentando que "nesta edição teremos novamente uma mesa-redonda com os parceiros da LAC. Este ano, a actriz Dicla Burity fará dois directos com convidados que vão debater sobre Arquivos, Críticas e Estética”.
O DocLuanda pretende, nas próximas edições, continuar a estender a sua acção a outras vertentes artísticas, podendo integrar também na sua programação concertos, exposições, artes performativas, entre outras formas de expressão artística que melhor representam a cultura angolana.
O Festival, direccionado ao cinema documental em Angola, tem um fundo pedagógico e serve para incentivar o intercâmbio cultural, estabelecer uma visão contemporânea do Mundo e de Angola através do cinema e da sua história, contribuindo, desta forma, para o desenvolvimento futuro do cinema angolano.
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