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Frustrada uma tentativa de golpe de Estado na Bolívia

O comandante demitido Juan José Zuñiga, acusado de uma "tentativa de golpe de Estado" contra o governo do Presidente boliviano Luis Arce foi detido pela polícia na quarta-feira, à saída do quartel-general do Estado-Maior boliviano.

28/06/2024  Última atualização 16H20
Juan Zuñiga, acusado da tentativa de golpe, foi detido pela polícia à saída do quartel-general do Estado-Maior boliviano © Fotografia por: DR
A detenção, divulgada pela televisão pública, ocorreu às 19h00 de quarta-feira (00h00 de quinta-feira em Luanda),  após Zuñiga liderar um grupo de soldados que com tanques invadiu a sede do Executivo na cidade de La Paz.

A Procuradoria-Geral do Estado da Bolívia tinha anunciado antes a abertura de uma investigação contra Juan José Zúñiga e todos os militares que entraram "à força" na sede do Governo boliviano em La Paz.

O general Juan José Zúñiga deixou, quarta-feira, a Praça Murillo, em La Paz, na Bolívia, após ter liderado uma tentativa de golpe de Estado no país. Também os soldados sob suas ordens se desmobilizaram do local.

Zúñiga abandonou o local no seu tanque, acompanhado dos restantes soldados, que seguiram noutros veículos militares blindados, conta a edição boliviana do La Razón.

A desmobilização, que termina com a tentativa de golpe de Estado, aconteceu após o presidente ter empossado o general José Sánchez Velásquez como comandante do Exército, Gerardo Zabala Álvarez como comandante da Força Aérea e Renán Guardia Ramírez como comandante da Marinha.

Após ter sido nomeado, o novo chefe do Exército ordenou a todas as forças militares que se desmobilizassem e regressassem aos seus batalhões. "Ordeno a todos os que estão mobilizados que regressem às suas unidades. Ninguém quer as imagens que estamos a ver nas ruas", afirmou, num vídeo divulgado nas redes sociais.

Zúñiga liderou a tomada militar da Plaza Murillo, visando entrar no palácio presidencial em La Paz,   mas foi abordado pelo presidente boliviano, Luis Arce, que o mandou recuar. Depois disso, o soldado entrou no seu veículo blindado.

Permaneceu no local até o Presidente empossar o novo alto-comando militar. Anteriormente, havia anunciado um novo gabinete de ministro e até mesmo que os "presos políticos" mantidos nas prisões devido à crise de 2019 seriam libertados.

Rússia condena acção

A Rússia condenou , ontem, a tentativa de golpe de Estado na Bolívia na quarta-feira e advertiu contra qualquer tentativa de ingerência estrangeira no país sul-americano.

"Alertamos para as tentativas de ingerência estrangeira destrutiva nos assuntos internos da Bolívia", disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo num comunicado.

Guterres pede protecção da ordem constitucional

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, demonstrou preocupação em relação à intentona militar na Bolívia e pediu  que a ordem constitucional seja protegida.

"O secretário-geral está muito preocupado pelos acontecimentos ocorridos (na quarta-feira) em La Paz, Bolívia, e com as informações sobre uma tentativa de golpe de Estado", disse Stéphane Dujarric, porta-voz de António Guterres.

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