Economia

Fundo inactivo passa a financiar combate à insegurança alimentar

Um Fundo de Assistência Especial de Emergência (SEAF) da União Africana vai ser utilizado para solucionar questões de insegurança alimentar e subnutrição que enfrentam 16 países africanos, anunciou em Addis Abeba, a comissária do Departamento para Agricultura, Desenvolvimento Rural, Economia Azul e Ambiente Sustentável Josefa Sacko.

08/05/2021  Última atualização 06H00
© Fotografia por: DR
Orçado em cinco milhões de dólares domiciliados no Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) e inactivo desde 2014, vai servir para minimizar a situação da fome e do impacto da Covid-19 nesses países.
A comissária da UA apresentou o "dossier” referente ao fundo num encontro que contou com a participação da vice-presidente da Comissão da União Africana Monique Nsanzabaganwa,  e o comissário para os assuntos para Paz e Segurança, Bankole Adeoye, bem como alguns directores e quadros seniores.

A implementação do programa de emergência prevê a entrega imediata de sementes certificadas de milho tolerante a seca, trigo, variedades de arroz e soja de alto rendimento e ainda variedades melhoradas de mandioca.
Consta também na ajuda a entrega de raças de pequenos ruminantes e alevinos de peixes para milhões de agricultores nos países afectados, entre os quais contam, além de Angola, a RDC, Chade, República Centro Africana, Níger, Mali, Burkina Faso e Serra Leoa.

Libéria, Nigéria, Sudão, Sudão do Sul, Etiópia, Somália, Zimbabwe e Moçambique completam a lista.
De acordo com Josefa Sacko, a crise alimentar é favorecida pelos problemas ambientais que "também aumentam a questão da fome . Hoje, a África carece de soluções para os processos de erosão e desertificação ocorridos com o desmatamento e áreas com solos pobres têm menos chances de produção agrícola e baixa produtividade, ao que se associa o aumento populacional”, sustentou a responsável da UA.

A Comissão da União Africana pretende apoio e liderança na reposição e reestruturação do SEAF, transformando-o num Fundo Africano para Alimentação e Nutrição para combater a fome e a desnutrição.
O novo SEAF vai abordar as questões do financiamento para levar tecnologias melhoradas em países vulneráveis e impedidos de alcançar a auto-suficiência alimentar e construir sistemas alimentares robustos que forneçam ao africano médio um complemento total de nutrientes dentro dos seus meios.

 Três de cada quatro pessoas que nascem na região da África Subsaariana são vítimas da fome, uma situação que é considerada severa no chamado "Corno de África”, onde se situa a Etiópia e a Eritreia.
A fome atinge ao menos 236 milhões de pessoas em África, de acordo com dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação (FAO).

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