O grupo de teatro Núcleo de Artes Estrelas em Palco apresentou, domingo, no anfiteatro da Escola 4 de Fevereiro, localizado na província do Cuando Cubango, a peça “Uma Bala no Escuro”, que serviu para alertar o Governo para os principais problemas que assolam a população.
A protecção dos direitos autorais, em prol dos criadores e empreendedores, só se tornará viável se estes poderem usufruir de vantagens económicas sobre as suas criações e a garantia para que tal ocorra, depende do bom funcionamento dos órgãos e das instituições que forem criadas para o efeito, destacou, sexta-feira, o ministro da Cultura.
As mulheres do grupo tradicional Katyavala do município do Bailundo dedicam- se à dança e à composição de novas canções do folclore da região do Planalto Central, tendo como principal missão o resgate dos valores culturais e a preservação das tradições.
O grupo, composto por cerca de cem mulheres, constitui o ponto mais alto da valorização da dança e da música tradicional na região, por ser o único que conquistou o prémio Nacional de Cultura e Artes, na categoria da dança, em 2014, é um dos poucos que interpreta com perfeição os estilos de épocas anteriores.
A performance e a longevidade do grupo devem ser motivo de estudo. Há 41 anos, elas estão na vanguarda da preservação de danças milenares, como o onhatcha, okondonda, otchisosi, sawaya, olundongo, katita e elisemba, que têm como objectivo principal preservar os traços tradicionais de "Mbalundu”, o seu simbolismo e rituais.
O grupo baptizado com nome do fundador do Reino do Bailundo, explora o batuque, o mussa, os olossangus ataviados nas pernas e o sopro do apito, para ordenarem a cadência da dança, no sentido de oferecer um espectáculo perfeito aos admiradores das danças típicas locais.
Durante as quatro décadas de existência, o grupo continua a espalhar o perfume das danças e a musicalidade tradicional. O colectivo de dança mais antigo do Huambo, foi criado no município do Bailundo em 1983, na altura congregando 30 membros, entre vocalistas e dançarinas, trazia o nome, isto até 1989, de grupo "Deolinda Rodrigues”.
De 1989 a 2000, passou a ser designado por "Grupo de Assalto”. A partir de 18 de Maio de 2000, passou a ser chamado por Katyavala, em homenagem ao fundador da Mbala Mbalundu, o soberano Katyavala Bwila, no século XVI.
As senhoras continuaram a desenvolver as actividades e conquistaram o seu espaço a nível da província e no país, tornando-se, um dos mais sonantes conjuntos na música e dança folclórica.
Segundo Mavilde de Assunção Alves, responsável pelo grupo, em 41 anos de existência, elas atingiram a maturidade e conhecimento profissional.
"Precisamos continuar a fazer o trabalho de recolha e divulgação dos nossos costumes como forma de deixar um legado positivo às novas gerações.
Contamos com os apoios da Ombala Mbalundu, da administração municipal do Bailundo e do governo provincial do Huambo, para garantir a continuidade do projecto na valorização e preservação da cultura dos povos”, disse.
Divergências afastaram os homens do Katyavala. ,Antes, em fase de expansão, havia no conjunto a participação masculina, sobretudo, no manuseio dos instrumentos musicais. Porém, explica Mavilde de Assunção Alves, a divergência, sobretudo de pagamento, constituiu um dos entraves para a manutenção dos homens no grupo. "Alegavam um pagamento imediato durante as sessões de ensaios e por vezes manifestavam pouca disponibilidade.”
Cansadas de pedir favores aos "machos” quando convocados para tocar os batuques, mussas e olosango, as senhoras tomaram a decisão em afasta-los.
Com esta medida, eles foram obrigadas aprender e a aperfeiçoar o manuseamento dos instrumentos musicais, em diferentes ritmos.
O surgimento do colectivo de dança tradicional, esteve na base da animação das cerimónias tradicionais levadas a cabo na Ombala Mbalundo, passando a ser uma das atracções do soberano.
Na edição do Carnaval de 2010, o tradicional Katyavala conquistou o primeiro título, sucesso que se repetiu nos anos de 2011,2012, 2013, 2017, 2019, 2023, e na edição de 2024.
Em Fevereiro de 2014, foram homenageadas pelo Ministério da Cultura, pelo seu contributo no resgate dos valores tradicionais da região, e no mesmo ano ganhou o Prémio Nacional de Cultura e Artes, na categoria de Dança.
Rejuvenescimento
Para garantir o rejuvenescimento do grupo, a responsável assegurou que está criado um subgrupo da classe infantil, composto por 40 crianças e adolescentes, chamado de Elangalagongo, que vai assumir no futuro as actividades culturais exercidas pelas mais velhas.
Nos últimos tempos, esclareceu Mavilde de Assunção Alves, muitas senhoras atingiram a idade de se aposentar, uma vez que não irão conseguir dar sequência. A agremiação trabalha arduamente com o objectivo de resgatar os estilos de dança dos antepassados, para despertar nos jovens o gosto por esta prática. A responsável espera que as novas gerações possam aprender como compor uma música, sem fugir a linha tradicional, uma vez que cada momento cultural exige o seu canto e a dança.
A paixão pela Dança
As dança espelham os contextos. Nela, as mulheres manifestam sentimentos de melancolias, alegrias, pedido de bênção aos ancestrais para chover e almejar uma boa colheita, bem como agradecem pela saúde dos familiares e das integrantes do grupo.
Mavildes
Alves revelou que, muitas vezes, são consultadas por outros grupos de dança e
cantores de diferentes pontos do país, porque querem beber das suas
experiências. Essa atitude, segundo ela, alimenta a certeza de que estão a
fazer um trabalho positivo de passagem de testemunho sobre a nossa cultura,
a nossa tradição, os hábitos e costumes dos nossos antepassados.
Gravação do primeiro disco
Mavilde de Assunção Alves disse que pretendem fazer a selecção dos melhores sucessos, para a gravação da primeira obra discográfica, já que era, desde, então, o desejo das fundadoras do conjunto e que ainda não foi materializado por falta dinheiro.
Para
tal, adiantou, precisam trabalhar mais com a finalidade de se tornar em
realidade esta ideia e na, gravar um DVD, para que sejam eternizadas e deixar
um legado às futuras gerações das "mulheres batalhadoras".
Seja o primeiro a comentar esta notícia!
Faça login para introduzir o seu comentário.
LoginAngola participa, de 29 a 31 deste mês, na 24.ª Sessão do Comité Intergovernamental para a Promoção do Retorno dos Bens Culturais aos seus países de origem e ou a Restituição em caso de Apropriação Ilícita.
A União dos Escritores Angolanos (UEA) procede, hoje, às 17h00, na sua sede, em Luanda, ao lançamento da obra “Reencontro de Vozes - Na Pele do Tambor”, uma colectânea de poesia que reúne textos de 30 membros desta agremiação literária.
Os escritores angolanos João Melo, Ondjaki e Ana Paula Tavares, aos quais se junta a poetisa santomense Conceição Lima, animam hoje, às 18h00, o painel dedicado à poesia africana, no primeiro dia da 94ª edição da tradicional Feira do Livro de Lisboa, em Portugal, que vai decorrer até 16 de Junho.
A Comissão Nacional de Eleições (CNE) moçambicana anunciou hoje que 12 formações políticas, das 43 inscritas anteriormente, já submeteram as respectivas candidaturas às sétimas eleições gerais, agendadas para 9 de Outubro.
O ministro das Relações Exteriores, chegou terça-feira, à Viena, na Áustria, vindo de Budapeste, Hungria, onde cumpriu uma visita oficial de 48 horas, no âmbito do reforço da cooperação com o país do Leste Europeu.
A Academia Diplomática Venâncio de Moura realizou, esta terça-feira, em Luanda, duas sessões de esclarecimentos de como os angolanos podem candidatar-se a uma vaga no Sistema das Organização das Nações Unidas.
Médicos do Hospital Geral da Lunda Sul, realizaram, nesta terça-feira, com sucesso, uma cirurgia fibromatose agressiva, para extrair um tumor benigno, raro, com três quilogramas, nos os glúteos( nádega) de um adolescente, de 14 anos.
A antiga primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, reuniu-se, nesta terça-feira, na capital queniana, com embaixadores africanos acreditados em Nairobi, no quadro de um processo de consultas sobre questões ligadas ao Tráfico de Seres Humanos e Trabalho Forçado.
O embaixador de Angola no Líbano, Nelson Cosme, passou em revista esta terça-feira, as relações de amizade e de cooperação com as autoridades de Beirute, tendo se concluído a necessidade de finalização dos instrumentos e Acordos reciprocamente submetidos.