As autoridades policiais controlam o liceu Quemo Mané, em Mansoa, norte da Guiné-Bissau, após manifestações violentas de alunos contra a indicação de um novo director pelo Governo, confirmou, terça-feira, o administrador sectorial, a mais alta autoridade do Estado de Mansoa, Fernando Yalá.
Os mesmos relatos indicam que o director substituído, Lassana Sanhá, terá sido detido e levado para Bissau, segundo a Lusa. O liceu Quemo Mané destaca-se na Guiné-Bissau por ser o primeiro estabelecimento do ensino público a ensaiar o modelo de autogestão, iniciativa que consiste no pagamento do funcionamento da escola por parte dos pais e encarregados de educação para garantir o salário dos professores indicados pelo Ministério da Educação, por forma a não aderirem às greves recorrentes.
"Fui informado que os alunos estavam a protestar no liceu, desloquei-me ao local, e vi-me envolvido na situação. Os alunos estavam a atirar pedras e garrafas contra a escola", disse Yalá. Os confrontos começaram quando se estava a proceder à passagem de dossiers entre o anterior e o novo director do liceu Quemo Mané, indigitado pelo Ministério da Educação guineense.
O novo director do liceu de Mansoa é Adulai Djá, um político que já esteve naquele sector como administrador, e enfrenta a contestação da população estudantil. Uma fonte da Associação de Alunos do Liceu Quemo Mané, que pediu para não ser identificada, disse à Lusa que "Adulai Djá não tem condições morais nem académicas para dirigir a escola".
De acordo com o administrador Fernando Yalá, os alunos atiraram pedras, garrafas e ainda queimaram pneus dentro das instalações do liceu, interrompendo a cerimónia de transferência de dossiers. "O novo director teve que se barricar no liceu durante mais de duas horas, até ser resgatado pelas forças de segurança". Na tentativa de retirar Adulai Djá do liceu, dois alunos e três agentes policiais ficaram feridos, após serem atingidos por pedras, acrescentou o administrador, indicando que se encontram em tratamento médico no hospital de Mansoa. Uma equipa da Polícia de Intervenção Rápida (PIR) foi de Bissau a Mansoa, onde, relataram os populares, dispersou a multidão com granadas de gás lacrimogéneo, nas imediações do liceu Quemo Mané.
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