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Hamas e Fatah buscam reconciliação na China

O Governo chinês recebeu delegações do Hamas e da Fatah, em Pequim, para negociar a reconciliação, unidade e desenvolvimento da Palestina, aproximando os dois grupos para facilitar a estabilização política e militar da Faixa de Gaza.

28/04/2024  Última atualização 10H45
© Fotografia por: DR

Um funcionário do Fatah disse à Reuters que uma delegação, liderada pelo alto funcionário Azzam al-Ahmad, partiu para a China, procedimento diplomático confirmado pela equipa de negociadores do Hamas, liderada por Moussa Abu Marzouk.

"Apoiamos o fortalecimento da autoridade da Autoridade Nacional Palestina e todas as facções palestinas para alcançar a reconciliação e aumentar a solidariedade através do diálogo", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Wang Wenbin, num encontro regular com a imprensa, na sexta-feira. No entanto, Wang não confirmou a reunião, ressalta a imprensa brasileira.

Essa é a primeira vez que uma delegação do Hamas será publicamente conhecida por ter ido à China desde o início da guerra no enclave. O diplomata chinês, Wang Kejian, encontrou-se com o líder do Hamas, Ismail Haniyeh, no Catar no mês passado, de acordo com a chancelaria chinesa.

Os dois grupos rivais não conseguiram resolver as suas disputas políticas desde que os combatentes do Hamas expulsaram o Fatah de Gaza, num curto conflito em 2007.

Diferente dos Estados Unidos da América que estão cautelosos em relação a iniciativas para reconciliar os dois grupos, uma vez que apoia a Autoridade Palestina, tendo designado, agora, o Hamas como terrorista, o movimento chinês demonstra uma notável incursão da China na diplomacia palestina, analisa a agência britânica.

As autoridades chinesas intensificaram a defesa dos palestinos em fóruns internacionais nos últimos meses, apelando a uma conferência de paz israelo-palestina em maior escala e a um calendário específico para implementar uma solução de dois Estados.

Em Fevereiro, Pequim instou o Tribunal Internacional de Justiça (TPI) a dar o seu parecer sobre a ocupação israelita dos territórios palestinianos, que considerou ilegal.

A China pressionou para que a Palestina se junte às Nações Unidas, esforços apoiados e trabalhados, também, por Rússia e Brasil, o que o principal diplomata de Pequim, Wang Yi, disse, na semana passada, que "retificaria uma injustiça histórica prolongada", conforme noticiado.

Militares britânicos entregam alimentos

Militares do Reino Unido poderão ficar encarregados de entregar ajuda humanitária no terreno em Gaza, com a ajuda de um cais marítimo que está a ser construído, noticiou, ontem, a emissora pública de rádio e televisão britânica BBC.

A emissora indicou que os Estados Unidos referiram, recentemente, que seriam militares de "um terceiro país" - possivelmente britânicos, segundo a BBC - a entregar a ajuda humanitária enviada por navio, a partir do Chipre, e transferida para terra através de um cais provisório que está a ser construído desde Março.

Embora o Governo do Reino Unido não tenha confirmado a notícia, a BBC afirmou que o Ministério da Defesa britânico está a considerar envolver-se no terreno, o que abriria um precedente de maior risco para os militares do país.

O possível papel das forças britânicas envolveria conduzir os camiões com a ajuda humanitária, que seria descarregada através do cais, e entregá-los numa área de distribuição segura na Faixa de Gaza, explicou a emissora pública.

Bombardeamento israelita mata vários civis no enclave

O número de mortos na sequência da ofensiva lançada pelo Exército israelita contra a Faixa de Gaza desde o início da guerra subiu para 34.388, revelou, ontem, o Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, controlado pelo Hamas.

Segundo as autoridades locais, pelo menos 34 pessoas perderam a vida nas últimas 24 horas, em ataques do Exército israelita. "A ocupação israelita cometeu quatro massacres contra famílias na Faixa de Gaza, nos quais morreram 32 pessoas e 69 ficaram feridas", informou o Ministério da Saúde no seu comunicado diário, em que deu conta das vítimas que foram transferidas para hospitais.

Além das 34.388 mortes, a maioria das quais mulheres e crianças, nos 204 dias de guerra registaram-se 77.437 feridos. O Ministério da Saúde da Faixa de Gaza indicou, também, que há vítimas debaixo dos escombros e nas estradas, cujos corpos não podem ser recuperados pelas equipas de emergência.

De acordo com a agência de notícias palestiniana Wafa, entre os mortos contabilizados nas últimas horas estão seis cidadãos que morreram num ataque aéreo israelita contra a cidade de Rafah, no Sul de Gaza.

       

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