Cultura

“Huambo é das regiões mais ricas em monumentos e sítios”

Estácio Camassete | Huambo

Jornalista

O Huambo é uma das províncias do país privilegiadas pela quantidade de monumentos e sítios que tem. Está rodeado de muitas belezas naturais e culturais, entre as quais muitas classificadas como Património Cultural Nacional e outras esperam chegar a esta distinção. Os esforços das autoridades para a manutenção dos locais históricos são visíveis.

22/04/2024  Última atualização 10H13
Zeferino Sevendo afirmou que cada um destes monumentos tem uma história extraordinária © Fotografia por: Estácio Camassete

O assessor do Gabinete Provincial da Cultura, Património e Comunidades Tradicionais, Zeferino Sindikile Sevendo, revelou que todos os monumentos e sítios da região estão identificados e conservados. A província está bem servida, contando actualmente com 124 monumentos e sítios, dos quais sete estão classificados como Património Cultural Nacional.

Destes monumentos classificados como Património Cultural Nacional, reconheceu que o município do Huambo lidera com quatro. Este é o caso da Estação Arqueológica do Feti, na comuna da Calima, local onde, segundo fontes históricas orais, surgiram os primeiros povos umbundu e nganguela. No município do Huambo, destaca-se, o largo Dr. António Agostinho Neto, a Ombala Grande, no Calicoque, e o Forte da Quissala.

O município do Mungo tem as pinturas rupestres de Kaniñguinli, e na Chicala Cholohanga encontram-se as pedras Ndala Kandumbo e no Cachiungo a Missão da Igreja Evangélica Congregacional em Angola (IECA) do Dondi.

"Estes locais estão controlados e gozam de protecção jurídica. Temos feito um aturado trabalho com o Ministério da Cultura no sentido de elevar mais alguns locais. Foram propostas as missões do Canhe, Cuando e da Hanga, todas da Igreja Católica, do Tchilume, da IECA, do Bongo, da Igreja Adventista do Sétimo Dia, e a Ombala Grande do Bailundo ”, salientou.

Zeferino Sindikile Sevendo afirmou que cada um destes monumentos existentes na província do Huambo tem uma história diferente e extraordinária.

O Huambo, segundo o interlocutor,  tem uma grande riqueza cultural, onde se destacam a arquitectura civil, militar, religiosa, funerária e há muitos monumentos naturais. Fez saber que a arquitectura civil diz respeito aos edifícios públicos e privados espalhados pela cidade e têm um valor histórico que merece um maior reconhecimento.

Quanto à arquitectura militar, disse que está ligada às estruturas construídas para servir os interesses militares, na defesa da integridade do território desde a ocupação colonial. Destacou aqui a Muralha Ombala do Huambo, que é conhecida como símbolo da luta de resistência dos povos nativos contra a ocupação colonial, a Fortaleza do Bailundo, Forte da Ganda la Kawe, da Caála, o actual quartel-general da Região Militar Centro das Forças Armadas Angolanas (FAA) e a antiga cadeia da PIDE-DGS na comuna de Cumbila,  antiga Katukuluka, no município de Londuimbali.

Os monumentos religiosos, referiu, têm a ver com as várias instituições cristãs espalhadas em muitos pontos da província, com destaque para as missões.

A província tem muitos outros monumentos e sítios naturais, aqueles que a própria natureza se encarregou de arquitectar, dando uma beleza inigualável a esses lugares, muitos dos quais são fontes históricas que continuam a manter viva as tradições da ancestralidade e despertam o interesse pelo turismo.

Os monumentos e sítios naturais no Planalto Central são, na verdade, vários, em que se destaca o Morro do Moco, o ponto mais alto do país e uma das sete maravilhas de Angola, o pico do Luvili, o maior monolítico do país, ambos localizados no município do Londuimbali, as pedras Kandumbo e Alemão, todas na Chicala Cholohanga, só para citar esses.

 
Sítios que são na riqueza do Huambo

Segundo fez saber o responsável, há no Huambo muito mais monumentos e sítios de muita importância turística, como são os casos da Albufeira da Missão do Cuando, a Ilha dos Amores, no Quipeio, município da Ecunha, com uma relevante história na vida das comunidades. Disse que todos esses sítios constituem uma grande fonte de riqueza, por serem também pontos de invejável importância turística.

A Ilha dos Amores, continuou, é propriedade da Administração da Ecunha, controlada pela Direcção da Cultura, e nela está a ser feito um estudo no sentido de se estruturar o espaço para se tornar um ponto de atracção turística e de arrecadação de receitas para o Orçamento Geral do Estado.

O responsável voltou a apelar à população no sentido de conservar os monumentos e sítios da província, por retratar a memória colectiva do nosso povo.

Solicitou, igualmente, aos empresários locais para investirem nas proximidades destes patrimónios, para a promoção do turismo e diversificar a economia nacional, uma vez que os locais servem ainda para atracção de estudantes, com a finalidade de garantir investigação científica.

Os investimentos ao longo dos monumentos e sítios, ressaltou, como restaurantes e outros sítios de lazer, devem constituir uma forma de aproveitar melhor esta riqueza cultural.

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