Cultura

Igrejas de Nazaré e do Cabo como património nacional

Mário Cohen

Jornalista

O ministro da Cultura, Turismo e Ambiente, Jomo Fortunato, procedeu, ontem, ao descerramento das placas de identificação das igrejas de Nossa Senhora da Nazaré, na Marginal de Luanda, e de Nossa Senhora do Cabo, na Ilha do Cabo, como Património Cultural Nacional, em alusão ao Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, que hoje se assinala.

18/04/2021  Última atualização 17H10
Joana Lina e Jomo Fortunato com o Arcebispo de Luanda © Fotografia por: Vigas da Purificação | Edições Novembro
Durante a cerimónia de descerramento das placas de identificação dos dois templos católicos, construídos no século XVII, o ministro Jomo Fortunato defendeu a necessidade da  promoção dos monumentos e sítios históricos e da valorização do património nacional, alertando para a importância da sua conservação e protecção.

A Igreja de  Nossa Senhora da Nazaré, na Baixa de Luanda, foi elevada a Património Histórico Cultural, no dia 8 de Junho de 1922, e a de Nossa Senhora do Cabo no dia 25 de Maio de 1945.
Depois do descerramento das placas de identificação dos dois mais antigos bens culturais e religiosos da capital do país, Jomo Fortunato visitou a Feira do Património - Variedades Culturais, no Largo do Pelourinho, organizada pela Administração do Distrito Urbano da Ingombota.

Na ocasião, o ministro da Cultura, Turismo e Ambiente considerou oportuno celebrar o Dia Internacional dos Monumentos e Sítios com um programa que abarca uma multiplicidade de eventos.
Com o ministro Jomo Fortunato estavam, ontem, Dom Filomeno Vieira Dias, a governadora de Luanda, Joana Lina, a secretária de Estado da Cultura para área do Património, Monumentos e Sítios, Maria da Piedade de Jesus, o director Nacional da Cultura, Euclides da Lomba, e o director provincial da Cultura, Turismo, Juventude e Desportos, Manuel Gonçalves.

Histórico
A Igreja de Nossa Senhora da Nazaré foi mandada construir, em 1664,  por André Vidal de Negreiros, artífice da libertação do Nordeste do Brasil do domínio holandês e governador de Angola, como indica uma placa sobre o portal de entrada.

A edificação da igreja foi uma forma de agradecer a Deus por ter sobrevivido a um naufrágio numa viagem do Brasil para Angola, que o levou a assumir as funções de governador em território angolano.  
A igreja foi, porém, dedicada à vitória na Batalha de Mbuíla, como indicam os azulejos historiados no interior do templo. A cabeça do Rei António I, do Kongo, morto na batalha, foi sepultada na Igreja da Nazaré. De uma maneira geral, a Igreja de Nossa Senhora da Nazaré conserva as linhas originais. A fachada, de traçado simples, tem portal único de verga recta, com uma lápide comemorativa da fundação, e é encimada por um frontão triangular com óculo. De cada lado da igreja há alpendres com arcadas, o que indica uma antiga função como igreja de peregrinação. Do lado direito há uma pequena torre sineira. 

A Igreja de Nossa Senhora do Cabo, erguida, em 1575, por comerciantes portugueses residentes na Ilha do Cabo, em homenagem a  Nossa Senhora da Imaculada Conceição, é o mais antigo templo católico da cidade de Luanda. Após a reconquista do território aos holandeses, deu-se, em 1648, início à reconstrução da igreja, terminando as obras em 1669, passando a ser chamada de igreja da Nossa Senhora do Cabo, devido à localização no extremo (cabo) da Ilha. 

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