Vivemos num mundo onde os perigos parecem espreitar em cada esquina. Ameaças externas, como desastres naturais, conflitos sociais e crises económicas, dominam as manchetes e alimentam os nossos medos mais visíveis. Contudo, há uma verdade que muitas vezes esquivamos, talvez por ser demasiado íntima e perturbadora: os maiores perigos residem dentro de nós mesmos.
A minha relação com a música é comparável à dependência incorrigível que muitos terão do alcoolismo, para não citar piores vícios. Ninguém nos separa. Eram 03:10, de madrugada, e eu escrevia ao som do “Born in the USA”, uma das mais belas “tracks” musicais de Bruce Springsteen, hoje já nos 74 anos. Como eu adoro o género deste genial compositor!
Completar-se-ia 30 dias de estada em Sea Point (África do Sul) com o passaporte de Serviço, o que demandava sair e reentrar antes de transcrever o mês de permanência. Entre Windhoek (diversas vezes visitada) e Maputo, que estava no desejo, a escolha foi para a terra incógnita, embora desaconselhado por causa de alguns tumultos no Norte daquele país.