Mário é um amigo de longa data. Tornamo-nos como irmãos, desde que uma inesperada ida ao hospital fez com que nossos caminhos se cruzassem. Ladeados um do outro no banco do hospital, ele abriu-se comigo dizendo que se algo de mal lhe acontecesse, que fosse dizer à sua Maria, que a amava.
Na semana passada, durante cinco dias, o Palácio de Ferro, em Luanda, testemunhou uma das raríssimas ocasiões em que foi enaltecida a urgência e necessidade do resgate, preservação, valorização e divulgação da nossa identidade cultural.
Numa tarde de reflexão, enquanto observava casais passeando pela praça ensolarada, perguntei-me sobre o que realmente sustenta um casamento ao longo dos anos. Entre o amor e o conhecimento, qual seria o alicerce mais forte para manter duas pessoas unidas?
A 22 de Dezembro de 1998, tive o privilégio de publicar neste jornal uma crónica de 500 palavras com o título “Amor de Gigantes”, a propósito de um workshop sobre a Saúde e a Comunicação Social nos PALOP e na Guiné-Equatorial, que decorreu na pitoresca cidade de Maputo, por iniciativa do Escritório Regional Africano da Organização Mundial da Saúde (OMS). Para quem se lembra, a comunicação social estava na moda e os “Quinhentos” também.
A razão pública e o bem comum em sociedades sobrecarregadas como a angolana: desigualdade, meritocracia e o desafio de alcançar um consenso sobreposto entre vencedores e perdedores
Era um sábado de Cacimbo de 2013, quando me mudei para cá. Tive os dias mais alegres daquele ano. Ah! Nunca mais me esqueço daquele ano. Os 86 quilómetros de distância percorridos por estrada, diariamente, na ida e volta, nunca foram, para mim, um obstáculo.
Ao longo das duas últimas décadas me tinha tornado assíduo leitor da revista norte-americana “Foreign Affairs”. As releituras de alguns exemplares da colecção, com a necessária distância temporal, têm permitido uma serena compreensão da influência produzida por uma certa filosofia política que tem a sua origem no espaço académico das universidades dos Estados Unidos da América. Os artigos e as entrevistas dos discípulos do filósofo Leo Strauss(1899-1973), revelam-se hoje como peças que contribuíram para um estado do mundo em chamas. Por isso, trago à conversa as ideias deste filósofo germano-americano e de seus discípulos. Trata-se de um tópico que mobiliza a minha atenção, há cerca de sete anos, na leccionação de Estudo das Civilizações cuja introdução passa pela leitura do “Choque de Civilizações”, do cientista político norte-amercano Samuel Huntington (1927-2008)