Economia

Indústria pesqueira no Cuanza-Sul regista queda de 50% nas capturas

Víctor Pedro|Sumbe

O sector das Pescas e Aquicultura registou, a nível da província do Cuanza-Sul, durante o primeiro trimestre, a captura de 5.756,52 toneladas de pescado, uma quebra de 50 por cento em comparação a igual período do ano passado, em que a cifra atingiu as 10.261,1 toneladas.

11/05/2024  Última atualização 12H15
A província conta com 34 cooperativas nos municípios de Porto-Amboim e Sumbe, bem como 12 na área de captura © Fotografia por: Adilson de Carvalho | edições novembro

O chefe de Departamento para Pescas e Aquicultura, Fernando Sanito, explicou que a diminuição na captura do pescado se deve às mudanças climatéricas e calemas que assolaram a zona costeira da província, associada à falta de equipamentos para o exercício da actividade.

Entre as espécies capturadas durante o primeiro trimestre destaca-se a sardinha, com um total de 128 toneladas, espada (74,7), cachucho (42,1), bacalhau (38,7), marionga (29,6), bolo-bolo (17,6), carapau (16), baiacu (11,9) e pescada (17,4).

Durante o período, o sector empregou  um total de 3.316 trabalhadores nas diversas fileiras.

Quebra na produção

O responsável referiu que, na pesca continental, a aquicultura registou uma quebra considerável, por falta de ração.

A empresa Emirais, por exemplo, produziu 300 toneladas, numa altura em que no período em referência não houve produção de tilápia, "e muitas empresas desenvolveram a actividade, apenas para o consumo interno”.

Quanto à produção de farinha de peixe, durante o primeiro trimestre, o sector teve uma produção de 2. 500 toneladas, contra 2.683 alcançadas no ano transacto. Quanto ao processamento do pescado, a província transformou 2.871 toneladas.

Actualmente, a província conta com  34 cooperativas nos municípios de Porto-Amboim e Sumbe, 12 na área de captura, transformação e comercialização de peixe, apoiadas por dois centros de apoio à captura,  salga e seca, empregando um total de  204 pessoas.

A actividade pesqueira é assegurada por 909 embarcações, das quais 17 industriais, sete semi-industriais e 885 de pesca artesanal.

Preocupação

A falta de financiamento, degradação das infra-estruturas de apoio à pesca ao longo da costa, e a inoperância da empresa Peskwanza, bem como o Centro das Mulheres Processadoras de Porto-Amboim constam entre as principais dificuldades que o sector enfrenta.

O sector depara-se ainda com a falta de energia eléctrica no Centro de Pesca do Quicombo, uma ponte cais que permitiria o desembarque do pescado a partir das embarcações  de médio e grande porte.

A região precisa de uma indústria de ração para dinamizar a pesca continental.

"A falta de infra-estruturas que garantem o desenvolvimento do sector, tem contribuído na fuga dos armadores da província para actuarem em outras zonas costeiras do país”, alertou Fernando Sanito.

Paralisação

O chefe de Departamento das Pescas e Aquicultura, Fernando Sanito, que falava à imprensa, terça-feira, mostrou-se preocupado com a paralisação de três salineiras.

Durante  o primeiro trimestre, a produção de sal na província ficou paralisada devido às chuvas que se abateram na região.

No ano passado, a produção atingiu 18.750 toneladas de sal, alcançadas pelas três salineiras existentes na província.

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