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Israel com saldo elevado de civis mortos em Gaza

O secretário de Estado norte-americano reconheceu que as forças israelitas mataram mais civis do que “terroristas” com a ofensiva na Faixa de Gaza, admitindo que tem sido difícil para Israel cumprir os objectivos, porque os membros do Hamas se refugiam entre a população e em infra-estruturas civis críticas.

14/05/2024  Última atualização 10H22
Antony Blinken afirma que Telavive tem dificuldade para cumprir os objectivos © Fotografia por: DR

 Blinker acrescentou que a situação na Faixa de Gaza pode evoluir em dois cenários: uma guerra entre os militares israelitas e a guerrilha ou a transição de Gaza sob o controlo do Hamas. Destacou, a propósito, que Washington está a negociar com Israel as medidas ideais para garantir "segurança estável em Gaza” e no Médio Oriente.

Ao comentar sobre o memorando da segurança interna produzido pelos Estados Unidos, no programa Face the Nation (CBS Notícias), no domingo, que acusa Israel de "inconsistência, ineficácia e inadequação nos esforços para reduzir os danos civis em Gaza, Blinken disse que acredita que "o relatório deixa claro que, embora Israel tenha implementado procedimentos, regras e regulamentos para tentar minimizar os danos civis, não alcançou estes objectivos.

"Acreditamos que é razoável avaliar que, com base no que aconteceu, houve inconsistências nas suas acções, que foram inconsistentes com as obrigações de Israel sob a lei marcial internacional, mas ainda não temos uma conclusão”, ressaltou, citado pela imprensa brasileira. Por outro lado, Blinken disse que a operação militar que o Exército israelita realiza na passagem fronteiriça de Rafah não resolverá o problema da presença do Hamas na Faixa de Gaza.

"Colocar tropas em Rafah para confrontar os batalhões do Hamas, especialmente na ausência de um plano para os civis, corre o risco de causar danos terríveis à população civil e de não resolver o problema”, frisou Blinken. Adiantou que o problema que "os nossos dois países querem resolver é impedir que o Hamas continue a governar Gaza”.


Telavive reconhece falhas na segurança

O chefe dos serviços de informações de Israel reconheceu, ontem, que os serviços de segurança interna "falharam na protecção " dos cidadãos israelitas durante os ataques do Hamas de 7 de Outubro de 2023.

Ronen Bar disse ao jornal israelita Haaretz que os ataques "podiam ter sido evitados", segundo o Notícias ao Minuto. "Todos sentimos o erro, todos sentimos que o poderíamos ter evitado. Como chefe da organização responsável pelas actividades da organização, sinto-o talvez mais do que qualquer outra pessoa", disse Bar, que reconheceu ter havido uma falha do Shin Bet na protecção dos israelitas durante os ataques. O responsável afirmou que as autoridades "estão a investigar em profundidade o papel do Shin Bet nos ataques do Hamas a 7 de Outubro" e prometeu "corrigir o que precisa de ser corrigido". "É uma investigação dolorosa e significativa", frisou. Referiu que o dever é proteger o povo de Israel,  e sem criar confiança nas instituições do Estado e nos seus filhos não temos o direito de existir", disse, acrescentando que  a missão  contra o Hamas "ainda não terminou".

 
Egipto atento à ameaça das operações em Rafah

O ministro dos Negócios Estrangeiros do Egipto, Sameh Shukri, avisou, ontem, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, sobre "a séria ameaça" das operações militares de Israel em Rafah para o Médio Oriente.

Durante um telefonema, segundo o Ministério egípcio, os dois chefes de diplomacia abordaram sobre as consequências humanitárias e de segurança "das operações militares israelitas na cidade palestiniana de Rafah", bem como o controlo da passagem fronteiriça homónima por Israel, que está a impedir a entrada de ajuda humanitária no enclave.

Shukri lembrou a Blinken que mais de 1,4 milhões de pessoas estão a ser gravemente afetadas "como resultado do encerramento da passagem de Rafah e da continuação dos ataques israelitas em grande escala", ao mesmo tempo que insistiu na necessidade de reabrir a passagem e de permitir a entrada de ajuda humanitária.

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