Sábado, na primeira eliminatória, o atleta angolano que disputou os Jogos Olímpicos de 2012 e 2016, não foi para além do sétimo lugar, com o tempo de sete minutos e 58 segundos.

Matias qualificou-se para a festa do desporto, no africano da Tunísia, skiff sénior, onde terminou entre os três primeiros.

"No ano passado sabia que ainda era capaz, embora muita gente não acreditasse. Na Tunísia, quando cortei a meta, a sensação foi indescritível, um sonho realizado”.

Quanto à preparação para os Jogos, o atleta afirmou que decorreu sem sobressaltos: "Treino muito cedo, pois há uma serenidade total. Quase sempre vemos o sol nascer. Há um contraste entre as corridas. Fora pareço ter tudo controlado, mas dentro de mim há pura violência, caos e muita dor. O cérebro diz para parar, mas tenho de continuar, porque há uma corrida pela frente. Adrenalina e esforço fazem parte da experiência”.

O facto de estar em Paris é para André Matias uma honra, por ter mais uma vez, à semelhança de 2016, a oportunidade de desfilar com a bandeira de Angola e ao mesmo tempo passar uma mensagem ao mundo.

"O país possui atletas de alto nível. Estamos em Paris, porque conseguimos o apuramento. Angola tem tradição nos desportos náuticos e merecemos estar entre os melhores. Há muito potencial e a nossa presença serve de motivação para os nossos compatriotas. É algo de que devemos nos orgulhar”.

Individualmente, nos próximos anos, André Matias não pretende participar em provas internacionais, mas promete ajudar outros angolanos a chegarem mais longe.