Reportagem

Londuimbali ganha mais salas de aulas e unidades de saúde

Justino Victorino / Huambo

Jornalista

Várias obras sociais como escolas, centros e postos de saúde, novas residências construídas de raiz e outras em reabilitação, no município de Londuimbali, província do Huambo, estão a mudar a imagem da localidade e melhorar as condições de vida das populações locais.

13/06/2023  Última atualização 10H19
© Fotografia por: Francisco Lopes | Edições Novembro

No quadro do Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM) e do Programa de Combate à Pobreza, estão em curso obras de construção de novas escolas e de reabilitação e ampliação do hospital municipal.

Em Londuimbali, os centros e postos de saúde estão a ser apetrechados com meios e equipamentos modernos, e decorrem obras de construção de sistemas de captação, tratamento e distribuição de água às populações, além de residências para apoiar os funcionários públicos em serviço na região.

Na localidade, foram erguidas 200 casas sociais na sede do município, todas concluídas e prontas para serem habitadas.

No âmbito do PIIM, está a ser construído um complexo autárquico, avaliado em 245.100.000 Kwanzas, enquanto a reabilitação do edifício da Administração Municipal de Londuimbali está orçada em 131.679.575.7. 

As infra-estruturas sociais visam oferecer melhores condições de trabalho e acomodação aos funcionários da Administração local do Estado. Segundo o administrador do município, Marcos Blástico Katchassile, o Executivo está empenhado em resolver os problemas da municipalidade, melhorando cada vez mais as condições de vida da população. 

As residências e a vila municipal estão mais iluminadas. Londuimbali possui uma Central-Híbrida com uma capacidade instalada de 5000 Megawatts, equipada com dois painéis solares e três grupos geradores, que assegura o fornecimento de energia eléctrica às populações da circunscrição, 24/24 horas por dia.

Sobre a energia, o administrador de Londuimbali, Marcos Katchassile, avançou que no quadro da oferta dos serviços essenciais básicos, o Governo Provincial do Huambo pretende reforçar, nos próximos tempos, a capacidade de fornecimento de energia eléctrica às populações residentes no município.

Para que tal desiderato seja alcançado, o administrador explicou que vão ser adquiridos novos grupos geradores para satisfazer as necessidades dos cidadãos consumidores, sobretudo nos bairros periféricos à vila municipal, para permitir o surgimento de pequenas indústrias, impulsionando a diversificação da economia em Londuimbali.  


Mais crianças
nas salas de aula

Em Londuimbali, o sector da Educação cresce progressivamente, fruto dos enormes investimentos feitos pelo Governo Provincial do Huambo nos últimos cinco anos, período em que o município ganhou um total de 63 novas salas de aula, afectas a escolas primárias e do segundo ciclo do ensino secundário, que facilitaram a inserção de 35 mil novos alunos, entre crianças e jovens, no sistema normal do ensino.

De acordo com o administrador municipal de Londuimbali, Marcos Katchassile, esta cifra constitui um grande ganho, tendo em conta que há alguns anos o sector funcionava com apenas 12 salas de aula.

"Neste município, o número de professores também aumentou significativamente, com a abertura do concurso público realizado nos últimos anos. Veja que, dos cerca de 400 que leccionavam na região, o Londuimbali conta agora com mais de 700 professores”, disse o administrador, tendo considerado que este número de docentes é razoável.

"Precisamos de mais 300 professores para cobrirmos todas as escolas erguidas neste território”, referiu Marcos Katchassile, que sublinha com satisfação o facto de algumas escolas do seu município estarem contempladas no Programa de Merenda Escolar. 

Avançou que o programa beneficia os alunos matriculados em quatro escolas do ensino primário, e assegurou que no próximo ano lectivo a distribuição vai ser alargada a mais estabelecimentos escolares. O objectivo é garantir a presença de alunos nas salas de aula e melhorar a qualidade do ensino.

"Estamos a trabalhar com o objectivo de diminuir o índice de crianças que desistem das aulas, numa altura em que o governo está cada vez mais apostado em aumentar o número de infra-estruturas escolares neste município”, destacou.  

Segundo Marcos Katchassile, o município de Londuimbali precisa de mais docentes, principalmente de auxiliares para o ensino primário, a fim de leccionarem nas "ombalas" e aldeias mais distantes da vila. 

O administrador lamentou igualmente a falta de alfabetizadores, tendo reconhecido que os poucos que trabalham têm dado um enorme contributo na transmissão de conhecimentos aos adultos, através dos Módulos I e IV do método "Sim eu Posso”.

Para os próximos anos, prosseguiu o responsável, o desafio da administração local do Estado aponta para o aumento de alfabetizadores, no sentido de estender a acção formativa às zonas de maior concentração populacional e reduzir os níveis de analfabetismo na região, principalmente no seio da camada feminina.  


Agricultura e comércio

A população do Londuimbali é maioritariamente camponesa, dedica-se às culturas da batata rena, milho, feijão, massambala, mandioca, ginguba e hortícolas. A maior parte dos camponeses da região beneficia de apoios do Gabinete Provincial da Agricultura. Compra fertilizantes a baixos preços, estratégia que tem facilitado a ampliação das áreas de cultivo.

Para a presente campanha agrícola, um total de 80 mil famílias, constituídas por camponeses e agricultores, estão envolvidas na produção alimentar de forma a diminuir a fome e a pobreza no município.  

A actividade comercial ainda é fraca, por carecer de um mercado mais competitivo para a venda de produtos aos distintos mercados paralelos da província. Entretanto, o administrador Marcos Katchassile atribui a fraca actividade comercial à ausência de serviços bancários na sede do município.

A comuna do Alto-Hama conta com o funcionamento de duas agências bancárias, sendo uma do Banco BIC e outra do Banco de Fomento de Angola (BFA).

"Para uma área que abarcava um total de 20 lojas em plena actividade, hoje conta apenas com cinco estabelecimentos comerciais”, lamentou, para sublinhar que a actividade comercial propriamente dita resume-se ao mercado informal, que em termos de movimentação constitui o suporte económico do município.

Segundo o administrador de Londuimbali, a falta de bancos na sede municipal está a condicionar o funcionamento normal das instituições públicas e privadas. "Gostaríamos de ter aqui pelo menos uma agência bancária, para permitir que os salários dos funcionários sejam processados localmente”, pediu.

Marcos Katchassile avançou que, por falta de bancos, os funcionários são obrigados a deslocarem-se até ao município da Caála ou à cidade do Huambo, para levantarem os seus ordenados e realizarem outras operações financeiras. 


Assistência médica

A rede sanitária do município de Londuimbali é constituída por 18 unidades, entre postos, centros de saúde e um hospital de referência, com capacidade para 61 camas. Estas unidades prestam serviços nas áreas de pediatria, medicina, banco de urgência, maternidade, obstetrícia, laboratório de análises clínicas, Programa Alargado de Vacinação (PAV) e outros serviços.


EM CACHIUNGO
População está ansiosa em ver as obras concluídas

Pelo menos dez dos 15 projectos arrolados na carteira do Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM), em Cachiungo, já estão praticamente concluídos, garantiu há dias o vice-governador do Huambo para os Serviços Técnicos e Infra-estruturas.

Elmano Inácio Francisco, que fez uma avaliação positiva dos projectos em curso na circunscrição, avançou que, dos 908.470.927,22 kwanzas do orçamento global da empreitada, a execução financeira deste valor anda à volta dos 810.460.041 kwanzas, que correspondem a 89,16 por cento.

Na recente deslocação àquela municipalidade do Huambo, Elmano Francisco confirmou que, do pacote do PIIM destinado à região, os projectos concluídos já foram entregues à administração local do Estado, e estão em pleno uso, face à execução na ordem dos 67 por cento.

"Isto remete-nos a avaliar o município de Cachiungo de forma positiva. Dá-nos alguma satisfação e deixa-nos, também, de alguma forma descansados”, realçou o governante, acrescentando que "o nível de execução dos projectos incrementa-se à responsabilidade e monitorização do controlo das obras nesta localidade do Huambo”.

Elmano Inácio analisou também a execução de projectos na comuna da Chinhama, onde, a 15 de Março último, uma delegação do Governo Provincial do Huambo, encabeçada por si, avaliou as empreitadas ligadas à componente de energia e águas, ainda por concluir. 

"É necessário imprimir alguma velocidade no sentido destas obras serem concluídas o mais rápido possível, para fecharmos o pacote do PIIM no Cachiungo, independentemente de se incorporar mais uma escola”, assegurou.


Escola de 12 salas pode albergar até 1000 alunos

Está prevista, para breve, a inauguração de uma escola de 12 salas de aula na Chinhama. De acordo com Elmano Inácio, a conclusão da escola corresponde claramente àquilo que são as competências e valências que o projecto exigia inicialmente. "Por isso, não vemos qualquer problema de a inaugurar tão breve quanto seja possível”, disse.

Realçou que em relação ao PIIM, os empreiteiros têm de fazer um esforço adicional, porque todas as acções e projectos em curso na localidade, a população conhece, e por isso está ávida de os ver concluídos.

Na abordagem feita à imprensa, Elmano Inácio disse que o projecto de iluminação pública também vai permitir que haja melhoria na condição de vida das populações do Cachiungo.

"Essas comunas não tinham energia. Hoje as redes de energia estão aplicadas, quer domiciliárias, quer públicas, e logo vão trazer um valor acrescentado para a qualidade de vida das populações residentes nestas localidades”, assegurou o governante durante a sua estada no Cachiungo.

Dentre as empreitadas em curso, constam a construção de três escolas, um centro de formação profissional, três furos de água, colocação de passeios e lancis, aquisição de dois grupos geradores, bem como a requalificação da rede eléctrica nas comunas da Chinhama e de Chiumbo, e também na sede municipal.

Cachiungo tem uma população estimada em mais 150 mil habitantes. É limitado a norte pelo Bailundo e a Leste pelos municípios do Chinguar e Chitembo, ambos pertencentes à província do Bié. Já na sua parte Sul tem como ponto limítrofe o município do Cuvango, na província do Cuando Cubango, e a Oeste de Chicala-Cholohanga.

A região que tem na apicultura, agricultura e pastorícia as principais fontes de sustentabilidade das famílias conta, além da sede municipal, com as comunas do Chiumbo e Chinhama. 

O administrador comunal de Chinhama, Benjamim Carlos, assegurou que a extensão de um complexo escolar na zona, no âmbito do PIIM, é bem-vinda, porque vai ajudar na inserção de mais alunos no sistema normal do ensino.

"Com isso, haverá a possibilidade de mais alunos serem inseridos no sistema normal do ensino na comuna”, disse o administrador da Chinhama, tendo garantido que a escola pode albergar de 800 a 1000 alunos, em dois turnos (manhã e tarde), "sem descartar, todavia, as aulas, que podem acontecer no período nocturno, tão logo esteja instalado o sistema de iluminação pública”.

O responsável comunal lembrou que, na comuna da Chinhama, as aulas decorrem da Iniciação até à 9ª classe. Benjamim Carlos falou também dos projectos ligados ao sector da energia e águas.

Sobre a energia, referiu que nem todos os habitantes da urbe beneficiam do serviço, "mas estamos a fazer tudo para resolver a situação. Neste momento, temos necessidade de adquirir mais cabos eléctricos para a extensão dos serviços de energia”.

Chinhama dispõe de um grupo gerador de 160 KVA de energia, que beneficia mais de mil famílias. "Nós continuamos a passar os contratos de energia, não obstante haver muitas pessoas a beneficiar já deste serviço”, frisou.

No que diz respeito à água, está a ser desenvolvido na comuna um projecto de orçamento do munícipe. Segundo o administrador de Chinhama, à luz do PIIM está a ser implementado um sistema de bombagem de água na sede comunal.

Benjamim Carlos falou de outras obras em curso, com realce para os 49 quilómetros da estrada que se estende até à Chilenda, assim como das obras de auto-construção dirigida, na reserva fundiária da Chinhama, que deverá beneficiar a juventude.

A propósito, o administrador destacou a disponibilidade de mais lotes terrenos, cujos arruamentos estão a ser executados com máquinas e com apoio da Administração Municipal do Cachiungo. "É mais um projecto em carteira”, disse.

Quanto à Saúde, o centro médico local tem capacidade para apenas oito camas. Os serviços são assegurados por técnicos médios de saúde e, naqueles casos em que seja necessária a presença de médicos, estes são requisitados a partir da sede municipal de Cachiungo. O mesmo procedimento é feito em caso de haver escassez de medicamentos.


Antiga paragem obrigatória

Situada ao longo da Estrada Nacional 250, que liga o litoral às províncias do Bié e do Cuando Cubango, durante muitos anos, a comuna de Chiumbo esteve isolada do resto da província, devido à degradação pro­vocada pela guerra, no troço Bailundo/Cachiungo.

Chiumbo foi, em tempos idos, paragem obrigatória para quem fazia viagens do Norte para o Leste do país, sem ter de passar pela cidade do Huambo. Com as obras de reabilitação de que foi alvo, recuperou o seu lugar na geografia da região e da população.

Nos últimos 12 anos surgiram novas escolas, centros e postos de saúde, que ajudaram a melhorar a condição de vida da população local, maioritariamente camponesa, que nesta altura, apesar de haver ainda algumas dificuldades, já consegue levar os seus produtos do campo para os grandes centros de comercialização, como a vila de Bailundo, Catchiungo, Tchicala Tcholohanga e à sede municipal do Huambo.

Há muito que a Administração Municipal de Cachiungo projecta a reabilitação das estradas secundárias e terciárias, com as respectivas pontes, e ampliar a oferta de serviços sociais aos habitantes da circunscrição.

Sérgio V. Dias

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