A Polícia Nacional em Luanda desmantelou esta quarta-feira, uma rede de supostos malfeitores composta por cinco elementos, dos quais dois foram detidos, acusados de clonagem de cartões multicaixas e transferências fraudulentas de valores monetários.
A secretária regional para a África Austral da Organização Pan-africana das Mulheres (OPM) defendeu, quarta-feira, em Luanda, o reforço de mecanismos, na família, igreja, escola e sociedade, que garantam um ambiente propício para o crescimento saudável da criança.
No evento, que contou com a participação da directora municipal de Luanda da Educação, Joana Torres, em representação da administradora Milca Caquesse, Luzia Inglês explicou que o projecto, gizado pela OPM, foi criado com o objectivo de reduzir ou mesmo banir os frequentes casos de abusos sexuais contra menores, onde as meninas são as piores vítimas.
Para esta causa comum, referiu, o Instituto Nacional da Criança (INAC) e a OPM mobilizaram e formaram mais de 60 activistas, provenientes de diferentes organizações da sociedade civil, que, na primeira fase, vão trabalhar com as comunidades de sete distritos urbanos, afectos ao município de Luanda.
As equipas formadas para trabalhar nas comunidades, salientou, vão ter o suporte técnico de juristas e psicológicos, nas campanhas de sensibilização da população sobre os riscos da violência sexual contra menores.
As crianças, adolescentes, jovens e adultos das comunidades vão aprender algumas estratégias para detectar um potencial violador e facilitar o processo de denúncia, junto dos serviços "SOS Criança”, que representam uma componente importante prevista na Constituição da República de Angola e de forma mais restrita dos 11 compromissos.
A representante da OPM condena todas as formas
de abuso sexual, por serem responsáveis por grande parte dos transtornos de
ordem emocional das crianças.
Estatísticas
Segundo o director do INAC, o projecto "Zero violência sexual contra a criança nas comunidades” representa mais um passo no conjunto de iniciativas gizadas para desencorajar tais práticas, a todos os níveis, inversas aos princípios de uma boa convivência e crescimento saudável das crianças.
Como exemplo de factos condenáveis Paulo Kalesi referiu-se a um caso que chocou profundamente a sociedade, ocorrido no passado dia 27, no município de Cacuaco, em Luanda, onde um cidadão, já detido pelo Serviço de Investigação Criminal, violou a filha de dois anos.
O director do INAC deu a conhecer que, desde Janeiro do corrente ano, foram registados mais de 100 casos de abusos sexuais contra menores.
Paulo Kalesi apelou às comunidades a prestarem maior atenção aos comportamentos dos vizinhos e membros da família, sendo estes dois grupos constantes na lista de principais agressores sexuais.
Embaixador venezuelano promete colaboração
O embaixador da Venezuela, Marlon Labrador, considerou o projecto encorajador, para o combate de casos que afectam as crianças.
O diplomata disse que casos de abusos sexuais também acontecem no seu país, embora em pequena escala.
"Vamos cooperar e trocar experiências neste domínio”, sublinhou, acrescentando que a participação de todos é extremamente fundamental.
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