"O Presidente da República constatou que um Governo baseado unicamente no programa e nos partidos propostos pela aliança com mais deputados, a Nova Frente Popular, seria imediatamente censurado por todos os grupos representados na Assembleia Nacional", anunciou o Palácio do Eliseu, em comunicado.

O líder do LFI, Manuel Bompard, denunciou, imediatamente, "uma inaceitável tomada de poder antidemocráticoa" por parte de Macron, numa entrevista ao canal de televisão BFMTV.

"Se houver outra coligação possível que tenha maioria na Assembleia Nacional, o Presidente da República que nos diga qual", afirmou o deputado, reiterando a ameaça de um eventual processo de destituição do Chefe de Estado por "usurpar os poderes que lhe pertencem".

Na sequência de uma primeira série de consultas, desde sexta-feira, com os representantes dos partidos políticos, Macron adiantou ter decidido não optar por um Governo apenas da NFP para manter a "estabilidade institucional" do país.

Macron exortou, ainda, os socialistas, os ecologistas e os comunistas a "cooperarem com as outras forças políticas", sem nomear a França Insubmissa (LFI, esquerda radical), com quem formaram a aliança de esquerda NFP, elegendo o maior número de deputados nas legislativas, longe de uma maioria absoluta na Assembleia Nacional.

"Os partidos do Governo não devem esquecer as circunstâncias excepcionais da eleição dos seus deputados na segunda volta das legislativas" de 7 de Julho, afirmou Macron, apelando "a todos os líderes políticos para estarem à altura da ocasião, demonstrando um espírito de responsabilidade".