Política

Mais de 50 Chefes de Estado são aguardados no Forúm China-África

Paulo Caculo

Jornalista

Mais de 50 líderes africanos, entre Chefes de Estado e de Governo, são aguardados a partir de hoje em Beijing, República Popular da China, para participarem do Fórum de Cooperação China - África (FOCAC), que arranca amanhã.

03/09/2024  Última atualização 07H55
Com ajuda dos países africanos, a China pretende trabalhar para se tornar uma economia global © Fotografia por: Direitos Reservados

Na capital do gigante asiático já se encontra o ministro angolano das Relações Exteriores, Téte António, que deve representar o Presidente da República, João Lourenço, na importante reunião de Cúpula do FOCAC.

O evento, com a duração de três dias, segundo o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, servirá para o país asiático e os parceiros africanos reiterarem a defesa e a salvaguarda da paz e segurança internacionais, assim como promover o desenvolvimento e a prosperidade mundial.

"A China e a África sofreram a repressão e invasão colonialista e imperialista. Apoiamo-nos uns aos outros e lutámos juntos no caminho do anticolonialismo e do anti-imperialismo, e conquistámos a Independência dos nossos países e a libertação das nossas nações”, disse o diplomata em conferência de imprensa.

A República Popular da China, acrescentou Lin Jian, preza profundamente a Independência, a Autodeterminação, a Equidade e a Justiça, sublinhando que o país asiático concorda com os "Cinco Princípios da Coexistência Pacífica”, razão pela qual diz estarem comprometidos com a construção de um mundo multipolar igualitário e ordenado e uma globalização económica universalmente benéfica e inclusiva.

"Ambos pretendemos tornar a ordem internacional mais justa e equitativa”, reforçou o porta-voz da diplomacia chinesa, para quem a China e a África praticam o verdadeiro multilateralismo, defendem o sistema internacional com as Nações Unidas, a ordem internacional sustentada pelo Direito Internacional e as normas básicas que regem as relações internacionais, com base nos propósitos e princípios da Carta da ONU e rejeitam abordagens colonialistas e movimentos hegemónicos.

"Apoiamos firmemente os interesses fundamentais uns dos outros e defendemos a posição justa dos países em desenvolvimento”, sustentou.

Lin Jian revelou, ainda, que o gigante asiático, com a ajuda dos países africanos, quer trabalhar para construir uma economia mundial aberta, derrubar muros, ao invés de erguer muros, buscar abertura, ao contrário da exclusão e permitir que os países em desenvolvimento compartilhem melhor os benefícios da globalização.

Defendemos, prosseguiu, a redução do fosso entre os países ricos e os pobres, rejeitamos todas as formas de interferência das grandes potências e da coerção económica e pedimos aos países desenvolvidos que assumam as suas responsabilidades históricas e cumpram os compromissos de desenvolvimento.

De acordo, ainda, com o diplomata chinês, o país está comprometido em promover a solução política de questões críticas internacionais e regionais, defender o diálogo para superar as diferenças e a cooperação para resolver disputas e pedir o cessar-fogo para a crise na Ucrânia e o conflito israelo-palestiniano.

Constitui, também, desafio da China, de acordo com Lin Jian, o apoio firme aos esforços para transcender o "estranhamento cultural”, por meio de intercâmbios, promover a inclusão e o aprendizado mútuo entre as civilizações.

"Defendemos que a representação e a voz dos países em desenvolvimento, especialmente dos países africanos, precisam ser aumentadas no sistema de governança internacional”, referiu, argumentando que a China é a primeira a apoiar a adesão plena da União Africana ao G20 e dá as "boas-vindas” a mais países africanos para se juntarem à grande família do BRICS.

"A China e a África são a força firme para defender os direitos e interesses legítimos dos países em desenvolvimento, defender os propósitos da Carta da ONU e salvaguardar o multilateralismo e a equidade e justiça internacionais”, defendeu.

A Cimeira, que começa amanhã, segundo o porta-voz das Relações Exteriores da China, vai servir para "os dois lados” aumentarem a unidade e a cooperação entre os países em desenvolvimento, reforçar a força do Sul Global, defender conjuntamente a equidade e a justiça internacionais e promover a paz e o desenvolvimento do mundo.

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