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Mais de 90 mil crianças foram inseridas no Sistema de Ensino

A província do Bié ganhou, entre 2018 e 2023, um total de 97 escolas, que permitiu absorver mais de 90 mil crianças que se encontravam fora do Sistema de Ensino ou a estudarem em condições precárias.

11/07/2024  Última atualização 09H11
João Lourenço na reunião com os membros do Governo do Bié foi actualizado sobre os avanços e desafios da província © Fotografia por: Dombele Bernardo | Edções Novembro
A informação foi avançada, ontem, aqui na cidade do Cuito, pelo governador da província, Pereira Alfredo, durante a apresentação do memorando (documento contendo os avanços e desafios da província nos vários sectores) ao Presidente da República, João Lourenço, na reunião que mantém com os governos locais, sempre que se desloca ao interior a trabalho.

Pereira Alfredo fez saber que 52 escolas deste grosso resultaram do Plano lntegrado de Intervenção nos Municípios (PIIM), perfazendo, deste modo, cerca 862 novas salas de aula.

Não obstante o número de escolas construídas, o governador do Bié disse que o desafio, neste sector, continua "enorme”, informando que, para dar a volta a este quadro, a província inscreveu no Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN) 2023-2027 a necessidade de construção de mais 184 escolas, à razão de 37 por ano, para absorver cerca de 102 mil crianças que se encontram fora do Sistema de Ensino ou a estudarem em condições impróprias.

Para o cumprimento das metas que se propôs cumprir, anualmente, o governador da província do Bié solicitou, no encontro, autorização ao Presidente da República para inscrição, no exercício económico de 2025, de 26 escolas, sendo 15 de sete salas, 10 de 12 e duas de 20 salas, para absorver mais de 18 mil crianças que se encontram a estudar em condições precárias.

No domínio da Saúde, o governador do Bié fez saber que a província registou, no quinquénio 2018-2022, a construção e reabilitação de 21 unidades sanitárias, com realce para o Hospital Provincial do Bié "Dr. Walter Strangway”, nos municípios do Cuito e do Cuemba, assim como em outras localidades, perfazendo um total de 830 camas reais, que têm contribuído para a melhoria da assistência médica e medicamentosa da população local.

Com o objectivo de tornar o sistema de saúde da província cada vez melhor, Pereira Alfredo disse ter sido projectado, no PDN 2023-2024, um programa de construção de quatro hospitais municipais e a reabilitação e apetrechamento dos centros de saúde a nível das comunas, sendo que os hospitais municipais deverão nascer nos municípios do Andulo, Camacupa, Catabola e Chitembo.

"Queremos que estas unidades se tornem de referência não só para servirem essas localidades, mas, também, as províncias circunvizinhas”, frisou o governador. Outro sector que registou avanços a nível da província do Bié foi o da Energia e Águas. Aqui, o governador do Bié destacou o facto de a província ter sido interligada à Rede Nacional Eléctrica.

No domínio das vias de comunicação, a província do Bié conseguiu construir, no quadro do orçamento provincial, 37 quilómetros de vias urbanas, nos municípios do Cuemba, Cuito, Chitembo, Catabola e Cunhinga, projectos estes que, segundo o governador da província, já conferem uma certa dignidade àquelas vilas.

Ainda neste sector, prosseguiu, a província consagrou, no âmbito do PIIM, 947 quilómetros de estradas, em terraplanagem, que, hoje, asseguram a ligação entre as sedes municipais e as sedes comunais, assim como aos grandes centros de produção.

Considerado o coração de Angola, dada a sua localização geográfica, a província do Bié é potencialmente rica em produção agrícola. Por conta dos elevados níveis neste domínio recebeu o título de "terra da batata e do milho”.

Os seus solos férteis, permitem-lhe o cultivo de batata rena, milho, feijão, mandioca, hortícolas, hortaliças, entre outros produtos, que têm sido exportados para vários pontos do país e não só. A província passou a produzir, também, arroz e trigo, atingindo a cifra de mais de 10 mil toneladas por ano.

"Temos de olhar para as 18 províncias” Depois de ouvir atentamente as preocupações apresentadas pelo governador da província do Bié, o Presidente da República mostrou-se sensibilizado com as mesmas, mas sublinhou que a estratégia passa por não dar um tratamento especial a umas e deixar outras para trás.

"Nós temos de olhar para as 18 províncias e nem tudo é para ser resolvido num dia”, salientou o Presidente João Lourenço, informando que essas preocupações vão ser resolvidas à medida das capacidades do Executivo. "Os orçamentos são apenas por um ano”, esclareceu.      

César Esteves | Cuito

                 

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