Cultura

Mais um encontro de gerações na Catedral da Música Angolana

Analtino Santos e Armindo Canda

Jornalistas

Os artistas Calabeto, Augusto Chacayá, Margareth do Rosário, Legalize e Banda Movimento proporcionam um encontro de gerações, amanhã, a partir das 11h00, no Muzonguê da Tradição, evento da programação do Centro Recreativo e Cultural Kilamba.

29/06/2024  Última atualização 10H34
Banda Movimento da Rádio Nacional de Angola vai garantir o suporte instrumental do show © Fotografia por: Luis Damião | Edições Novembro

O elenco segue uma das premissas da gestão do espaço, de juntar artistas de diferentes gerações e que defendem a música de matriz angolana, como aconteceu na edição passada com a partilha em palco de Yuri da Cunha com Os Jovens do Prenda.

A Banda Movimento, formação regular para acompanhar os artistas propostos no cartaz, tem mais um momento para celebrar os 25 anos de carreira junto dos seus admiradores e com colegas de profissão e parceiros em palco e estúdio.

Calabeto e Augusto Chacayá são os mais veteranos em palco. Do primeiro são esperados temas como "Nzambi”, "Mbinza Yami”, "Nga Musenge”, "Bomba”, dentre outros sucessos da carreira do artista. O segundo geralmente é chamado para encerrar o Muzonguê da Tradição e faz a farra com "Samba Samba”, "Angélica”, "Sandra” e outros temas conhecidos, como integrante dos Jovens do Prenda.

Para representar a geração da continuidade marcam presença Margareth do Rosário e Legalize. A representante feminina do dia é uma das que melhor interpreta as grandes cantoras do país e do lado masculino o mesmo é válido para o companheiro de palco.

António Miguel Manuel Francisco "Calabeto” começou no seio artístico aos 13 anos na Turma do Rio de Janeiro. Passou pelos conjuntos Muzangola, Águias Reais, Kissanguela, com colaborações com Os Kiezos, Jovens do Prenda e outras formações. O seu primeiro single foi gravado na década de 1970. Tem um disco de originais no mercado, intitulado "Kamba Dyami”.

Augusto Chacayá é conhecido como vocalista da Orquestra Jovens do Prenda, onde encanta com temas como "Sandra”, "Samba Samba”, "Santa Iami” e outros. Dos artistas da sua geração é dos mais solicitados pelos produtores que pretendem oferecer ao público música angolana de raiz. Fundador dos Ases do Prenda, antes da Independência lançou singles com o nome de Luís Augusto, e tem o álbum "Quem procura acha”.

 O percurso da cantora começou no projecto Gala à Sexta-Feira e ganhou projecção nas Melomanias, com Yola Araújo, Nazarina Semedo e Djamila D’Alves. Anos depois, colocou no mercado os CD, a solo, "Love one”, "Amor Profundo”, "Outra Dimensão” e "A paixão tem destas coisas”.

Legalize” tem no mercado dois discos: "Deus Vive” e "Mulundu”, na primeira aposta no reggae e depois abraça um projecto de música angolana. Esteve entre os finalistas do Top dos Mais Queridos em 2014. Actualmente, tem-se destacado nas interpretações e feito várias versões de temas antigos.

Este ano, o Centro Cultural e Recreativo Kilamba teve a primeira edição em Fevereiro, com as actuações do Conjunto Os Kiezos e Jovens do Prenda, com as participações de Botto Trindade, Patrícia Faria, António Paulino, Tony do Fumo Filho e Augusto Chacayá. A segunda passagem foi o concerto comemorativo da Banda Movimento, que reuniu no dia 31 de Março artistas de diferentes gerações, como Yuri da Cunha, António Paulino, Dom Caetano, Fiel Didi, Clara Monteiro, Moniz de Almeida, Suzanito, Solange Candinho, Calado Show, Ary e Kristo. 

A relação com o Centro Cultural Kilamba

O músico Kristo afirmou, durante a participação no primeiro concerto de comemoração da Banda Movimento, que tem uma relação umbilical com o Centro Cultural Recreativo Kilamba (CCRK).

Em declarações ao Jornal de Angola, Kristo explicou que cresceu no Rangel, e quando mais pequeno frequentava muito o Centro Cultural Recreativo Kilamba, e os primeiros passos como artista começaram nesta casa de cultura.

"As actividades que se criavam neste espaço cultural naquela altura foram muito importantes para entreter a juventude a não cair na delinquência. E, os meus primeiros passos como artista comecei aqui, porque os músicos que passaram por este espaço foram uma grande fonte de inspiração”, confessou.

O músico disse que no CCRK é um local onde se faz muita arte, e desde tenra idade descobriu ali o gosto pela música. O espaço, referiu o artista, só serviu como um trampolim para se tornar um artista renomado no mercado angolano.

"Sempre que participava de uma actividade era para fazer arte, como a música e o teatro”.

O músico Kristo é o autor do sucesso "Astro da minha vida” e despontou com "Ngaxi”, depois seguiram-se "Lá na minha banda”, "Meu bairro” e outros que constam nos álbuns no mercado com o título "Astro da minha Vida” e "Palavra”.

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