Política

Manuel Nunes Júnior defende modernização do sector florestal

Manuela Gomes

Jornalista

O ministro de Estado para a Coordenação Económica defendeu, ontem, em Luanda, que se encare a gestão dos recursos florestais com uma abordagem holística assente em fortes conceitos de sustentabilidade, de modo a criar as bases e premissas fundamentais para a industrialização e modernização equilibrados deste sector.

30/04/2021  Última atualização 10H00
© Fotografia por: DR
Manuel Nunes Júnior, que discursava no acto de abertura do Fórum Nacional de Florestas, considerou que, com isso, vai aumentar-se a competitividade, tornar o sector mais atraente aos investidores (nacionais e estrangeiros) e, por esta via, ampliar os níveis de empregabilidade da mão-de-obra, fazendo com que a sua contribuição seja mais efectiva e expressiva no Produto Interno Bruto do país.

Para o governante, isto implica a implementação de um conjunto de medidas e acções de natureza política, legislativa, técnica e económica dirigidas à consolidação das realizações já conseguidas e para a correcção das distorções que ainda perduram e não permitem a evolução desejada do desenvolvimento do sector.Essas medidas, disse, passam pela introdução gradual do regime de exploração dos recursos florestais sob contrato de concessão de exploração, em substituição do actual regime, baseado em licenças anuais de exploração. Manuel Nunes Júnior defendeu, também, a criação de condições para a aprovação da proposta da Carreira Técnica e Profissional Específica para o pessoal da fiscalização florestal, faunística e respectivo estatuto remuneratório.

A promoção do aumento da produção de madeira em toro e outras, para oferecer maior disponibilidade de matéria-prima, a redução da pressão sobre a floresta nativa, fortalecimento das empresas do sector florestal, bem como a respectiva cadeia de valor são outras das acções necessárias.Manuel Nunes Júnior apontou, também, o fomento da produção do mel, via produtores tradicionais, empresas,associações e cooperativas, a implementação de mecanismos de certificação florestal e apícola, bem como a organização dos produtores de carvão vegetal em associações, cooperativas e a formalização da sua actividade como execuções que podem contribuir para o progresso do sector.         
Extensão florestal
Resultados preliminares do Inventário Florestal Nacional de 2017 indicam que o país tem uma superfície florestal de aproximadamente 70 milhões de hectares, representando diversas tipologias de florestas ricas em biodiversidade e espécies de plantas de significado valor comercial, cultural, medicinal, alimentar e estético.

A reserva de madeira comercial nestas florestas foi estimada em aproximadamente 606 milhões de metros cúbicos, constituindo-se num importante activo disponível que, em condições de sustentabilidade, permitiria uma produção anual de cerca de 600 mil metros cúbicos de madeira em toro e contribuir, significativamente, para o aumento e diversificação da produção nacional e das exportações.Para o ministro de Estado para a Coordenação Económica, a tudo isso deve-se somar a disponibilidade de vastas extensões de terras não apropriadas para a produção alimentar, mas aptas para o plantio e desenvolvimento de plantações florestais, industriais, comerciais e energéticas.

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