Sociedade

Médicos destacam o redobrar dos cuidados aos pacientes com hipertensão arterial

Madalena Quissanga

Jornalista

Os especialistas em cardiologia aconselham aos jovens e adultos a efectuarem consultas periódicas a fim de saberem do estado clínico, em especial, os níveis de pressão arterial, pelo facto da doença ser assintomática e só se tornar grave após causar a lesão de alguns órgãos.

15/05/2024  Última atualização 09H16
Realização regular de feiras de saúde e de exames gratuitos tem ajudado a conhecer melhor a situação de muitos habitantes © Fotografia por: DR

O médico cardiologista Arsénio Zola, do Hospital Josina Machel, explicou que a hipertensão arterial tem como alvos diversos órgãos do corpo e, às vezes, alguns dão um alerta da   gravidade da doença. "Acontece, especialmente, quando a pressão arterial está acima de 140×90 mmHg. Nessa altura, os vasos sanguíneos ficam mais estreitos ou perdem a elasticidade, aumentando o esforço do coração em bombear o sangue por todo o corpo”, adiantou.

A hipertensão arterial, frisou, é um dos principais factores envolvidos nas complicações das doenças cardiovasculares que dão entrada no banco de urgência da unidade sanitária. "Actualmente, 50 a 60 por cento dos pacientes atendidos no hospital são hipertensos e ,destes, 15 a 20  dão entrada com complicações de AVC e enfarto”.

Nos anos anteriores, lembrou, a doença era mais frequente a partir dos 50 a 60 anos, porém, hoje, há jovens com 30 anos a padecerem da patologia, muito relacionada a factores de risco, como o consumo de bebidas alcoólicas, tabagismo e a falta de actividade física.

Pelo aumento do número de casos, o médico aconselha a maioria dos jovens  a mudar o estilo de vida, praticar exercícios físicos, ter uma alimentação cuidada, reduzir o consumo de sal, assim como os alimentos com gordura.

 
Zango

O director clínico do Hospital Municipal Zango 2 informou que, nas últimas 72 horas,   foi prestado auxílio médico e medicamentoso a 2.619 utentes, destes, 1855 foram encaminhados para o banco de urgência.

Sebastião Senga avançou que dos pacientes atendidos 1.344 foram observados com malária, 66 com doenças diarreicas agudas, 27 com respiratórias agudas, 20 com hipertensão arterial e 128 em trauma, dos quais 35 por acidente de viação e 12 por agressão física.

 
Sambizanga

A equipa médica do Centro de Saúde do Sambizanga atendeu 703 pacientes, destes, 504 foram diagnosticados com malária, 21 com doenças respiratórias agudas e 14 com diarreias agudas. A directora clínica da instituição, Augusta Chandicua, informou que 134 pacientes foram atendidos em clínica geral, 120 em pediatria, oito em estomatologia e seis em psicologia.

 
Samba

Na semana finda, o Centro de Saúde da Samba atendeu 3.887 pacientes, dos quais, 389 foram observados com malária, 57 com doenças respiratórias agudas, 31 com diarreias agudas e 22 com crises de  hipertensão arterial, explicou, ontem, a directora clínica da instituição, Rosa Manuel.

Nas consultas externas, acrescentou, 162 pacientes foram atendidos em estomatologia, 50 em oftalmologia, 194 em nutrição, além de 250 gestantes com 69 partos realizados e 164 em sessões de consulta pré-natal. 

 
Talatona

O banco de urgência do Hospital Municipal de Talatona socorreu 214 pacientes com malária, 67 com doenças respiratórias agudas, 27 com diarreias agudas, 19 com patologias do foro gastro, 14 com hipertensão arterial, dos quais, dois com acidente vascular cerebral, disse a chefe do banco de urgência, Isabel dos Santos.

 
Neves Bendinha

O banco de urgência de cirurgia e queimados do Hospital Geral Especializado Neves Bendinha assistiu, no último final de semana, 36 pacientes queimados, sendo 19 adultos e 17 crianças, destes, cinco foram internados sob avaliação médica informou, ontem, a directora clínica da unidade sanitária.

Antonieta Guilherme avançou que o Hospital registou, também, a morte de um paciente, com queimadura de terceiro grau, internado nos cuidados intensivos há três dias. Quanto às principais causas das queimaduras, a médica explicou que a maioria continua a ser de natureza doméstica, com 33 casos registados, e por líquidos ferventes.


COMPLICAÇÕES
Doença  silenciosa descuidada

Há cinco anos como paciente hipertenso, João Manuel, de 45 anos, começou a fazer medicação um ano após a descoberta da doença. Porém, com o passar do tempo, desistiu da medicação devido aos agrados da vida. Actualmente, como consequência está internado no banco de urgência do Hospital Josina Machel, com um quadro de dor de cabeça resultante da queda enquanto trabalhava.

O médico interno Arsénio Zola explicou que o paciente chegou desacordado. Os familiares, disse, levaram-no , depois de uma queda no local de serviço. Antes do desmaio, contou, queixava-se de fortes dores de cabeça e sentia níveis altos de pressão arterial. " Verificamos que  é um paciente hipertenso não medicado e devido aos danos já não movimentava o lado direito do corpo”.

Depois do exame, esclareceu, foi descoberto que ele teve um AVC hemorrágico, acompanhado de sangramento cerebral secundário, por causa de uma hipertensão arterial não controlada.

No internamento há quatro dias, o médico assegurou que o quadro clínico do paciente está a ficar estável, pois este já apresenta sinais de melhoria na fala. "Porém,  mantém a paralisia no lado direito do corpo”.

Para o especialista, o paciente teve sorte, pois, devido à queda, a situação não se tornou mais agravante. Por isso, aconselhou  os pacientes a nunca abandonarem a medicação. "Não o façam. A hipertensão é uma doença crónica e não tem cura”, realçou.


Pressão alta considerada um risco eminente nas mulheres gestantes

A hipertensão arterial na gravidez, acima de 140/90 milímetros, tem contribuído para uma gravidez de risco e pode levar ao desenvolvimento de pré-eclampsia, complicação que pode provocar o parto pré-termo caso não seja tratada adequadamente, disse, ontem, a directora clínica do Hospital Geral Especializado Augusto Ngangula.

Kinfumu Balazao explicou que a unidade sanitária diagnosticou, na semana passada, 17 casos de pré-eclampsia e sete de eclampsia. "Toda mulher grávida pode desenvolver a pré-eclampsia”, apontou, acrescentando que, por fazerem parte de um grupo vulnerável, é importante redobrar os cuidados.  O hospital, acrescentou, realizou, no mesmo período, 206 partos.

 
Kilamba Kiaxi

Num total de 6.782 pacientes atendidos, na semana finda, no Hospital Geral Especializado do Kilamba Kiaxi 677 eram mulheres gestantes e , deste número, 16 foram diagnosticadas com pré-eclampsia, de acordo com a directora-geral da unidade.

Rosa André avançou que, na área da pediatria, foram assistidas 1.571 crianças com diversas patologias, sendo as principais a malária (307), as doenças respiratórias agudas (191) e a diarreia (178).

 
Camama

De acordo com o médico Magalhães Sobrinho, a hipertensão arterial faz parte das doenças cardiovasculares que constituem a primeira causa de morte e é o principal factor de risco para se desenvolver Acidente Vascular Cerebral (AVC), isquêmico e hemorrágico, ataque cardíaco, lesão das artérias, infarto agudo do miocárdio, insuficiência cardíaca e renal crónica.

O Hospital Geral de Luanda assistiu, na semana passada, 170 casos de hipertensão arterial, destes, cinco foram a óbito. Magalhães Sobrinho acrescentou, que,  além da hipertensão, outras patologias como a malária (1.041), as doenças respiratórias agudas (529), a diarreia (157), também foram preocupações da equipa médica.

 
Cacuaco

De acordo com a directora-geral Hospital Municipal de Cacuaco, Anizeth Cutatela, o número elevado de pacientes vítimas de hipertensão arterial que acorrem à unidade hospitalar é preocupante.              

"Muitos não têm conhecimento da doença”, realçou, acrescentando que, na semana passada, foram assistidos 55 pacientes com a patologia na unidade sanitária.

 
Cazenga

O Hospital Municipal do Cazenga assistiu, na semana finda, 2.024 pacientes, sendo 1.060 nas consultas externas e 964 nos bancos de urgência, informou, ontem, o director clínico. José Mário avançou que as principais patologias foram a malária, com 703 casos, a diarreia, com 46, e a broncopneumonia, com 15.                                                         

Engrácia Francisco

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