Para os médicos, todo o cuidado é pouco nesta altura. O director clínico do Hospital Municipal do Zango 2, Sebastião Senga, afirmou que palestras de esclarecimento sobre a prevenção da patologia nas comunidades devem ser contínuas.

Os técnicos dos centros de Saúde privados, assim como dos postos médicos públicos, realçou, devem ir ao encontro das comunidades, a fim de explicarem as formas de transmissão, cuidados e prevenção da malária, das patologias com mais ocorrências nas unidades sanitárias.

"É necessária uma acção urgente para que a resposta global à malária seja retomada. O desafio está nas mãos dos países mais afectados pela doença, nos quais o assunto deve estar no topo da agenda política”, avançou, além de pedir mais mobilização de recursos e capacitação dos quadros que intervêm junto das comunidades.

O médico informou que, nas últimas 72 horas, o Hospital do Zango 2 prestou assistência a 965 pacientes com malária, 51 de doenças diarreicas agudas, 19 de hipertensão arterial e seis com doenças respiratórias agudas. Na área de Ortotraumatologia, explicou, foram atendidos 132 politraumatizados, dos quais 23 por acidentes de viação, 16 por agressão física e nove por ferimentos com arma branca.

 
Samba

No banco de urgência do Centro de Saúde da Samba foram atendidos 232 pacientes com malária, sendo a patologia com mais ocorrência, seguido das doenças respiratórias agudas, com 47 casos, diarreicas agudas, com 29, e hipertensão arterial, com 11 ocorrências, informou, ontem, a directora clínica. Rosa Manuel avançou que a unidade sanitária observou também 179 mulheres grávidas no serviço de maternidade e destas 40 tiveram os bebés. Nas consultas externas, realçou, 15 pacientes foram atendidos em estomatologia.

Sambizanga

O banco de urgência do Centro de Saúde do Sambizanga prestou auxílio a 685 pacientes, destes 371 foram diagnosticados com malária, comunicou, ontem, a directora clínica da instituição, a médica Augusta Chandicua.

De acordo com as informações dos técnicos, disse, o número reduzido de pacientes registados aconteceu devido à greve. "Muitos pacientes pensaram que o centro estivesse fechado. Mas atendemos normalmente quem apareceu. Infelizmente foram poucos, por falta de informação da maioria”, lamentou.

Neves Bendinha

A directora clínica do Hospital Especializado Neves Bendinha, Antonieta Guilherme, disse que atenderam, no banco de urgência, 70 pacientes com queimaduras, dos quais 19 adultos e 14 crianças. Destes, continuou, 12 pacientes foram internados pela gravidade das lesões.

"Infelizmente, tivemos dois falecidos, duas crianças que se encontravam internadas nos cuidados intensivos”, disse.

Quanto às causas esclareceu que predominaram os acidentes domésticos com 30 casos, provocados por líquidos ferventes com 16 e quatro por gasolina. Quanto ao Banco de Medicina, a responsável frisou que foram atendidos 258 pacientes, dos quais 180 adultos e 78 crianças.

INESPERADO
Alegria adiada devido à doença

Moradora no Zango 0, no condomínio Vida Pacífica, Filomena Fortunato, mãe do pequeno Miguel Fortunato, de três anos, é uma das muitas mulheres que teve de ir com o filho ao hospital local. Há dois dias, contou, o filho, um menino muito alegre, começou a ter febres, convulsão e a queixar-se de dores no corpo e fraqueza.

Pelo quadro clínico que apresentava, contou, teve de recorrer às urgências médicas do Hospital Municipal do Zango 2 para a assistência médica. "A equipa médica em serviço prestou os primeiros socorros ao menino”, contou.

O médico Tomás António frisou que Miguel Fortunato deu entrada com uma crise de malária e um quadro clínico grave que, após a intervenção clínica e assistência medicamentosa, o quadro estabilizou. "O Miguel já transmite um sinal de melhoria e de calmaria e o processo de recuperação é rápido, vai continuar sob avaliação médica e dentro de três dias , em função do estado de evolução da recuperação, daremos a alta médica”, disse o médico.

Filomena Fortunato apelou aos pais que, aos primeiros sintomas de malária que as crianças apresentarem devem procurar por uma unidade sanitária mais próxima para a assistência médica.

Especialistas aconselham os pais a maiores cuidados básicos de saúde

No Hospital Geral de Luanda, foram registados, na semana passada, 1.005 casos de malária. De acordo com o director clínico, o número aumentou comparado com igual período da semana anterior, em que se registaram 997 casos. "Os números tendem a aumentar, mas o campanha de sensibilização e de apoio às comunidades continuam, a fim de se evitarem casos graves”, disse.

O médico Magalhães Sobrinho acrescentou que o hospital também registou 350 casos de doenças respiratórias agudas, 142 de diarreia e 131 de hipertensão arterial.

A área de Ortopedia, continuou, interveio em 355 casos de quedas, 145 de acidentes de viação, 102 de agressões físicas, 65 de atropelamentos, 45 de ferimento provocado por arma branca e dez casos por arma de fogo.

 
Cacuaco

O Hospital Municipal de Cacuaco assistiu, na semana finda, 4.955 pacientes, de acordo com a directora-geral da unidade sanitária. A médica Anizeth Cutatela avançou que foram diagnosticados 605 casos de malária, 88 de diarreia, 60 de hipertensão arterial, 37 de doenças respiratórias agudas e cinco de Acidente Vascular Cerebral (AVC). "Realizámos 123 partos e assistimos 84 casos de acidentes de viação”, rematou.

 
Cazenga

No Hospital Geral dos Cajueiros, no município do Cazenga, foram observados, na semana passada, 1.825 pacientes com malária, 615 com gripe, 391 com hipertensão arterial, 213 com diarreia e 19 com malária, disse, ontem, o director clínico Tomás Fernando.

O Hospital Municipal do Cazenga assistiu, na semana finda, 2.457 pacientes, sendo 1.251 nas consultas externas e 1.206 nos bancos de urgência, informou, ontem, o director clínico. José Mário avançou que as principais patologias foram malária, com 1.115 casos, síndrome gripal, com 86, diarreia, com 62, e broncopneumonia, com 33 casos. "Tivemos um registo de 142 casos de traumas”.

 
Viana

Um total de 1.011 pacientes foram atendidos, na semana passada, no Hospital Materno Infantil Mãe Jacinta Paulino, disse a directora-geral. Filomena Bessa avançou que as principais patologias foram a malária, com 427, diarreia, com 210 , e doenças diarreicas agudas, com 106 casos.

Engrácia Francisco