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Mensagem do Presidente João Lourenço por ocasião do Dia da SADC

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O Chefe de Estado, João Lourenço, considerou, este sábado, que a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) tem constituído um dos símbolos da união e da solidariedade.

17/08/2024  Última atualização 00H12
© Fotografia por: CIPRA | Arquivo
Eis a mensagem na íntegra: 

É com grande honra e privilégio que apresento as minhas felicitações neste ano de 2024 pela celebração do Dia da SADC, que tem constituído nestas últimas 3 décadas um dos símbolos da união e da solidariedade que caracterizam a nossa comunidade.

Ao apreciar a nossa evolução como organização, ao longo de pouco mais de trinta anos, é imperioso que nos congratulemos pelo caminho que percorremos juntos, desde os anos1980 até hoje, em que a SADC se revelou uma plataforma incontornável de defesa do nosso direito comum à liberdade política, económica e social, alicerçada numa forte solidariedade desenvolvida por força dos imensos desafios que temos vindo a enfrentar ombro a ombro. 

A realidade da SADC vai para além da simples instituição, por nos remeter também para a ideia do compromisso colectivo dos líderes que nos antecederam na construção do nosso espaço regional, assente num profundo espírito de concertação para conceber e implementar estratégias que nos permitam atingir o nosso principal objectivo, que é o de edificar uma comunidade de nações irmãs unidas pelo anseio comum pelo desenvolvimento, por uma paz harmoniosa e pela prosperidade.

Ao longo da nossa história, fomos superando obstáculos diversos, sempre unidos pela ideia compartilhada de que sem uma firme solidariedade entre nós, ficaríamos aquém das nossas perspectivas e das conquistas possíveis em todos os domínios, na base do nosso grande potencial. 

Possuímos uma memória comum rica de acontecimentos marcantes em que sobressaíram sempre os sacrifícios consentidos para atingirmos o patamar em que hoje nos encontramos, cientes de que a nossa margem de progressão quase não tem limites.

Evoluímos dos países da linha da frente, a nossa fonte fundacional, para a organização consistente que somos hoje, constituída por 16 Estados, que unidos, desenvolvem um papel relevante e pertinente em conjugação entre todas as suas forças vivas para enfrentar em conjunto os desafios, cada vez mais complexos do século XXI, tendo como baluarte a sua juventude, que constitui o seu património mais precioso.

Cientes desta evidência, foi com a preocupação de assegurar uma continuidade e consistência estratégica dentro da nossa organização, que no ano passado propusemos o tema «Capital Humano e Capital Financeiro, os Principais Factores para a Industrialização Sustentável na Região da SADC» com o objectivo de nos debruçarmos sobre estes eixos  interdependentes e essenciais para a edificação de uma industrialização regional que queremos integrada, competitiva e sustentável.

Unir estes dois factores requer o nosso esforço permanente focado num investimento massivo e qualitativo na educação e na formação, para dotar os nossos jovens não só de competências profissionais, mas também e sobretudo de ferramentas para poderem lidar com a preocupante polarização num mundo mais conectado e numa fase global de transição que abarca aspectos de ordem económica, ambiental, política e social.

É nossa convicção de que um verdadeiro ensino deverá focar-se muito mais no despertar das consciências do que na simples acumulação do conhecimento.

À luz da nossa determinação em não pouparmos esforços para continuar a industrializar a nossa região, será necessário continuarmos a advogar todos juntos por uma alteração da arquitectura financeira internacional, de modo a que os nossos países, seja de maneira colectiva ou individual, beneficiem de um acesso mais justo aos mercados financeiros, o quepermitiria um melhor equilíbrio entre governabilidade e competitividade internacional.

Temos que estar atentos ao facto de que o aumento da população global, que no caso da região da SADC atingirá os 650 milhões de pessoas, criará desafios de grande complexidade, designadamente o da empregabilidade, num contexto de evolução tecnológica acelerada que obrigará a camada mais jovem da nossa zona, a dotar-se de capacidades que lhe permita enfrentar o mercado do trabalho com possibilidades de sucesso. 

Os desafios que nos esperam são imensos e estaremos em melhores condições de os enfrentar se continuarmos a trilhar o caminho da integração através do reforço contínuo da SADC, que passa pela assinatura e ratificação célere dos instrumentos jurídicos da organização, bem como pela operacionalização efectiva de órgãos importantes como o Fundo de Desenvolvimento Regional, o Programa Regional para a Juventude e a Universidade da Transformação.

Estou convicto de que o tema escolhido pela República do Zimbabwe que assumirá proximamente a presidência da nossa organização: «Promover a Inovação para Desbloquear Oportunidades de Crescimento Económico Sustentado e de Desenvolvimento Rumo a uma SADC industrializada» constituirá uma força motriz no asseguramento da continuidade do nosso esforço para construir um sector industrial dinâmico e moderno.

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