Motivados com a nova ocupação, em função da sua especialidade, cada um faz o que sabe, porém, o objectivo passa em criar condições necessárias para extrair com eficácia e segurança o cobre, zinco, chumbo, ouro e outros recursos que a mina conserva. No essencial, tal como realça Alberto Manzambi, técnico de sondagem, a maioria dos jovens está satisfeito por participar no projecto de abertura da mina.

"Esperamos muito tempo para conseguir emprego, mas agora vamos aplicar na prática tudo que aprendemos no domínio de Pesquisa e Exploração de Mineiros. Estou satisfeito”, disse Alberto Manzambi.

Januário Mendes, 27 anos, é outro jovem que agora também trabalha nas obras em curso na Mina de Tetelo. Motorista profissional, conta que o seu sonho se tornou realidade, razão pela qual sente que, mais do que nunca, tem o caminho aberto para proporcionar melhores condições de vida para a sua família.

"Demorou, mas chegou. Tenho estado a dar o meu melhor para contribuir no desenvolvimento da minha província e do país”, disse Alberto Manzambi, sublinhando a viragem que a sua vida registou depois que o ministro Diamantino de Azevedo lançou a primeira pedra para construção da mina.

O soba da localidade de Nvuanga, Ndombaxi Miguel, destaca que é o momento certo para que muitos jovens de Maquela do Zombo e zonas limítrofes consigam estar empregados.

"Tudo parecia um sonho, mas agora estamos a ver com os nossos próprios olhos que chegou o momento para os nossos filhos trabalharem bem próximo de casa”, disse Ndombaxi Miguel, tendo aconselhado os demais jovens a investir cada vez mais na formação técnico-profissional.  

O director-adjunto da Shining Star Icarus, empresa promotora da iniciativa, Rui Lopes, Para a primeira fase de exploração, diz que foram criados 210 postos de emprego fixos e dentro de alguns meses este número pode aumentar para 500, prevendo-se a criação de cerca de mil postos de trabalho fixo até o final das obras.

Rui Lopes explica que a mina tem uma extensão total de 1.955 quilómetros quadrados, compreendendo as regiões de Mavoio, Maquela do Zombo, Quimbumba, Pecheche e Bembe, e um período útil de vida acima de dez anos. Nesta primeira, Rui Lopes fez saber ainda que vai ser apenas construído um perímetro de quatro quilómetros. Posteriormente, com o desenvolvimento de novas pesquisas e prospecção o mesmo vai ser alargado.

Antes do lançamento oficial da primeira pedra, Rui Lopes recorda que, durante aproximadamente 14 anos, data de início dos trabalhos, foram gastos 70 milhões de dólares em trabalhos de pesquisa, prospecção e avaliação do projecto, tendo ficado determinado que o projecto Tetelo tem condições para exploração.

"Foi também feito o levantamento aerogeofísico, IP, escavações e sondagens, perfurações e outros trabalhos de prospecção sobretudo nas localidades de Quimbumba, Pecheche e Bembe e muitos outros alvos têm sido identificados”, disse.

O Jornal de Angola sabe que a construção da mina está prevista para um período de 27 meses, sendo que a primeira fase de produção inicia no final do próximo ano. Além de possuir uma reserva estimada para um período de exploração de três anos, quando a mina atingir o seu pleno funcionamento poderão ser extraídos quatro mil toneladas de cobre por dia.

  Segurança ambiental

O director adjunto da empresa Shining Star Icarus assegura que foram criadas as medidas para acautelar a segurança ambiental.

"Estabelecemos todos pressupostos internacionais que regem a Lei de Exploração de Minas e nos foi atribuída uma licença com período mínimo de cinco anos”, disse.

Rui Lopes avança que tem sido proporcionado aos trabalhadores um ambiente de trabalho seguro, saudável e produtivo. Neste quesito, realça que o cumprimento das leis e regulamentos aplicáveis em matéria de saúde e segurança no trabalho constituem desafios da empresa.

Com um investimento total avaliado em 275 milhões de dólares, o projecto será construído pelas empresas SinoHydro e China Power e terá 880 metros de profundidade. Rico em cobre, zinco e chumbo, a área de concessão Mavoio-Tetelo-Bembe está mais precisamente situada no Norte de Angola, na província do Uíge e dentro do cinturão do Congo Ocidental.

Impacto no desenvolvimento

O governador provincial do Uíge, José Carvalho da Rocha, considera que o projecto representa um grande investimento, a julgar pelas oportunidades de emprego e pelo impacto no desenvolvimento socioeconómico da região.

"É uma grande oportunidade para a criação de novos postos de empregos e desenvolvimento da região”, disse.

Orçadas em cerca de 104 mil milhões de kwanzas, ao câmbio do dia, o governante fez entender que as obras das infra-estruturas da mina reforçam as bases que se pretende para o crescimento económico da popularmente denominada província do bago vermelho.