O ministro de Estado e chefe da Casa Militar do Presidente da República, Francisco Furtado, destacou, quinta-feira, no Huambo, as conquistas socioeconómicas alcançadas pelo Executivo, durante os 22 anos da Paz e Reconciliação Nacional, sobretudo, na construção de infra-estruturas modernas, com prioridade para os sectores da Energia e Águas, Estradas, Caminhos-de-Ferro, Portos, Aeroportos, Habitação e Telecomunicações.
O ministro de Estado referiu que estes ganhos estão a servir para definir os eixos prioritários na estratégia macroeconómica de 2024, nomeadamente o fortalecimento do rendimento das famílias, dos trabalhadores e dinamizar o processo económico, investindo mais na economia e nas empresas para tornar o Orçamento Geral do Estado mais sustentável, com a diversificação da economia.
Segundo o governante, depois do choque provocado pelas medidas de contenção dos efeitos da Covid-19, verifica-se um abrandamento no crescimento da economia mundial, pois o grupo das chamadas economias avançadas desacelerou em 2023 e em 2024 apresenta uma taxa de crescimento de 1,5 e 1,4 por cento, contra os níveis percentuais de 2022 (2,6).
O ministro de Estado e chefe da Casa Militar do Presidente da República defendeu a materialização dos principais desafios do país, na inserção no contexto internacional dos próximos 27 anos, designadamente a estratégia de longo prazo "Angola 2050”, assente numa sociedade que valoriza e potencia o capital humano, com ênfase na Educação e Formação Técnico-Profissional, Saúde e Juventude.
Para Francisco Furtado, passados 22 anos, o sector agrícola cresceu 6,6 por cento na campanha de 2023/2024, representando um aumento de 1%, comparativamente a 2022/2023, considerando que, apesar destes números, o Executivo reconhece que a meta da segurança alimentar constitui a nova batalha a vencer.
"Exige o uso de técnica diferente daquela que usamos ao longo do conflito militar e as famílias representam o pilar deste grande desafio, uma vez que constitui a base da produção agrícola do nosso país e os números confirmam isso”, sustentou Francisco Furtado. A agricultura familiar, no país, segundo os relatórios do ano agrícola passado, foi responsável por 91,3 por cento da área semeada, num total de 6 milhões 41 mil e 25 hectares, que resultaram na colheita de 5 milhões 409 mil e 867 toneladas de produtos diversos.
A província do Huambo lidera a produção de milho, trigo e hortícolas, razão pela qual é, historicamente, conhecida como o celeiro de Angola.
Distribuição de tractores
No âmbito do programa de distribuição de tractores às cooperativas integradas por antigos militares, o ministro de Estado frisou que a província do Huambo foi beneficiada com 61 máquinas agrícolas com os seus componentes, abrangendo 58 cooperativas, num total de sete mil 230 famílias de antigos militares e membros das comunidades.
Francisco
Furtado destacou que o Huambo está entre as localidades que mais sofreram com a
guerra e, nos últimos tempos, tem vindo a conhecer os benefícios da paz,
através da aposta na agricultura de grande escala, contrapondo o cenário de
fome.
PIIM e Kwenda
Francisco Furtado disse que o Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM), na província do Huambo, registou uma execução física global acumulada de 85 por cento, enquanto o desembolso financeiro é de aproximadamente de 83%, o que permitiu a conclusão de 189 acções.
Até hoje, acrescentou, o PIIM permitiu a conclusão de 29 escolas, 15 unidades sanitárias e 29 novos pequenos sistemas de abastecimento de água potável.
O Programa de Fortalecimento da Protecção Social (Kwenda), segundo o responsável, também apresenta resultados satisfatórios, pois estão cadastrados em todo o país mais de um milhão e quinhentos mil agregados, dos quais um milhão e trinta e dois mil beneficiaram de transferências monetárias.
Além das famílias apoiadas no âmbito do Kwenda, acrescentou que foi possível prestar apoio directo a 1.444 mulheres zungueiras da província do Huambo, ao abrigo do projecto de iniciativa local "Votoka Mamã Zungueira”, que conta com a parceria da Fundação Brilhante.
A
governadora do Huambo, Lotti Nolika, disse que a conquista da paz é sem dúvidas
o maior ganho do país, depois da Independência Nacional. "Há 22 anos, num dia
como hoje, renascia a esperança do povo de ver uma Angola melhor, fruto do processo
de paz e de reconciliação nacional”, observou a governante.
Conclusão da estrada Huambo-Huíla ainda sem data
Estácio Camassete |Huambo
O ministro de Estado e chefe da Casa Militar do Presidente da República, Francisco Furtado, anunciou, ontem, que a conclusão das obras da Estrada Nacional 354, via que liga as províncias do Huambo e da Huíla, pode ser a qualquer momento, mas não adiantou datas exactas.
A par da conclusão da estrada Cuima (Huambo) e Cussi (Huíla), de 65 quilómetros, o governante disse que vão ser melhoradas as condições do Aeroporto Albano Machado e a optimização do Caminho-de-Ferro de Benguela, para que se transforme na principal placa logística e de distribuição da zona Centro-Sul, em linha com o investimento em curso no município da Caála. A construção da Plataforma Logística teve o lançamento da primeira pedra em Dezembro de 2023.
"Se por um lado temos a necessidade de aumentar a produção agrícola, por outro, é necessário resolver o problema das estradas, das quais dependem os processos da economia”, realçou o ministro de Estado.
Disse
que foram cadastradas e, em fase de reabilitação, várias estradas que ligam o
país, nomeadamente a EN230, entre Malanje e Saurimo, Saurimo-Dala e desvio
Lucapa-Saurimo, nas províncias da Lunda-Norte e Lunda-Sul, Luau-Marco 25 -
Cazombo, na província do Moxico, Sanza Pombo-Cuilo Pombo, Quimbianda-Buengas
(Uíge), Lucossa-Mpela- Noqui e Nzeto-Soyo (Zaire), que depois de concluídas
poderão dar mais dinamismo à economia e tornar melhor a vida das famílias e das
empresas.
Sector da Saúde
O ministro de Estado afirmou que o Sistema Nacional de Saúde cresceu com 11 hospitais centrais e de especialidade, seis institutos, 23 hospitais gerais e provinciais, 172 municipais, 800 centros de saúde e 2.311 postos de saúde, perfazendo 3.325 unidades sanitárias.
Com isto, indicou, o número de camas hospitalares passou de 13.426, em 2017, para 37.808, em 2022, o que pressupõe em seis anos um ganho de 24.382 camas.
Em 2017, apenas três províncias dispunham de serviços especializados de hemodiálise, enquanto em 2022 este número passou para 10, com capacidade de atendimento de mais de três mil utentes por semana.
O governante destacou as inaugurações do Centro de Hemodiálises do Huambo e do Hospital Geral de Ecunha, que estão a reforçar a capacidade de atendimento e disponibilizar serviços de saúde de alta complexidade aos cidadãos da província e de outras localidades.
Francisco
Furtado recordou o ingresso para o Serviço Público de Saúde de 41.093
profissionais, entre médicos, enfermeiros, técnicos de diagnóstico e
terapêutica, de apoio hospitalar e técnicos do Regime Geral.
Crescimento da indústria
O ministro de Estado também falou do crescimento da indústria. De 2018 a 2022, a taxa de crescimento do PIB real para a indústria transformadora registou um acumulado de 7,7 por cento, com maior destaque para 2022.
Para este desafio da industrialização do país, Francisco Furtado disse que a energia desempenha um papel fundamental, pois a matriz eléctrica nacional comporta 59, 79% de energia hidroeléctrica, além de 35, 74% de energia térmica, deixando 3,81% de energia solar e 0, 57% de energia híbrida.
"Este quadro nos obriga a um esforço substancial para garantir que o projecto de interligação nacional permita que a capacidade de produção existente no país, particularmente no Norte, seja escoada para outras zonas, reduzindo a produção com recurso a combustíveis fósseis e a redução dos custos operacionais com combustíveis e manutenção, considerando a necessidade da preservação da sustentabilidade ambiental”, indicou o governante.
Francisco Furtado anunciou que, relativamente ao gás e à água, o Executivo tem consciência do "grande desafio”, reconhecendo haver muitos cidadãos sem acesso a estes bens de consumo.
A taxa de cobertura de água potável nas zonas urbanas saiu de 60% em 2017 para 72% no primeiro trimestre de 2023 e nas sedes provinciais e municipais de 828 mil metros cúbicos por dia para um milhão 318 metros cúbicos por dia.
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