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"O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, disse, no sábado, que as movimentações dos grupos extremistas em novos pontos de Cabo Delgado pretendem desviar os avanços das forças governamentais, que estão em direcção às principais bases dos terroristas.
"Com este movimento, os terroristas pretendem desviar a atenção e o avanço das forças que estão em direcção às principais posições dos terroristas. Vários postos avançados dos terroristas foram atacados, assaltados e destruídos, tendo provocado a fuga de terroristas em pequenos grupos", declarou Filipe Nyusi, citado pela Lusa durante as cerimónias centrais de celebração do Dia dos Heróis, em Maputo.
Em causa estão novos ataques e movimentações registados após um período de relativa estabilidade em Cabo Delgado, episódios que, para as autoridades locais, estão ligados à perseguição imposta pelas Forças de Defesa e Segurança nos distritos de Macomia, Quissanga e Muidumbe, entre os mais afectados. Segundo o Chefe de Estado, as forças governamentais, com apoio do Rwanda e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral, estão a desencadear "operações imediatas", que incluem a "ocupação e consolidação" de posições estratégicas em Mucojo, no distrito de Macomia, e fiscalização costeira.
"As Forças de Defesa e Segurança têm como última finalidade negar a penetração e mobilidade dos terroristas pelo mar, incluindo o seu reabastecimento através das ilhas adjacentes, tendo nas últimas 72 horas entrado em contacto directo com um grupo que se mantém em fuga na recta Ancuabe - Metuge", avançou Filipe Nyusi, referindo que quer ver "esclarecida a origem e motivação" deste grupo. O Chefe de Estado moçambicano alertou, também, para novas tentativas de recrutamento de jovens por parte dos grupos rebeldes, episódios que estão a ser registados mais ao Norte de Cabo Delgado e também em dois distritos de Nampula, província vizinha, nomeadamente Memba e Eráti.
A província de Cabo Delgado enfrenta, há seis anos, uma insurgência armada com alguns ataques reivindicados pelo grupo extremista Estado Islâmico, que levou a uma resposta militar desde Julho de 2021, com apoio do Rwanda e da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos projectos de gás. O conflito já fez um milhão de deslocados, de acordo com o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), e cerca de 4 mil mortes, segundo o projecto de registo de conflitos ACLED.
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