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O município da Conda, no Cuanza-Sul, tem o sector social como o que mais cresceu nos últimos anos, quer em infra-estruturas, enquadramento de técnicos, bem como na prestação de serviços às populações.
"O município da Conda atingiu níveis altos, comparando com o passado colonial e do pós-Independência. Basta vermos o que foi o então Concelho da Conda com a realidade actual, em que desponta o número de habitações construídas, aumento dos serviços sociais básicos e do ordenamento”, sublinhou.
O município, que assinalou, terça-feira, 105 anos desde que foi elevado a Concelho, fruto da sua desanexação do Conselho do Seles, em 1918, tem outro visual e dinâmica, desde 2019, fruto da execução de projectos e programas de desenvolvimento local e combate à pobreza e do Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM).
"Os programas de combate à pobreza e do PIIM tiveram um impacto considerável e incidiram na construção de escolas, postos de saúde, requalificação dos edifícios, passeios, lancis, construção de sistema de iluminação domiciliar e pública, de água potável, além do fomento agrícola”, disse o administrador municipal.
Adão da Silva Pereira referiu que os indicadores quantitativos e qualitativos alcançados nos sectores da Saúde e Educação orgulham os habitantes do município.
O sector da Saúde controla um hospital municipal, três centros médicos e 28 postos de saúde, assegurados por quatro médicos, sete técnicos de diagnóstico e terapêutica e 68 enfermeiros. Na Educação existem 28 escolas, asseguradas por 512 professores, estando matriculados para o presente ano lectivo 22.365 alunos, da iniciação à 13ª classe.
"O desenvolvimento do sector da Educação no município da Conda é expressivo, uma vez que na era colonial havia apenas uma escola na sede e hoje a realidade é outra e com bons indicadores”, salientou.
Projectos criam impacto junto das comunidades
O administrador municipal da Conda reconheceu o impacto criado nas comunidades, com a execução de 12 projectos do PIIM, já concluídos, que incidiram nos vários domínios da vida social e económica da região. Destacou, entre as realizações, a construção de quatro escolas, com sete salas cada uma, nas localidades de Huande, bairro da Piscina, Assango II e na localidade de Hongo, afecta à comuna do Cunjo.
A par disso, destacou as obras de asfaltagem das ruas do casco urbano da vila, num raio de 16 quilómetros.
Quanto ao sistema de abastecimento de água potável, Adão da Silva Pereira considerou ter atingido níveis aceitáveis e garantiu que se regista melhorias substanciais, com um ritmo de abastecimento regular.
O abastecimento de energia eléctrica à vila e arredores é assegurado por dois grupos geradores, de 500 Kva cada, e é feito com normalidade. Ainda assim, o administrador promete dias melhores, com a execução do projecto de electrificação, a cargo do Ministério da Energia e Águas, que trabalha na construção de uma subestação eléctrica na vila da Conda.
"O abastecimento de energia eléctrica vai melhorar nos próximos tempos, fruto do projecto do Ministério da Energia e Águas, que está a trabalhar na construção de uma subestação, que vai ser abastecida a partir das Cachoeiras do Binga, com a implantação de postes de baixa tensão, num percurso de 35 quilómetros e daí a vida vai ser outra”, garantiu.
Agricultura e pecuária
O administrador municipal da Conda informou que, no domínio da agricultura e pecuária, a produção do município supera, todos os anos, as metas inicialmente preconizadas. Entre os factores que proporcionaram o aumento da produção em grande escala, apontou o apoio com insumos e imputes agrícolas, organização das famílias camponesas em associações e cooperativas agrícolas e a assistência técnica aos camponeses.
A outra aposta assinalada pelo administrador tem a ver com a retoma da produção do palmar, que era produzida em quantidade na era colonial, a recuperação de fazendas produtoras de café, citrinos e criação de gado.
Adão da Silva Pereira considera que o município da Conda é uma região por descobrir, devido às imensas potencialidades agrícolas, pecuárias, mineirais e turísticas.
Informou que, além do quartzo em exploração, o município tem minerais por explorar como o ouro, diamante, cobre e outros.
Potencialidades turísticas
No domínio do turismo, o administrador considera que as potencialidades da Conda "são invejáveis”, faltando apenas investimentos, situação que condiciona o seu real aproveitamento.
"Temos na Conda locais de interesse turístico invejáveis, como as Cachoeiras do Binga, as Águas Quentes da Tocota e a Piscina Municipal, que podem proporcionar ambiente de lazer e a atracção de turistas nacionais e estrangeiros. Mas tem de haver investimentos sérios para melhor servirem a quem se desloque para lá”, disse.
Os grandes desafios
Adão da Silva Pereira disse que a administração tem enormes desafios para colocar a região na rota do desenvolvimento.
Entre as preocupações, destacou a reabilitação da rede viária, que liga a sede municipal aos municípios do Seles e do Amboim, bem como das vias que ligam a sede municipal às regiões com potencial agrícola, como a comuna do Cunjo e as áreas de Jombe e Assa II.
"Consideramos que o desenvolvimento do nosso município passa pela reabilitação de estradas, quer as que ligam a sede municipal com os municípios vizinhos do Seles e do Amboim, mas também com as regiões produtoras, para facilitar o escoamento dos produtos agrícolas para os maiores centros comerciais”, frisou.
Outra preocupação prende-se com a falta de condições técnicas para a instalação de indústrias transformadoras na região, sobretudo devido à falta de energia eléctrica. A esperança incide na conclusão das obras da subestação eléctrica. "Só estamos a aguardar pela instalação da subestação eléctrica, para atrairmos investidores que, nos diversos domínios, vão relançar a actividade industrial”, disse.
Prioridades
Como prioridades, o administrador aponta a continuação da requalificação da vila, criando espaços verdes e de lazer, aproveitamento de espaços desportivos para a ocupação dos tempos livres, incentivar os habitantes para as campanhas de embelezamento da urbe, melhoramento das ruas e implantação de postos de iluminação pública.
No domínio económico, Adão da Silva Pereira apontou como ponto de partida a atracção de investidores nacionais e estrangeiros, para a transformação das potencialidades naturais da região em riqueza real.
"Neste momento as nossas atenções estão viradas para a atracção de investidores, uma vez que as potencialidades naturais do nosso município são imensas, mas devem ser transformadas em riqueza real”, disse.
Outro desafio mencionado pelo administrador da Conda é o de advogar, junto dos organismos de tutela, a criação de um instituto politécnico, para a formação de jovens nas distintas profissões, de acordo as necessidades do mercado local. "Temos jovens com talento e vontade de aprender as diversas profissões, mas a falta de um instituto politécnico, vocacionado para o efeito, motiva a fuga de jovens para outras paragens da província, em busca de oportunidades de formação e de emprego”, lamentou.
Apelo à união
O administrador municipal da Conda lançou um apelo aos filhos do município para se juntarem aos esforços da administração, para o desenvolvimento da região. "O município da Conda clama pelos seus filhos, quer os residentes, como os que vivem fora, para juntos arregaçarmos as mangas, em prol do seu desenvolvimento”, disse.
No quadro das comemorações dos 105 anos do município da Conda, a administração municipal leva a cabo um programa que contempla actividades culturais, recreativas e desportivas, bem como a realização de feiras com a exposição de produtos locais.
Munícipes pedem mais acções
Alguns munícipes entrevistados pelo Jornal de Angola reconheceram os avanços registados nos mais variados domínios, mas pedem a execução de mais acções.
Daniel Miguês, funcionário público, considera que o município da Conda está a trilhar o caminho do desenvolvimento, mas defende a realização de mais acções em vários domínios e em todas as localidades da circunscrição. "O nosso município está a desenvolver-se, sobretudo no domínio social. A administração municipal deve continuar na senda de execução de mais programas e projectos, como a promoção de actividades desportivas, culturais, além do fomento do sector económico”, apelou.
António Augusto Magalhães é outro cidadão que alinha no pensamento de que o município está a conhecer melhorias, sobretudo na expansão e melhoramento das infraestruturas urbanas.
O entrevistado, que também já foi administrador do município, faz uma avaliação positiva do caminho percorrido até aos dias de hoje. Lembra que o município passou por muitas dificuldades, devido à conjuntura política, económica e social vivida logo depois da independência, com o conflito armado, até ao alcance da paz. "Considero que actualmente o município da Conda apresenta nova imagem. Digo até que renasceu das cinzas, se recuarmos no passado, em que faltava quase tudo”, disse, acrescentando que o desenvolvimento do município deve contar com os esforços de todos os filhos da terra.
O município da Conda tem uma superfície de 2.090 quilómetros quadrados e uma população estimada em 76.942 habitantes. Administrativamente está dividido por duas comunas, sendo a sede e a do Cunjo.
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