Sociedade

“Municípios do país precisam de um Plano Director”

Alberto Quiluta

Jornalista

Os municípios do país precisam de um Plano Director para uma melhor estruturação, defendeu, ontem, em Luanda, a vice-governadora para os Serviços Técnicos e Infra-Estruturas, Elisabete Rafael, numa altura em que são necessários mais de três mil arquitectos.

14/03/2021  Última atualização 14H55
Vice-governadora de Luanda defende acção de arquitectos © Fotografia por: M. Machangongo | Edições Novembro
Ao intervir no acto de apresentação de Políticas Públicas de Arquitectura, organizado pela Ordem da classe, Elisabete Rafael referiu que o evento é um marco histórico importante, por tratar do desenvolvimento das sociedades e da abrangência do próprio arquitecto.

Depois de defender um maior envolvimento do arquitecto nas acções de desenvolvimento das sociedades, a vice-governadora de Luanda para os Serviços Técnicos e Infra-Estruturas sustentou que as Políticas Públicas de Arquitectura abrangem todos os sectores nomeadamente sociais, políticos e culturais.

 Elisabete Rafael referiu a necessidade de se ter arquitectos dentro de todos sectores, para que a sociedade seja mais harmoniosa do ponto de vista urbanístico e paisagístico, mas "infelizmente vimos a nossa capital totalmente desestruturada”, devido praticamente à inacção dos especialistas do sector.

 "Nós precisamos de mais de três mil arquitectos, como solução para o futuro”, disse a governante, para quem a sociedade desenvolveu, mas "infelizmente não conseguiu acompanhar o desenvolvimento arquitectónico das grandes cidades, por falta de intervenção dos arquitectos”, disse a governante.
 País tem apenas 1500 arquitectos
O bastonário da Ordem dos Arquitectos de Angola disse que neste momento estão inscritos na agremiação 1.500 associados, um número considerado ínfimo quando o ideal é ter um arquitecto para cada dez mil habitantes.
Celestino Chitonho disse que o objectivo da Ordem dos Arquitectos de Angola é regular o exercício da profissão e divulgar a dinâmica das políticas públicas do sector que são pouco conhecidas, defendendo que "as cidades são o resultado das acções de todos”.

"A arquitectura é um recurso estratégico da actuação do Estado, para os vários problemas que o país vive, um veículo para a resolução dos problemas a nível da economia, cultura e para a valorização das nossas tradições”, revelou o bastonário.

 A arquitecta urbanista Conceição Oliveira defende a necessidade de se fomentar a cultura da arquitectura social e consciencializar a sociedade, bem como incentivar os sectores envolvidos na implementação e cumprimento das acções de assistência técnica em habitação de interesse social.
 Conceição Oliveira disse ser vital destacar a importância do papel do Estado, como indutor da qualificação da arquitectura e do urbanismo produzidos simultaneamente pelo sector público e privado.

"A assistência técnica vem trazer condições de se discutir a regularização dos territórios, qualificar as moradias e melhorar a urbanização”, sublinhou a especialista.
Além da apresentação das Políticas  Públicas de Arquitectura, o evento abordou também "A Carta da União Internacional sobre o Ensino da Arquitectura”, "Classificação e preservação do Património enquanto Políticas Públicas”, e  "A Incorporação de motivos estéticos tradicionais na arquitectura”.



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