Cultura

Novo disco de Jéssica Areias

Jéssica Areias, cantora angolana residente no Brasil, lançou o segundo disco, significativamente chamado “Matura”, em todas as plataformas digitais e no dia 2 de Maio fará o show de apresentação do mesmo no seu canal no Youtube.

25/04/2021  Última atualização 09H18
Jéssica Areias © Fotografia por: DR
"Matura” reúne parcerias com músicos brasileiros, poesias e canções autorais. Este novo trabalho abre portas para outros estilos. O disco nasce da mistura das raízes tradicionais e folclóricas de Angola, com as claves afro-brasileiras do candomblé, dentro de uma linguagem musical moderna.

Segundo nota chegada à nossa redacção, muita coisa aconteceu desde o lançamento de "Olisseia” (2014), o primeiro trabalho da cantora, compositora e educadora Jéssica Areias. De lá para cá a artista, radicada no Brasil, já fez parcerias com vários músicos brasileiros, com destaque para Toquinho, Fafá de Belém, Leandro Sapucaí, Diogo Nogueira, Serginho Madureira e Osmar Barutti. Também se apresentou em diversos festivais e espaços artísticos e conquistou o coração de grandes compositores.
  
Diz a nota em referência que o novo trabalho "reflecte coisas muito íntimas que Jéssica vivenciou. A fusão perfeita entre o som ancestral dos tambores com uma criação contemporânea de ‘beats’ electrónicos. As melodias simples são o cordão de ligação que conduz às histórias, aos ritos e rituais de um povo, com construções textuais cantadas nas línguas nacionais de Angola (umbundo, kimbundo e kikongo) e em português”. 

Em "Matura” Jéssica revela canções feitas em parceria, como "Pranto do vento” com a cantora e compositora brasileira Thamires Tannous, "Kikongo” e "Muzonguê”, cujos parceiros são Leonardo Mendes e Cauê Silva, sendo que esta última também faz parceria com o poeta José Eduardo Agualusa.  Há também a participação de Manecas Costa, cantor, compositor, guitarrista e produtor da Guiné Bissau em "Muzonguê”, no caso, na guitarra baixo. 

No seu trabalho autoral Jéssica interpreta canções do repertório de outros artistas, sempre com Angola bem presente, nomeadamente em "Uma árvore, no Zaire”, canção inédita composta por Tiganá Santana, cantor e compositor brasileiro, que partiu de um fragmento do poema de Ruy Duarte de Carvalho, e na regravação da faixa "Lemba” do cantor e compositor Filipe Mukenga.   
O disco traz também as canções "Amê”, "Kimbu liyetu” e "Matura”, canção que dá nome ao álbum. Gravado nos estúdios Plugin e Rupestria Produções em Fevereiro de 2021, por Leonardo  Mendes, com excepção da faixa "Kikongo”, gravada na casa de cultura "Os Capoeira” por Felipe Roseno e a participação de Manecas Costa na faixa "Muzonguê” gravada no estúdio Pimenta Preta, por Ivo Costa. Mixado e Masterizado no estúdio Submarino Fantástico por Otávio Carvalho, "Matura” conta com a fotografia de José de Holanda, o design gráfico de Eduardo Kerges e a produção Executiva de Mônica Cosas/Akassa Produções. Teve a produção musical de Leonardo Mendes e Cauê Silva, que também executaram instrumentos como atabaques, cabaça, cabaça na água, efeitos, pratos, vassouras, violão, guitarra, baixo eléctrico, sakara, xequeré, caxixis, ferros, latas, prato, ganzá, berimbau e tama.  

Trajectória artística
Jessica Areias é cantora, compositora e preparadora vocal. Dona de uma personalidade musical bastante ecléctica, ela reúne na sua bagagem um misto de influências, que vão das suas raízes africanas ao fado e do jazz à MPB.
Jéssica Areias nasceu em Angola. Aos 17 anos mudou-se para Portugal e reside no Brasil nos últimos 12 anos, país onde fez uma licenciatura em Educação Musical e uma pós graduação em Regência Coral.

Da sua trajectória artística em Luanda era frequente a participação nos concursos escolares e fez parte de um trio de cantoras infantis (com Aline Frazão e Mônica Guedes) na Associação 25 de Abril, cantando bossa-nova, jazz, fado e música tradicional angolana. Trabalhou em diversos bares e restaurantes, nomeadamente: Restaurante XL, Casa 70, Jango Veleiro, Cine Karl Marx e nos hotéis Continental e Trópico. Em Lisboa formou e integrou, como cantora, um quarteto de bossa nova, jazz e música africana. Nesse projecto actuou em diversas casas de espectáculo.

Já no Brasil, de 2009 a 2017 pisou variados palcos e realizou diversas parcerias, nomeadamente: shows com Toquinho, Bocato, Serginho Madureira, Diogo Nogueira e Osmar Barutti.    
De 2018 a 2019 criou um espectáculo em que cantava clássicos da música popular angolana e músicas do seu primeiro álbum "Olisesa”, com rítmos e sonoridades exclusivamente africanas, nas línguas nacionais kimbundo, umbundo, português e crioulo de Cabo-Verde. Kilapanga, semba e kizomba eram alguns dos ritmos angolanos mais populares presentes no espectáculo, que apresentou no Festival de Música Africana, no Sesc Santo André, Biblioteca Mário de Andrade, Virada Cultural de São Bernardo, Centro Cultural da Penha, 2º Encontro de Literatura Africana (Literáfrica) na Galeria Olido, Dia de África e Festival Amo Bantu no Centro de culturas negras Mãe Sylvia de Oxalá e Ocupação Encruzilhadas Vissungueiras na Funarte. 

Ao longo dos ultimos 12 anos Jéssica realizou espectáculos em Angola no Zodabar, Coconuts, Miami Beach, Casa 70, Espaço Baía, Rooftop e Show do Mês, além de ter cantado em programas de entretenimento na TPA, TV Zimbo, Zap TV e noutros órgãos de comunicação. Em 2020 realizou diversas lives através das plataformas digitais: "Festival em casa com Xipefu”, apresentado com o Bloco "Explode Coração”, "Os Capoeira convidam Jéssica Areias”, "Jéssica Areias canta Gal Costa”, Pocket Sarau Afrikanse, "Canto de origem” e "Vissungos, conversas cantadas entre Africa e Brasil”.

Comentários

Seja o primeiro a comentar esta notícia!

Comente

Faça login para introduzir o seu comentário.

Login

Cultura