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A centralidade do Kapari é actualmente um dos ex-libris da província do Bengo, com fogos habitacionais de rigor arquitectónico e arruamentos desenhados à régua e esquadro. Mas, ao contrário do que o nome possa fazer supor, não fica localizado no musseque Kapari, mas sim no musseque Kikoka
Os bairros dos “pretos” ou “musseque”, como eram tratados na epóca colonial, tinham um traçado organizado de ruas, que delimitava quarteirões, num modelo que facilitava o controlo dos moradores pelas autoridades coloniais portuguesas. Hoje, na rubrica “Viagem ao Passado”, vamos falar do famoso bairro Indígena, que também já foi designado de Katanga, e que desapareceu no início dos anos 70, com a construção do mítico complexo da Cidadela Desportiva.
Considerado como um dos berços do nacionalismo angolano, a circunscrição acolheu, nos anos 60, várias individualidades que fizeram parte do processo histórico do país como Gabriel Leitão, Aristides Van-Dúnem e tantos outros nacionalistas que muitas vezes eram levados pela PIDE-DGS, interrogados e presos sem justa causa.
A estes autóctones, juntam-se outros nacionalistas como Ilídio Machado, Hermínio Escórcio, Mário Torres, Rui Gonçalves, Alberto Marques, Vivência Marques, Arminda Faria e outros que integraram a luta política clandestina nos comités do MPLA.
A anteceder esses episódios, o bairro acolheu, nos anos 50, o primeiro grupo de tocoístas que deram entrada em Luanda e fixaram residência no sector da Cacimba (local onde foi construído o estádio da Cidadela), tido na altura como o principal centro de acolhimento daquela comunidade expulsa do ex-Congo Belga(actual RDC), do Colonato do Vale do Loge e mais tarde da Missão de Ntaya, no antigo Distrito de Carmona, hoje província do Uíge.
Localizado numa zona considerada como ponto privilegiado de observação do antigo regime colonial português, o bairro viu nascer, nove anos depois (1959), uma das temíveis unidades prisionais da PIDE-DGS, a famosa Cadeia de São Paulo de Luanda.
Este estabelecimento prisional, que tinha uma vista privilegiada a vários musseques, acolheu também outros nacionalistas como Joaquim Monteiro Xuxudo, Pedro Benge e Arminda Correia de Faria, esta última enfermeira de profissão que foi interrogada e acusada de organizar a fuga de Tomaz Ferreira, um dos primeiros comandantes da guerrilha do MPLA.
Nesta fuga airosa, que aconteceu nos anos 60, participaram também alguns elementos que actuavam na clandestinidade e que eram apelidados pelo regime colonial de terroristas, entre os quais Madalena Monteiro (Lili), Dina Stela (Bucha) e Manana, irmã do Xuxudo.
Algumas
fontes contactadas pelo Jornal de Angola
realçam que foi Manana quem escondeu,
na sua casa, o comandante Tomaz
Ferreira, antes de seguir para a fronteira
com o Congo, na mesma viagem em que seguiu o jornalista Aníbal de Melo.
Local de partida para o Maquis
Alberto Mendonça, 78 anos de idade e antigo morador, conta que o bairro foi considerado, na época, como um dos locais estratégicos de partida dos nacionalistas para o Maquis. "As coisas eram feitas aqui mesmo nas barbas da cadeia da PIDE-DGS, para não haver desconfiança das movimentações. Era um perigo e risco mas os nacionalistas, mesmo assim, arriscavam”, conta.
Nos anos 60, quando foi residir naquela circunscrição, Alberto Mendonça diz que ainda não existiam as Bês nem Cês, tudo aquilo era um autêntico matagal. Só havia cacimbas e do outro lado da estrada só existia o edifício da antiga DNIC, onde morreu o nacionalista Pedro Benge.
Uma das tristes recordações que Alberto Mendonça guarda na memória foi quando viu tombar, no dia 4 de Fevereiro de 1961, alguns compatriotas próximo da escola em que estudava.
"Essa data eu não posso esquecer. Na altura estudávamos no São Domingos e nesse mesmo dia, o padre Apolinário mandou-nos voltar para casa. Esse vigário era o director da escola de São Domingos Savio”, disse, acrescentando que "depois daquela matança, só voltamos à escola no dia seguinte mas muito timidamente, por causa dos acontecimentos do dia anterior”, afirmou Alberto Mendonça.
Um outro episódio que guarda foi a detenção de um dos colegas por um agente da PIDE, em plena sala de aula, por ter usado um crachá na sua camisa, que se assemelhava a outros usados pelo nacionalista Leitão.
"O chefe do posto da administração colonial era um branco que se chamava Adelino, pai do nosso colega branco que mandou prender o camarada Leitão, por causa de um craxá que ele utilizava na sua camisa”, recorda Alberto Mendonça.
Lembrou ainda que havia casos em que os padres denunciavam os alunos. Foi o caso do Pimentel que, depois de denunciado, ficou preso por algumas horas nas celas da PIDE.
Mais
tarde, o estudante Pimentel foi apelidado com a alcunha "coisas ignotas”. Nascido
na região de Catete, Pimentel mandava naquela altura uma lábia que ninguém o
superava e no final de cada conversa dizia sempre "são coisas ignotas” e lá
ficou o nome.
VIAGEM
AO PASSADO
Colombolo,o
homem que dava muita tareia
Bento de Carvalho, também antigo morador, conta que à semelhança do Rangel, que tinha o Fernando Mayombola como homem das grandes bacaçulas (quedas), o bairro Indígena contava com o cota Colombolo, homem que dava muita "tareia” aos seus companheiros.
Ratinho, irmão caçula do nacionalista Lopo do Nascimento, foi também uma das figuras de referência ao longo de anos no bairro Indígena.
De
referências não é tudo. O bairro contava também com uma figura emblemática, que
foi o velho Carola, antigo funcionário da Imprensa Nacional, que tocava
harmónica nas horas livres em alguns grupos de rebita.
Bairro surgiu antes dos anos 50
Segundo relatos de moradores, o bairro nasceu antes dos anos 50 e tinha como denominação Katanga. Na altura, havia um pedaço de terra com esse nome no local onde foi construída a cadeia da PIDE-DGS, no espaço adjacente à actual administração municipal do Rangel.
Depois de Katanga é que surgiu o nome bairro Indígena, que ocupou todo espaço que alberga o complexo da Cidadela Desportiva, uma das catedrais do futebol angolano.
Nos tempos idos, esta localidade acolheu e juntou várias famílias, umas provenientes da zona do 5, local que ficava próximo ao antigo aeroporto, área onde foi construída a Rádio Nacional de Angola e a Maternidade de Luanda, actual Lucrécia Paim e onde terminava o musseque no tempo colonial.
António Sebastião Vicente "Santocas”, músico e antigo morador, diz que naquela altura a política colonial era ter sempre os nativos como uma forma de proteger a cidade sem o conhecimento e sem a informação necessária em termos administrativos. Ou seja, os nativos acabavam sempre por ficar por trás dos últimos prédios das cidades.
Santocas conta que antes de ser bairro Indígena, havia o Katanga, o bairro que se encontra defronte ao hospital cadeia da PIDE, da Administração Colonial e depois construíram o bairro no local que ocupava todo o espaço que sustenta o campo de futebol.
Posteriormente, acrescentou, os colonos partiram para a construção do bairro das Bês, isso nos anos 60. As Bês também serviram de certa forma para acolher toda aquela gente que "fugiu” por causa das inundações das chuvas e das águas provenientes das cacimbas, lembra.
Das recordações dessa circunscrição não é tudo. O bairro do São Jorge foi um espaço adjacente à cadeia da PIDE-DGS e Administração Colonial, que tinha como responsável máximo o chefe Dias, que era coadjuvado pelo senhor Sá, irmão mais velho de um dos actuais responsáveis da Policia Nacional.
Geograficamente
pertencente à circunscrição do Nelito Soares, o antigo bairro Indígena faz fronteira com as zonas da Vila Alice,
Marçal, Rangel e Congolenses. Para a fluidez do trânsito, a localidade tem como
principais ruas a Senado da Câmara, Avenida Brasil e a de Olivença, esta última
que nasce no bairro do Marçal, zona adjacente às Mabubas e desemboca no actual
Instituto Nacional de Oftalmologia.
O bairro não tinha nada de Musseque
O antigo morador explicou ainda que o bairro Indígena não tinha nada de musseque, era mesmo um bairro urbanizado. Devido à sua posição arquitectónica e pela sua estrutura, era considerado uma circunscrição com certa qualidade. "Naquele tempo já havia os quartos de banho que ficavam numa espécie de quintalão onde cada casa tinha uma junção de quartos de banho e depois era atribuída uma chave para cada morador”.
Explicou também que, naquele período, nem todas as casas tinham energia eléctrica. "Contavam-se as famílias que tinham esse bem público, mas era um bairro já com uma estrutura muito diferenciada de outros que circundam a cidade de Luanda. O bairro Indígena não se comparava com o Marçal ou Rangel”.
Santocas refere, por outro lado, que no tempo colonial, nem todas as famílias tinham posses e também havia talvez uma orientação da própria administração colonial que não permitia a construção de casas definitivas porque a maioria das casas não tinham anexos.
"Como
os quintais eram enormes, eram aproveitados pelos moradores para plantarem
algumas culturas como a batata doce, feijão, mandioca e outras coisas para o
sustento das famílias”, destacou
Cacimba da velha Filipa
Durante a conversa, Santocas explicou que independentemente dos quintais, havia no bairro uma cacimba que tinha sido apelidada de "cacimba da velha Filipa”, e quando chuvesse garantia um certo nível de água "que nos permitia, ou melhor, tínhamos esse local como se fosse nossa praia”. "É lá onde muitos de nós aprendemos a nadar com amigos de infância, embora naquela água barrenta”.
" É
verdade que foi lá onde aprendemos um pouco a ser homens, conhecedores das
várias matérias da vida porque é nesse bairro onde tivemos a oportunidade,
depois de sairmos da escola, cada um ficava nas chamadas mutambas onde se
concentravam vários amigos de infância, onde podíamos trocar as nossas
experiências e falar da nossa vida”,
disse, acrescentando que "era nessas mutambas (encontros) onde fomos
ganhando uma certa consciência política,
porque viveram nesse bairro várias pessoas que fizeram parte do processo
histórico”.
Bairro de origem de três primeiros ministros
Foi no bairro Indígena, hoje designado por Nelito Soares, que no período pós-independência saíram três primeiros ministros do Governo de Angola, nomeadamente Lopo do Nascimento, França Van-Dúnem e Fernando da Piedade Dias dos Santos "Nandó”.
Para além dessas figuras de proa, Nito Alves também teve uma convivência nessa localidade devido a alguns parentes seus que residiam na circunscrição. A localidade deu ainda músicos, políticos, jornalistas e outros talentos para a sociedade.
O bairro Indígena no tempo colonial já tinha uma creche, um posto médico e as madres que tinham um trabalho muito útil que acudia as famílias carentes, garantindo o leite da manhã. Muitas famílias iam buscar o pão e a alimentação para as sua casas.
"No
tempo colonial, estou lembrado que no local onde está hoje o primeiro pavilhão
de básquete era um espaço vazio, cheio de capim. E então os agentes da PIDE-DGS
pegavam nos presos e levavam-nos à referida área para capinar. Havia vezes em
que, com uma certa conivência dos moradores, os presos conseguiam
escapar do local . Os cipaios e ximbas
tinham dificuldades de apanhá-los
porque os presos metiam-se dentro do bairro e conseguiam escapar pelos
lados da rua Senado da Camara, em direcção
à Vila Alice”, lembra Santocas.
Eterno vizinho da Vila Alice
A Vila Alice sempre foi o eterno vizinho do bairro e era lá onde estavam os talhos, as lojas e outras estruturas do comércio, recorda Santocas. "Recordo-me do comerciante Silva que vendia sanduíches com molho de chouriço e que para nós crianças era uma delícia na altura”.
Naquele período, havia problemas de arranjar dinheiro, porque nem todas as famílias estavam em condições financeiras para muitas coisas. "Os estudantes iam para a escola número 83, situada defronte à fábrica Macambira, sem o pequeno almoço e com os quedes todos rotos (furados). E então não era fácil viver naquela fase”, disse.
Santocas conta que os garotos do bairro faziam frequência na loja do senhor António, com o intuito de comprar as sandes com o rabo de fora, como era apelidado o pão. Havia também cangalheiro que vendia caixões na zona adjacente à Avenida Brasil.
"Dentro
do bairro Indígena, naquele tempo, não havia lojas. Havia o senhor Marques, que
comercializava na sua tasca a boa ginguba torrada e bom aperitivo para os mais velhos deliciarem quando estivessem a beber vinho”, recorda o músico
do bairro Indígena.
Maturidade política
Com as acções macabras dos colonialistas, os moradores do bairro Indígena começaram a ganhar maturidade política. "É assim que todos aqueles da minha infância, fomos crescendo, ouvindo e não vendo, mas sentido na calada da manhã ou da noite as atrocidades cometidas pelos colonialistas portugueses. Aquela voz de choro, voz que sem poder defender-se da agressão dos cães pastores que os polícias utilizavam muitas vezes para violentarem os nossos compatriotas”, referiu
O músico diz ter gravado na memória imagens e vários retratos cruéis das vozes angustiantes dos compatriotas. "Quando saíamos do cinema São Domingos, passávamos ali próximo às cadeias e sabe que ali nas cadeias há aquela espécie de janelas gradeadas com blocos e então quando passássemos por ali os presos tinham sempre a tendência de acenarem-nos e muitas vezes reconheciam alguns de nós, chamando mesmo pelos nomes fulano, fulano. Isso marcou-me muito”, conta o músico.
Acrescenta que essa fotografia vivenciada na altura, obrigou-os a perguntar do porquê da situação do encarceramento de muitas pessoas ali e depois as idas constantes da PIDE-DGS ao bairro para irem prender Gabriel Leitão, Aristides Van-Dúnem e outros que eram soltos depois. Mas passado alguns meses voltavam a ser presos. "Tudo isso começou a suscitar interesse da nossa parte em saber do porquê”, lembra.
Isso deu uma certa maturidade política e criou nos garotos da altura o sentimento de revolta. "É assim que muitas pessoas da minha infância ainda foram parar nas cadeias da PIDE”, recorda.
Explicou igualmente que tudo isso se resumiu no conhecimento que foram aglutinando durante vários anos e depois o acompanhamento que faziam, às escondidas, quando vissem os pais e tios a ouvirem o programa radiofónico "Angola Combatente” eles também preocupado em saber o porquê estão a ouvir e isso enriqueceu mais as suas mentes.
Segundo Santocas, em 1961, foram transportados muitos cadáveres saídos de vários bairros que depois concentraram no local onde estava a cacimba da velha Filipa. "Lembro-me que nessa fase, um senhor que morava próximo de nós acampou na nossa varanda durante a noite com aquela confusão toda. A nossa varanda serviu, também, de refúgio para algumas famílias que na calada da noite fugiam a tempestade de tiros, pulavam do bairro com movimentações frenéticas de um sítio para o outro, os gritos das várias pessoas que foram assaltar a cadeia da PIDE-DGS”.
Colado
e Djembe dya Rola
O bairro Indígena tinha também as suas figuras carismáticas, com destaque para Colado e Djembe Djembe dya Rola. O Colado era um indivíduo pujante que recebeu essa alcunha dos garotos do bairro pelo facto de ter sofrido um acidente, que resultou na colagem do seu queixo ao pescoço.
Homem honesto e trabalhador, Colado prestava serviços de benevolência nas madres que pertenciam à Igreja Nossa Senhora de Fátima, local adjacente ao Cine São Domingos. Em relação ao Djembe Djembe dya Rola, outra figura emblemática, muito falada e conhecida no bairro naquela altura, tinha a fama de ser bangão e estiloso. Homem de grandes desafios, Djembe Djembe dya Rola era proveniente da região de Catete e tinha aspecto de ser um grande intelectual.
Para
além destas figuras, havia outras como Sírios Cordeiro da Mata, uma personagem
ligada ao grupo Ngongo, Cirineu Bastos, Vum Vum, Virgílio Coelho, Amaro Ceco,
Toi Sofia, Vinícios e não só.
Regressados de Goa e Macau
Uma das recordações marcantes que Santocas guarda na memória até hoje é o regresso dos angolanos que tinham sido deportados para os países do Oriente, como Goa(Índia), Macau(China) e casaram-se com mulheres daquela região. "Foi uma coisa fora do comum ver angolanos casados com mulheres de raça branca”, lembra.
Santocas
explica que a circunscrição era mais um bairro residencial, não havia
atractivos em termos de casas comerciais ou desportivas. Os seus moradores
recorriam aos bairros adjacentes como o Marçal, que era só atravessar a Avenida
Brasil, a Vila Alice, atravessando a Senado da Câmara, para fazer compras e
para as fases de lazer, como no Maxinde do Marçal.
Origem da música "Bairro Indígena”
Santocas conta que os moradores do bairro Indígena foram aldrabados pelos colonos. "Enquanto os nossos pais viveram nesse bairro, estavam numa espécie de renda resolúvel, porque os colonialistas diziam que depois de 30 anos de vivência, as casas passariam a pertencer aos moradores. Mas foi uma autêntica aldrabice. Trinta anos depois eles começaram a construir a Cidadela. A Cidadela foi a causa da saída dos moradores para o bairro Rebocho Vaz, Caputo e a Comissão do Cazenga e então uma certa parte ficou dispersa. Uns foram para o Caputo, outros para o Rebocho Vaz, Cassequel”, lembra.
Refere ainda que o realojamento das populações foi por opção. "Eles deram a escolher, não foi por imposição do colono, foi de facto por livre escolha”, disse.
Questionado sobre como é que teve a inspiração e motivação para compor a música "Bairro Indígena”, Santocas disse que a música foi feita como repúdio contra a agressão sofrida, por não ter havido resposta das promessas efectuadas.
O músico disse que a canção "Bairro Indígena” denunciava a forma como os angolanos eram tratados. "Fomos retirados do bairro para um local de menor qualidade naquela altura, o Cassequel. Havia promessa que regressaríamos às nossas casas depois da requalificação. Trinta anos depois, nada se alterou e surgiu então no local a Cidadela. Inspirei-me em tudo isso e compus a canção”, disse.
"Ali onde eu nasci hoje não resta nada, só
restam lembranças dos meus amigos de infância. Depois de 30 anos de promessas
falsas em que prometeram dar as casas.
Correram connosco dali como se fóssemos
bois, mandaram-nos para os currais com o nome de Rebocho Vaz. É bairro
Indígena, é bairro Indígena”. Assim era a música.
Complexo da Cidadela Desportiva
A Cacimba da velha Filipa deixou de existir e no local foi construído um majestoso campo desportivo. Considerada como a "catedral do futebol luandense”, o Complexo Desportivo da Cidadela foi construído pelo Futebol Clube de Luanda e pela empresa Sical, que foi gestora do clube.
Inaugurado a 10 de Junho de 1972, o complexo passou para as mãos do Estado, depois da Independência. Depois disso, alguns dirigentes regressaram a Portugal e foi constituída uma nova direcção liderada por Lacerda de Castro Lopo, com a promessa de serem compensados com "instalações desportivas condignas”, o que nunca aconteceu.
O complexo não incluía apenas o estádio de futebol, mas também apartamentos que serviriam para suportar financeiramente o clube.
Contemplava ainda uma piscina olímpica no espaço onde foi erguida a actual Galeria dos Desportos e um parque de estacionamento.
Com capacidade para 65 mil espectadores, o estádio foi reaberto a 10 de Dezembro de 1982 pelo ex-Presidente da República José Eduardo dos Santos, na abertura dos II Jogos da África Central.
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