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As obras de construção do Hospital Municipal do Calai, que terá uma capacidade de 200 camas de internamento, retomaram este mês, no quadro do Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM), após cerca de dez anos paralisadas devido a dificuldades financeiras.
O governador do Cuando Cubango, José Martins, que constatou o reinício dos trabalhos, que paralisaram com uma execução física na ordem de 60 por cento, garantiu, ontem, que as obras de conclusão da infra-estrutura vão durar 12 meses e estão orçadas em 800 milhões de kwanzas.
José Martins informou que o empreiteiro já recebeu a primeira prestação do orçamento da empreitada, que vai permitir com que as obras possam decorrer sem quaisquer constrangimentos.
Apesar das obras do Hospital Municipal do Calai, assegurou, ficarem cerca de dez anos paralisadas, a estrutura continua intacta e os trabalhos vão incidir fundamentalmente na aplicação de cobertura, reboque, teto falso, canalização, electricidade, colocação da loiça sanitária, entre outros serviços de acabamentos.
O governante destacou que, quando for concluído, este hospital de referência vai dispor de serviços de medicina geral, maternidade, pediatria, cirurgia, estomatologia, cardiologia, entre outros, para melhor assistência médica e medicamentosa dos cerca de 21 mil habitantes de Calai e dos demais municípios que se encontram na orla fronteiriça com a Namíbia, com destaque para o Cuangar e Dirico, que dispõem apenas de centros de saúde e postos médicos, que oferecem atendimentos limitados.
Actualmente, garantiu, estão,também, acautelados os pagamentos para que as obras do hospital municipal possam ser concluídas nos prazos previstos. Por essa razão, a população de Calai, no decurso de 2025, vai deixar de gastar somas avultadas para buscar assistência médica e medicamentosa na vizinha República da Namíbia.
O município de Calai, limítrofe com a República da Namíbia apenas pelo rio Cubango, vai merecer,referiu, uma atenção especial, tendo em conta a sua localização geográfica e a insuficiência de serviços hospitalares, o que tem estado a obrigar muitos pacientes a se deslocarem ao país vizinho para receberem tratamento médico.
José Martins assegurou ainda que as demais obras, que se encontram paralisadas há muitos anos no município de Calai, serão retomadas nos próximos tempos, para suprir as necessidades da falta de infra-estruturas sociais nesta localidade, com maior realce para escolas, unidades sanitárias e habitação.
Para o director municipal de Saúde do Calai, José Camuanga, a retomada das obras do hospital constitui uma mais-valia, tendo em vista que vai permitir dar resposta às grandes preocupações do sector.
A instituição, informou, tem registado, actualmente, no município um centro e nove postos de saúde, correspondentes a 92 camas, espalhados nas três comunas e algumas aldeias de maior aglomerado populacional.
O centro de saúde da sede municipal de Calai, realçou, não dispõe de serviços especializados de ecografia, cardiologia, bloco operatório, entre outros, o que obriga os pacientes a se deslocarem diariamente à Namíbia, em detrimento do hospital geral do Cuando Cubango, na cidade de Menongue, que fica a cerca de 560 quilómetros de distância, quando para o país vizinho basta atravessar o rio.
José Camuanga acrescentou que as enfermidades mais frequentes no município são a malária, as doenças diarreicas e as respiratórias agudas, má-nutrição, tuberculose e febre tifoide.
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