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ONU alerta para perigo de transformação de tecnologias digitais em armas

JA Online

O secretário-geral da ONU, António Guterres, alertou, que os perigos de transformação das tecnologias digitais em armas têm aumentado a cada ano.

21/06/2024  Última atualização 18H40
© Fotografia por: DR

Na sessão realizada na quinta-feira no Conselho de Segurança, em debate sobre as ameaças da segurança cibernética, em Nova Iorque, o líder das Nações Unidas chamou a atenção para a escalada da actividade maliciosa no ciberespaço, de acordo com o site da organização.

O responsável apontou que os envolvidos são actores estatais, agências não estatais ou criminosos declarados.  

"Entre os graves incidentes de segurança cibernética, o secretário-geral listou as violações de serviços públicos essenciais como saúde, bancos e telecomunicações", cita a fonte.   

António Guterres mencionou ainda a acção daqueles que chamou de mercenários cibernéticos com "actividade ilícita implacável, incluindo por organizações criminosas”.   

Para o secretário-geral, a lista de ameaças inclui "comerciantes de ódio enchendo a superestrada da informação com medo e divisão” e o "uso crescente do ciberespaço como outra arma em conflitos armados que está em andamento”.  

O discurso assinalou o emergir dos usuários de actividades de computação que promovem causas políticas, sociais ou ideológicas. Para o chefe da ONU, os chamados "hacktivistas” dissipam as fronteiras entre combatentes e civis. 

A ação de bloquear dados por códigos para depois exigir resgate às vítimas para terem acesso é "um exemplo grave de vulnerabilidades de softwares sendo exploradas e recursos de intrusão cibernética vendidos pela internet”.

Guterres aponta o ransomware como uma "ameaça às instituições públicas e privadas e à infraestrutura crítica da qual as pessoas dependem”.  

O discurso enfatiza estimativas revelando que em 2023 os pagamentos totais de ransomware atingiram 1,1 mil milhão de dólares.   

 António Guterres apontou ainda a fragilidade da crescente integração de ferramentas digitais com sistemas de armas, incluindo os autônomos. Para Guterres, ao mesmo tempo, o uso indevido da tecnologia digital se torna mais sofisticado e furtivo.  

"Essas acções são alargadas pela acção dos que usam códigos maliciosos, como malware, wipers e trojans, e pelas operações cibernéticas apoiadas pela inteligência artificial.  O secretário-geral destacou que a computação quântica pode quebrar sistemas inteiros com a capacidade de violar a criptografia", refere.  

O chefe da ONU destaca que além dos custos financeiros estão a consequências do tipo de actividade para a paz, a segurança e a estabilidade dentro e fora dos países.  

Entre as áreas em perigo da actividade maliciosa estão as instituições públicas, os processos eleitorais e a integridade online quando é afectada a confiança, são alimentadas as tensões e até mesmo disseminada a violência e o conflito.  

Para António Guterres, a Nova Agenda para a Paz enfatiza a prevenção nos esforços de paz.

 Por outro lado defende que os avanços no ciberespaço devem ser orientados para o bem e que a tecnologia digital oferece oportunidades por um "futuro mais justo, igualitário, sustentável e pacífico para todos.” 

 

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