Política

País quer representação da ONU Mulheres

Edna Dala

Jornalista

Angola continua a envidar esforços para a abertura, em Luanda, de uma representação da ONU-Mulheres (UN Women), informou a secretária de Estado para as Relações Exteriores.

22/01/2021  Última atualização 09H35
Pormenor da mesa-redonda sobre a participação da mulher nos processos de manutenção de paz © Fotografia por: Paulo Mulaza | Edições Novembro
Esmeralda Mendonça falava, quarta-feira, em Luanda, durante a mesa-redonda sobre a participação da mulher nos processos de manutenção de paz e resolução de conflitos.A ONU Mulheres é uma entidade das Nações Unidas destinada a promover o empoderamento da mulher e igualdade de género. Criada em 2010, iniciou as actividades em 2011. A primeira líder foi Michelle Bachelet, antiga Presidente do Chile. Actualmente é liderada pela sul-africana Phunzile Mlambo Ngcuka.

Ao falar sobre a posição de Angola nas plataformas regionais e internacionais, a secretária de Estado para as Relações Exteriores propôs, ainda no âmbito da organização da Bienal de Luanda sobre a Cultura da Paz, que a mulher africana tenha lugar de destaque.Durante a mesa-redonda, promovida pelo Ministério da Família e Promoção da Mulher, a diplomata considerou que a participação da mulher angolana nas soluções de paz e conflitos em África passa pelo compromisso do país nas plataformas continentais e internacionais de afirmação da mulher.Angola, disse, tem apoiado as plataformas regionais e internacionais de afirmação da mulher e criado, internamente, estruturas que visam estimular a igualdade de género e apoiar o comportamento inovador das mulheres no espaço político, diplomático e militar.

"Estamos certos que teremos uma agenda para a mulher cada vez mais afirmativa, pois a angolana, pelo seu cariz batalhador, já deu provas de que é uma peça fundamental para o desenvolvimento da nossa sociedade, razão mais do que suficiente para projectá-la a nível continental e internacional”, disse.Apesar das notáveis conquistas das mulheres africanas, a sua contribuição para os quatro pilares da resolução 1325, nomeadamente, prevenção de conflitos, manutenção da paz, resolução de conflitos e construção da paz, ainda precisa de ser fortalecida, defendeu.Esclareceu que a estratégia de Angola na implementação da Resolução 1325, a nível regional, deverá focar-se na construção da paz e na inclusão da mulher.
Angola nas questões de Paz

A secretária de Estado para as Relações Exteriores referiu-se, igualmente, ao posicionamento de Angola nas questões de paz e segurança ao nível das Nações Unidas e da União Africana.Esmeralda Mendonça recordou que, aos olhos da comunidade internacional, Angola surgiu como uma das mais proeminentes potências regionais africanas.

Desde cedo, sublinhou, o país definiu os princípios da política externa, com base no respeito pela soberania e independência nacional, igualdade entre os Estados, reconhecimento do direito à autodeterminação e independência dos povos, a não ingerência nos assuntos internos de outros Estados e a resolução pacífica dos conflitos.Desde os primórdios da Independência, disse, Angola buscou sempre a inserção no contexto regional, continental e mundial. Lembrou ter sido desta forma que o país foi admitido na Organização da Unidade Africana (actual União Africana), ONU, e no Grupo dos Países da Linha da Frente que, com o passar dos anos, deu origem à actual Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC).

A nível do continente africano, acrescentou, a contribuição de Angola em matéria de paz e conflitos cinge-se à mediação de conflitos, busca de consenso nos diferendos regionais, apoio logístico e formação de efectivos, no âmbito dos acordos bilaterais e multilaterais, ao nível das forças de paz e segurança instituídas por organizações regionais, continentais e internacionais.Neste sentido, referiu, o país tem tido o privilégio de contar com a participação de mulheres nestes processos, em diferentes níveis.

Actualmente, Angola tem seis mulheres à frente de representações permanentes estratégicas, como SADC, CEEAC, sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, ONU em Genebra, Viena e em Roma.A secretária-geral da OMA, Luzia Inglês, afirmou que não é possível obter uma paz duradoura sem as mulheres. Disse ser hora de ouvir as mulheres na política para se enfrentarem as crises e se construa um mundo melhor. A deputada Miraldina Jamba, da UNITA, declarou que o envolvimento total das mulheres no combate de libertação nacional, ao lado dos homens, permitiu lutar pela igualdade de género e pelos direitos das mulheres.

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