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Paramilitares apoiam ajuda a civis no Sudão

O líder do grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF), Mohamed Hamdan Dagalo, disse, domingo, que apoia a assistência humanitária a civis e que está disponível para cooperar com as Nações Unidas a fim de fazer chegar alimentos nas zonas sob dominação das suas forças.

30/04/2024  Última atualização 09H10
Forças militares aceitam a entrada de assistência humanitária © Fotografia por: DR

"Estamos dispostos a cooperar plenamente com a ONU e com as agências humanitárias competentes para facilitar a chegada de ajuda humanitária aos necessitados em todo o país”, disse Hemedti a Ramtane Lamamra, enviado especial do Secretário-Geral das Nações Unidas, numa conversa por telefone, segundo a AFP.

O Sudão é um país devastado por uma guerra entre o grupo rebelde RSF (na sigla em inglês) e o Exército regular, iniciada há um ano. Durante a conversa, o líder paramilitar sublinhou o interesse em aliviar o sofrimento humanitário do povo sudanês e discutiu com o representante da ONU a evolução geral da situação no Sudão e as difíceis circunstâncias humanitárias que o país enfrenta.

De acordo com o comunicado da ONU, foi discutido, também, "a situação no Norte do Darfur e o bombardeamento aéreo deliberado e sistemático com barris explosivos contra civis”. O responsável reiterou que as RSF continuarão a actuar em todas as frentes abertas contra o Exército do Sudão. "Continuaremos a autodefesa em todas as frentes”, disse a Ramtane Lamamra, a quem reiterou que as RSF estão a exercer o "direito legítimo de autodefesa contra a agressão a que estão expostas desde o primeiro dia da guerra”, ainda que tenham sido os paramilitares que se rebelaram contra o Exército há um ano.

Em meados de Abril, por ocasião do primeiro aniversário do conflito, Hemedti afirmou o seu compromisso em alcançar um cessar-fogo que servisse para garantir o acesso de ajuda humanitária à castigada população sudanesa.

No entanto, várias organizações denunciaram que ambas as partes estão a utilizar a ajuda humanitária como arma de guerra, uma vez que o Exército impede a entrada de suprimentos nas zonas controladas pelas RSF, e os paramilitares pilharam armazéns e privaram a população da pouca ajuda que chega.

A Amnistia Internacional (AI) denunciou, no relatório anual, publicado na quarta-feira, que tanto os paramilitares como o Exército fizeram "ataques deliberados” contra a população civil.

 


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