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A circulação de veículos na zona do Hogiwa, um importante nó rodoviário na EN 100, a cerca de 70 quilómetros da vila de Porto Amboim, província do Cuanza - Sul, continua a ser feita sob graves restrições, com muitas viaturas, sobretudo as pequenas, a não conseguirem a travessia.
O programa de repovoamento animal e diversificação das espécies no Parque Nacional do Iona começou a dar os primeiros resultados, com a chegada de 14 girafas da espécie angolense, provenientes da vizinha República da Namíbia.
O programa de repovoamento animal do Parque Nacional do Iona é da responsabilidade da organização Afrikan Parks, empresa gestora da reserva natural situada no município do Tômbwa, província do Namibe.
O chefe de operações da Afrikan Parks, que gere 22 Parques Nacionais em África, Charles Wells, disse que a chegada das girafas faz parte do programa que a organização está a implementar, através de acções de repovoamento de espécies desaparecidas, algumas em extinção, mas endémicas na zona, como é o caso das girafas e rinoceronte preto, desde o início da gestão, em 2020.
"Estamos a gerir o Parque desde 2020 e já efectuamos algumas alterações através do processo de fiscalização que nos deu a segurança de arrancar com o primeiro repovoamento de algumas espécies que existiam. Com este acto, começamos com a realocação das 14 girafas, cinco das quais são machos” , disse.
O processo de introdução das primeiras girafas obedeceu a critérios de estudo sobre o desenvolvimento dos animais no parque, que se concluiu ser saudável, devido à semelhança climática do país de origem dos animais, que permite maior adaptação. A preocupação incide apenas na extensão do movimento migratório dos animais e na persistência da caça furtiva.
Disse que o programa de repovoação animal também inclui a elaboração do plano do uso do solo para ajudar na delimitação do Parque, que vai permitir a separação dos animais com os habitantes por áreas. Referiu que o controlo dos animais é monitorado por via dos colares electrónicos aplicados para detectar o seu movimento, de modo a garantir a segurança das pessoas que habitam nos arredores.
"Todo o processo está a ser feito de acordo com os princípios e regras de protecção, tanto da biodiversidade como dos habitantes das localidades do Iona. Não há nenhuma ameaça de conflito entre as girafas e a população que habita na região. Estamos reforçados com 30 fiscais tecnicamente preparados para salvaguardar e proteger a vida, tanto dos animais como dos cidadãos” , esclareceu.
Programa prevê a reposição de animais em extinção
A directora-geral do Instituto Nacional da Biodiversidade e Conservação do Ministério do Ambiente, Albertina Nzuzi, referiu que o momento é de elevada importância e referência histórica, por se tratar de animais que fazem parte da Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e Flora Selvagens Ameaçadas de Extinção, onde a girafa se encontra.
"É um programa que prevê a reposição de animais em extinção e devolver ao país o título de maior detentor de girafas e outras espécies peculiares em África como nos anos 80, principalmente na parte Sul de Angola”, disse a representante do Ministério do Ambiente, em declarações à imprensa.
Informou que o plano ministerial prevê o aumento da repovoação das girafas, introdução de rinocerontes pretos e demais animais, que apresentam pouco número populacional em quase todos os parques existentes no país.
O governador do Namibe, Archer Mangueira, saudou o acto de libertação de espécies que garantem a biodiversidade do Parque Nacional do Iona. Considera que a acção vai reforçar o sector turístico da região, por se tratar de uma zona com características peculiares.
"Acabamos de testemunhar acções que vão gerar atracção de mais investimentos, criar desenvolvimento sustentável na região e contribuir na valorização das áreas turísticas da província”, sublinhou.
Uma nova era
O administrador do Parque Nacional do Iona, Sango de Sá, fala da nova realidade vivida na região, comparativamente ao passado. Em conversa com os jornalistas, o responsável informou que a revitalização do parque começou com o recrutamento de 40 jovens maioritariamente nativos, que antes exerciam a função de observadores comunitários, posteriormente treinados para servirem como monitores da vida selvagem.
Os monitores vão fazer o acompanhamento de todo o sistema operacional do parque através de uma comunicação proporcionada pela sala de controlo e sistema GPS, para garantir a segurança no Parque.
Actualmente decorre o processo de mapeamento efectivo das espécies na região, para permitir a criação de uma base de dados, com activação do departamento de conservação e habitat, com o objectivo de acompanhar o processo de reprodução, analisar os factores ecológicos, propor medidas de conservação, em caso de recuo dos dados obtidos, e definir a reintrodução das espécies que se encontram em extinção, para manter o equilíbrio ecológico.
O Parque é visitado por pessoas de várias nacionalidades. Regista, em média, 700 turistas por mês e prevê um aumento com os novos serviços a serem implementados.
Paraíso animal
Estabelecido como Reserva de Caça em 1937 e transformado em parque nacional em 1964, o Parque do Yona era considerado, antes do início da guerra civil, um "paraíso animal”, rico em caça grossa. Em 2001, o parque começou a receber visitantes estrangeiros, através de caravanas organizadas a partir da Namíbia.
O parque tem uma flora diversificada, destacando-se a Welwitschia Mirabilis.
Localizado no Sul do país, a cerca de 200 quilómetros da cidade de Moçâmedes, entre o Oceano Atlântico e os rios Cunene e Curoca, o parque ocupa uma área de 15.150 quilómetros quadrados.
Tem a sede nas Espinheiras e apresenta uma biodiversidade rica, possuindo uma fauna onde são facilmente avistadas manadas de cabras de leque, orix, capotas, zebras, avestruzes, aos quais se juntam agora as girafas. O Parque vai ser incluído na Área de Conservação Transfronteiriça Costeira Iona - Skeleton. O Iona estende-se desde as dunas de areia junto ao Oceano Atlântico até às montanhas Tchamalinde, ao Leste do mesmo. O centro do Parque é constituído por planícies abertas, com 31 fontes naturais.
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